MS Safra 2024/25: produção de soja alcança 14 mi de toneladas
Alguns municípios se destacaram com produtividades significativamente acima da média
No Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado no dia 5 de junho, a cafeicultura brasileira se apresenta como destaque, ao mostrar que é possível conciliar alta produção e sustentabilidade. O Brasil, maior produtor e exportador de café do mundo, tem adotado cada vez mais práticas que minimizam impactos ambientais. Atualmente, a produção de café é responsável por apenas 0,1% da área desmatada no país, um indicativo de que é possível produzir sem destruir, de acordo com um estudo do Instituto Internacional para Sustentabilidade (IIS).
É importante observar que a cafeicultura brasileira já utiliza há muitos anos práticas sustentáveis, como o uso racional de recursos naturais, preservação de vegetação nativa e redução de emissões de gases de efeito estufa. Essa tendência ganha ainda mais força com a adoção da agricultura regenerativa, que além de preservar, recupera o meio ambiente.
“O sombreamento natural com árvores nativas, plantio consorciado com frutas e legumes, adubação verde e recuperação de áreas degradadas é essencial para que possamos ter um meio ambiente saudável para que possamos produzir café por muitos e muitos anos. A regeneração do solo aumenta a produtividade no longo prazo, reduz a dependência de insumos, fortalece a biodiversidade e contribui para a captura de carbono, colaborando com o enfrentamento das mudanças climáticas”, diz Farlla Gomes, gerente técnica de sustentabilidade da Cooperativa dos Cafeicultores do Cerrado (Expocacer).
Na vanguarda desta transformação, a Expocacer, implementa projetos únicos e possui um departamento técnico para auxiliar e inspecionar essas iniciativas juntos aos produtores. Atualmente, os produtores somam mais de 15.000 hectares de propriedades com selo regenerativo. A equipe especializada orienta os cooperados para que atendam aos critérios das principais certificações de mercado, como a certificação em Agricultura Regenerativa da Regenagri, auditada pela Control Union, do Reino Unido.
A Expocacer desenvolveu ainda seu próprio protocolo de sustentabilidade, chamado ECO, que segue os critérios ESG. Reconhecido pela Global Coffee Platform (GCP), o protocolo assegura que os cafés produzidos atendam aos mais altos padrões internacionais, com base em requisitos críticos de sustentabilidade e melhoria contínua. “Nossa intenção é promover, fomentar e nutrir uma cafeicultura de vanguarda atrelada ao impacto”, afirma Farlla.
Outro projeto de destaque é o Consórcio Cerrado das Águas (CCA), uma ação conjunta da Expocacer com parceiros públicos e privados, que já impactou mais de 150 mil pessoas. A iniciativa implementou estratégias em mais de 1.143 hectares, com foco na saúde do solo e na gestão hídrica. Os resultados são expressivos: índice de manejo de carbono de 86,63%, além da recuperação de áreas e estímulo à biodiversidade local.
Para o produtor Fernando Beloni, estas iniciativas vêm para atestar as práticas que já são aplicadas pela maioria dos cafeicultores da região. “A verificação de carbono, por exemplo, consolida e comprova práticas de sustentabilidade na agricultura da Região do Cerrado Mineiro, que já fazemos há anos, servindo de modelo para o mundo, tanto em termos ambientais, sociais como econômicos. Com este selo e outros, podemos comprovar que somos protagonistas neste papel crucial de contribuir com um futuro mais sustentável, com redução de impacto nas mudanças climáticas”.
A Expocacer foi a primeira a receber o Selo Ouro de inventário de carbono do Programa Brasileiro GHG Protocol, além de possuir o selo Carbon on Track, do Imaflora, que atesta sua produção de baixo carbono. Durante as inspeções, foi registrada uma emissão de apenas 0,85 tonelada de CO₂ equivalente por hectare ao ano — um número considerado baixo para o setor.
A responsabilidade ambiental na cadeia do café não termina no campo. O consumidor também exerce um papel crucial ao optar por cafés certificados como sustentáveis, incentivando práticas responsáveis e valorizando quem produz com consciência ambiental.
Consumidores que compartilham, debatem e apoiam iniciativas sustentáveis ajudam a moldar políticas públicas e tendências de mercado. Isto também estimula a cadeia do café a ser cada vez mais transparente quanto à origem, práticas ambientais e sociais envolvidas na produção.
“A cafeicultura brasileira prova que produção e preservação podem caminhar lado a lado. Com iniciativas como as da cooperativa, o setor dá um passo firme em direção a um futuro em que o café venha acompanhado do frescor da floresta em pé”, diz Simão Pedro de Lima, diretor presidente executivo da Expocacer.
Este ano, em celebração ao Dia Mundial do Meio Ambiente, a Expocacer terá uma programação especial dedicada à conscientização de cooperados, colaboradores e da comunidade local sobre a importância da conservação ambiental. As atividades serão realizadas entre os dias 02 e 06 de junho, com visitas educativas a escolas estaduais da região, rodas de conversa e ações práticas de sensibilização, reforçando o compromisso da cooperativa com o desenvolvimento sustentável e com a formação de uma cultura voltada para o cuidado com o meio ambiente.
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