O setor sucroenergético brasileiro deve se recuperar e retomar seu crescimento em 2017. Indicativos do mercado do açúcar apontam que o preço do composto deve se manter em alta como aconteceu em 2016. “É um produto de grande demanda em todo o planeta, ainda mais com o crescimento da população”, afirma o professor Octávio Valsechi, docente do Departamento de Tecnologia Agroindustrial e Socioeconomia Rural (DTAiSER) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).
O mercado do álcool também está em alta. A Cúpula do Clima de Paris (COP 21) aprovou em 2015 o primeiro acordo de extensão global para frear as emissões de gases do efeito estufa e para lidar com os impactos da mudança climática. Ou seja, todos os países terão que usar combustíveis renováveis e o álcool é o melhor exemplo na substituição de combustíveis fósseis, como a gasolina. “Pessoas do mundo inteiro vêm para o Brasil estudar o que nós fizemos. Esse compromisso de diminuir as emissões é um grande impulso para a valorização do álcool e uma fantástica vitrine para o país. É uma nova fase para o setor, que deve ser encarada com uma nova mentalidade”, acredita Valsechi.
Para o docente da UFSCar, o que está salvando o Brasil da crise é o setor agropecuário, com destaque para a cana-de-açúcar que está sempre no topo dos produtos que mais arrecadam impostos. Só no agronegócio do Estado de São Paulo, atualmente, a cana representa a metade do Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma em valores monetários de todos os bens e serviços finais produzidos.
Com a valorização dos produtos da cana, uma parte maior do setor estará, neste ano, com o caixa mais equilibrado, o que permitirá mais investimentos e a contratação de novos profissionais. Um dos reflexos diretos do indicativo dessa retomada é o alto número de procura pela 13ª turma do programa de Master of Technology Administration (MTA) em Gestão Industrial Sucroenergética, oferecido pela UFSCar, instituição que, hoje em dia, detém a expertise da tecnologia da produção de cana de açúcar no mundo, contribuindo com a consolidação do etanol no Brasil.
A pós-graduação, que está completando 10 anos, é referência na área. Durante o curso, são abordados desde o manejo e o desenvolvimento de variedades de cana-de-açúcar, passando pelo mercado industrial, até o desenvolvimento de projetos e inovação. “As pessoas estão tendo consciência que uma melhor qualificação oferece maiores chances de boas posições no mercado de trabalho”, afirma Valsechi, que também é coordenador do curso.
Os interessados podem se inscrever até o dia 9 de março, preenchendo a ficha de inscrição disponível emwww.mta.ufscar.br. O formulário deve ser enviado junto com o Curriculum Vitae para o e-mail mta@cca.ufscar.br. Há poucas vagas disponíveis. A seleção dos candidatos será feita por meio de análise curricular. As aulas serão ministradas em Sertãozinho (SP), nas dependências da Universidade Corporativa do Setor Sucroenergético (Uniceise), em encontros quinzenais, que ocorrem aos sábados. O curso, com duração de 1 ano e 8 meses, tem a parceria do Centro Nacional das Indústrias do Setor Sucroenergético e Biocombustíveis (Ceise-BR) e a gestão da FAI.UFSCar (Fundação de Apoio Institucional ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico da Universidade Federal de São Carlos).