Silvio Crestana é relator de plenária na 4ª CNCTI

25.05.2010 | 20:59 (UTC -3)

A convite do ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio Machado Rezende, o ex-presidente da Embrapa Silvio Crestana participa da 4ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (4ª CNCTI).

Ele é o relator da plenária 6, que tem como tema central “O Brasil no Mundo”. O evento ocorre de 26 a 28 de maio, no complexo de eventos do hotel Golden Tulip Brasília Alvorada, em Brasília - DF.

Crestana, que após deixar a presidência da Empresa retornou ao quadro de pesquisadores da Embrapa Instrumentação Agropecuária, São Carlos-SP, ainda foi convidado a elaborar uma reflexão sobre o evento e que será publicada na Revista Parcerias Estratégicas, editada pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), órgão coordenador da 4ª CNCTI junto com o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT).

Conquistas e desafios

Em abril, o cientista participou de seminário preparatório a 4ª CNCTI como palestrante e relator, enfocando o tema “O Brasil no Mundo”, No qual, junto com pesquisadores de outros órgãos, discutiu propostas para a Conferência em Brasília.

Em relatórios elaborados a partir dos dois debates temáticos do seminário, Crestana avaliou na sessão intitulada “Inserção de CT&I nos Foros Internacionais” que houve um avanço notável da ciência brasileira nas últimas décadas, sobretudo nos últimos anos, quando se compara o desempenho do país nos períodos de 1998 a 2002 e de 2003 a 2007. Crestana aponta avanço de 8,15% no primeiro período, na média de impacto de trabalhos científicos em relação à média mundial. “Quando são comparados os países do Brics (Brasil, Rússia, Índia e China), o Brasil está à frente dos demais. No entanto, o crescimento da Índia e da China “ameaça” a nossa posição”.

De acordo com o pesquisador, em termos de números de artigos científicos publicados em revistas indexadas, a evolução brasileira é também extraordinária, ao final de 2008 já ocupava a 13ª posição, à frente de países de grande tradição científica como Holanda, Rússia, Suíça, Polônia e Suécia, dentre outros, com cerca de 2% da produção mundial, enquanto no período 1998 a 2002 era de 1,34%. Porém, observa Crestana, ao mesmo tempo em que o país emerge como a 13ª potência científica mundial, em relativo curto espaço de tempo, ainda convive com padrões de educação, saúde, infraestrutura e inovação incompatíveis com tal pujança. “O cruzamento da produtividade científica com outros indicadores mais básicos como educação e IDH, para ficar somente nesses dois, não produz resultados animadores. Pelo contrário. Demonstra o longo caminho ainda a percorrer”.

Já na sessão “Internacionalização da Inovação Brasileira”, Crestana tocou num ponto crucial e complexo para o país, que é a questão da inovação e o processo da internacionalização frente ao acirrado mercado competitivo. No relatório, ele sinaliza que, como a tradição do país em inovação é pequena, há, então, a necessidade de se aprender com os poucos casos de sucesso que tem, com os dos outros países quando conveniente, conceber e adaptar modelos, formular e implementar políticas de desenvolvimento e inovação e, empreender interna e externamente oportuna e urgentemente. De acordo com Crestana, na economia global, o grande desafio para os países é saber capitalizar os seus bens intelectuais e desenvolver tecnologias e negócios inovadores que melhorem a qualidade de vida da população, que criem competitividade internacional para suas empresas e que gerem emprego e riqueza para seus cidadãos. Como exemplos de empresas inovadoras institucional e tecnologicamente ele cita a Embrapa, a Embraco e o Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial).

Propostas

Entre as propostas que serão apresentadas em Brasília estão a criação do “Observatório de Inovação” para monitorar países concorrentes e a própria capacidade nacional de competição em setores prioritários e orientar ações de políticas públicas; avaliar os centros tecnológicos e inovação como exemplo para o Brasil; avaliar o Pré-Sal, porque com ele o Brasil poderá se transformar em potência petrolífera global. “Há enormes oportunidades de inovação e internacionalização a serem exploradas”, assegura Crestana que aposta no Brasil como potência agrícola mundial, potência global ambiental, potência mundial em energia renovável e potência petrolífera global. Segundo ele, um desafio elevado à potência 4.

4ª CNCTI

Coordenada pelo MCT e pelo CGEE, com a participação de diversos segmentos da sociedade, a 4ª CNCTI tem como objetivo central elaborar diretrizes para a consolidação de um Sistema Nacional articulado que promova a efetiva cooperação entre os âmbitos federal, estadual e municipal, consolidando a Política Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (C,T&I).

A 4ª CNCTI tem como meta consolidar C,T&I enquanto Política de Estado, que assegure perenidade às políticas e programas associados à produção e a utilização do conhecimento enquanto componentes centrais do desenvolvimento econômico e social do Brasil, contribuindo para que os benefícios decorrentes sejam distribuídos de forma justa a toda a sociedade.

Fonte: Embrapa Instrumentação Agropecuária

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