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Adaptável a solos de pouca fertilidade e com até duas vezes mais proteína que as forrageiras comuns, a Cratília (Cratylia argentea), é uma nova opção de produção para a integração lavoura-pecuária.
Adaptável a solos de pouca fertilidade e com até duas vezes mais proteína que as forrageiras comuns, a Cratília (Cratylia argentea), é exposta pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agrário, da Produção, da Indústria, do Comércio e do Turismo (Seprotur), por meio da Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer), na Showtec 2010. A leguminosa, presente pela 1ª vez no evento, ficará a disposição dos visitantes na Estação “Unidade de Forrageiras e Integração lavoura-pasto”, até esta quinta-feira (04/02).
Durante a visita as estações ligadas a agricultura familiar, o secretário adjunto da Seprotur, Paulo Engel, destacou a importância destes trabalhos, afirmando que esta leguminosa será uma nova opção de produção no processo de integração lavoura-pecuária, sistema bastante evidenciado nas tecnologias disponíveis na Showtec 2010.
“Os trabalhos desenvolvidos pelos pesquisadores do Estado sinalizam que a Cratília será uma boa alternativa de produção para os nossos agricultores familiares”, declarou.
A leguminosa, nativa do Centro-Oeste Brasileiro e parte da Amazônia, é foco de estudos do Centro de Pesquisa e Capacitação da Agraer (Cepaer) – entidade vinculada a Seprotur - há cinco anos. Para o pesquisador e doutor em Agronomia do Cepaer, Edimilson Volpe, que está presente na Showtec para demonstrar esta e outras tecnologias, a planta já demonstra resultados positivos em diversas regiões do Estado, desde áreas mais altas e frias às regiões de clima quente e de solos mais fracos, além de outras vantagens.
“Ela não exige adubação nitrogenada – fertilizante produzido a base de petróleo – tem alto valor nutritivo, com até 20% de proteína nas folhas, ou seja, o dobro do capim, muita resistência quando consorciada com o capim e pode ser utilizada em solos fracos e arenosos”, destaca.
Outra característica positiva da cultura da Cratília é sua estatura, as plantas podem alcançar os 3 metros de altura, o que gera grande persistência quando consorciada. Volpe, lembra que a cultivar neste momento também está sendo pesquisada pela Universidade Federal da Grande Dourados UFGD) e na Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS), ambos os trabalhos conduzidos em Dourados (MS).
O pesquisador salienta que o Estado já está conduzindo um projeto de validação desta tecnologia em unidades de demonstração em várias regiões, focando o seu uso como banco de proteína – planta solteira. Já existem unidades de demonstração em São Gabriel do Oeste, Anastácio, Campo Grande, Ponta Porã, Itaquirai, Vicentina e na região da Grande Dourados.
“A planta também tem apresentado bons resultados quando utilizada como pastagem, seja consorciada com o capim ou em sistema integração lavoura-pecuária, mas sua grande característica é sua rusticidade e melhoria de solo, aumentando o valor nutritivo das forragens”, enfatiza.
Vocação
A Cratília tem grande potencial para a agricultura familiar, assegura Volpe, principalmente, para o período da seca. Ele revela que em apenas um hectare é possível produzir 15 toneladas de massa seca por ano, o que, para um trato animal de até 2,5 kg/dia, alimentaria 15 animais durante 365 dias, sem contar que a planta possui 20% de proteína, ou seja, 500 gramas diárias. “Forragem de boa qualidade durante o ano todo, além do que, misturada com outras cultivares, como a cana-de-açúcar, temos um trato rico em proteína e energia”, conclui.
A estação de Forrageiras e Integração Lavoura-pasto, faz parte da Mostra da Agricultura Familiar que a Seprotur, por meio da Agraer, montou na Showtec 2010. Durante o evento, os interessados podem participar dos giros tecnológicos e conhecer de perto as demais estações, Horticultura, Fruticultura, Culturais Anuais, Projeto Pais e de Plantas Medicinais.
Alexssandro Loyola
Ascom - Seprotur
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