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O superintendente federal do Ministério da Agricultura na Paraíba, Hermes Barbosa, participa besta quarta-feira, 11, na cidade de Tacima, do Dia D da campanha de vacinação contra a febre aftosa. O Governo da Paraíba realiza de 1º a 31 de maio a primeira etapa da campanha. A meta é vacinar 1,2 milhão de bovinos e cerca de mil bubalinos (búfalos). Os criadores têm até o dia 10 de junho para comprovar a vacinação do rebanho.
Segundo Jamir Macena de Sousa, gerente executivo da Defesa Agropecuária, órgão da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário da Paraíba (SEDAP), a meta é que cada município vacine 90% de seus rebanhos. Em 2009 a Paraíba saiu da classificação de “risco desconhecido” para a de “risco médio”. Ano passado o estado só alcançou 73,4% de vacinação.
Macena informa que a Paraíba registrou o último foco da doença no ano de 2000, quando doze animais foram detectados com a febre aftosa e sacrificados imediatamente, na zona rural entre as cidades de Araçagi e Guarabira. Ele explica que a doença pode atingir todos os animais que possuem cascos fendidos que, além dos bovinos e bubalinos, são os caprinos, suínos, ovinos e outros.
A SEDAP estima em 1.269.451 o rebanho bovino paraibano e cerca de 800 bubalinos, espalhados por 81.587 propriedades rurais em todo Estado. Uma auditoria do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), realizada mês passado no estado, constatou que o controle sanitário das feiras de animais e de trânsito e transporte dos rebanhos, pelas estradas estaduais, se configura na principal vulnerabilidade para um sistema de defesa com confiabilidade.
Os auditores do MAPA fizeram recomendações mais pontuais no controle da feira de Campina Grande, onde foram identificados animais sem a documentação exigida para estarem em trânsito. “Percebemos que os animais estão circulando de uma feira para outra sem qualquer tipo de documentação que comprove que foram vacinados”, relata o fiscal federal agropecuário Elvio Cazola, que realizou a auditoria do MAPA na Paraíba.
“É necessário que o Estado apresente, com urgência, ao Ministério, um plano de adequação do seu Sistema de Defesa Agropecuária. Outro ponto crítico diz respeito ao número insuficiente de profissionais envolvidos na Defesa Agropecuária, especialmente veterinários”, diz Cazola.
Segundo informação da SEDAP, A Defesa Agropecuária estadual deve colocar 50 médicos veterinários em campo e conta com o apoio de todos os veterinários da Emater e de outras instituições que auxiliam na campanha de vacinação. Em maio de 2009 o Estado realizou concurso público para contratar 75 técnicos, 20 médicos veterinários e dez agrônomos.
Mas até agora apenas 17 pessoas foram efetivamente contratadas. “Recentemente o Estado convocou 105 concursados para iniciarem um curso preparatório”, revela Macena. Ele diz, entretanto, que os novatos não terão condições de atuar nessa primeira etapa da campanha.
O relatório da auditoria do MAPA diz que um outro problema a ser enfrentado pelo Governo da Paraíba diz respeito à infraestrutura, já que existe um sucateamento visível dos Escritórios de Atendimento às Comunidades (EAC’s) e das Unidades Locais de Sanidade Animal e Vegetal (ULSAV), estruturas fundamentais para o pleno funcionamento do Sistema de Defesa Agropecuária. A Emater-PB também enfrenta problemas, sendo que 51 escritórios da estatal estariam fechados em todo o estado.
Representantes dos pecuaristas também estão preocupados com o quadro atual. Na opinião de Mario Antonio Pereira Borba, presidente da Federação da Agricultura do Estado da Paraíba (FAEPA), a SEDAP deveria suspender, temporariamente, os autos de infração até que o Sistema de Defesa Agropecuária estivesse funcionando a contento. O setor privado também considera insuficiente os R$ 250 mil que o Governo do Estado anunciou estar investindo para a campanha deste ano.
Mario Borba disse que o setor privado é o maior interessado em que a Paraíba alcance o status de “Área Livre com Vacinação”. Ele informou ainda que o SENAR-PB tem condições de disponibilizar treinamento para as equipes de vacinadores.
Para Elvio Cazola, é preciso agir com mais firmeza em relação aos criadores inadimplentes e reincidentes. Ele recomendou que a SEDAP faça um termo de cooperação com a Secretaria de Segurança Pública, visando aumentar a eficácia da fiscalização. Há relatos de ameaça aos servidores públicos responsáveis pela fiscalização e autuação. O próprio Mario Borba reconhece que alguns pecuaristas tentam driblar as exigências do MAPA, sonegando informações sobre o rebanho e deixando de vacinar parte de seus plantéis. No estado de Sergipe, o governo estadual fez uma parceria com o Ministério Público Estadual, que passou a intimar os criadores autuados.
Recomendações e Procedimentos
A Superintendência Federal da Agricultura na Paraíba (SFA-PB) recomenda que as vacinas devam ser conservadas numa temperatura entre 2 e 6 graus centígrados, em geladeiras domésticas ou caixas térmicas com gelo, alertando que, tanto o congelamento, quanto o calor inutilizam a vacina.
O transporte das vacinas do revendedor até a propriedade deve ser feito sempre em caixas térmicas com gelo. A dose a ser aplicada em cada animal deve ser a indicada no rótulo da vacina. “Uma dosagem menor não oferece proteção desejada”, avisa Hermes Barbosa.
Outra recomendação é que não devam ser utilizadas agulhas muito grossas, pois a vacina pode escorrer pelo orifício deixado no couro do animal pela agulha e, em conseqüência, diminuir a quantidade da droga aplicada. A vacina deve ser aplicada embaixo da pele.
A SFA-PB recomenda ainda que os animais sadios devam ser priorizados na vacinação, pois os doentes ou mal alimentados, não respondem bem à vacinação e, nesses casos, é conveniente procurar orientação do médico veterinário. “Os efeitos da vacina somente aparecem depois de 14 a 21 dias da aplicação. Se os animais apresentarem sintomas antes desse prazo, é sinal que já estavam infectados quando foram vacinados”, acrescenta Barbosa.
Jamir Macena diz que a orientação é para que sejam vacinados apenas os animais que estiverem cadastrados na Defesa Agropecuária estadual. “Esse controle será passado para as farmácias veterinárias. Se não tiver na lista os criadores devem se dirigir aos Escritórios de Atendimento às Comunidades (EAC’s) ou às Unidades Locais de Sanidade Animal e Vegetal (ULSAV) para providenciar um recadastramento.
Depois da vacinação, os criadores devem comprovar o procedimento junto à SEDAP levando as notas fiscais originais de compra das vacinas e o anexo 13, que é uma declaração de rebanho atualizada. “Eles devem apresentar também os frascos vazios e lacrados utilizados na vacinação”, lembra Macena. A SEDAP enviou ofício a todos os prefeitos paraibanos pedindo apoio de suas equipes durante a campanha deste ano. A segunda etapa da vacinação contra aftosa este ano será de 1º a 30 de novembro. Outras informações podem ser obtidas pelo telefone 0800-2813031.
Dalmo Oliveira da Silva
Assessoria de Imprensa
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