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Pequenos, médios e grandes produtores, além de estudantes e administradores de propriedades. Ao todo, mais de 350 inscrições. Esse foi o saldo quantitativo do Seminário Viabilidade Econômica da Graviola, realizado pela Ceplac em Gandu, na quinta-feira (12), em parceria com o Comitê Gestor do Agronegócio de Gandu. Outra avaliação pode ser feita quanto aos aspectos qualitativos do evento: “Para mim, foi muito importante. Ouvi todas as palestras e saio daqui com mais ânimo para produzir”, afirma o produtor Edno Ferreira da Silva, que cultiva a fruta em dois hectares, na região de Gandu.
Trata-se de um cultivo que deu tão certo, em termos de produtividade, que a orientação agora é pisar no freio, evitar plantar novas áreas, para fugir de uma superprodução – e o consequente saturamento do mercado – enquanto não são abertos novos mercados pelo país afora. “Esse é o meu conselho e foi a proposta do seminário: técnicas para aumentar a produtividade nas áreas plantadas, sem a necessidade de abrir novas frentes. O momento é de cautela. Paradoxalmente, por ser um cultivo que deu muito certo na região”, afirma o professor da Uesb e presidente da Sociedade Brasileira de Fruticultura, Abel Rebouças São José, um dos palestrantes.
O sucesso do evento e, mais ainda, o sucesso do cultivo, são reflexos de uma receita simples: união de esforços, de todos os atores, em prol de um objetivo. “A região do Baixo Sul hoje é invejada na Bahia, porque está dando exemplo de como o homem do campo pode viver com dignidade de sua atividade. E isso a partir da agricultura familiar, dos pequenos agricultores, que somam mais de 90% dos produtores do Baixo Sul. Isso se deve a essa união, que é exemplo para todo o estado”, afirma o diretor do Centro de Extensão de Caplac, Sérgio Murilo.
Esse cuidado advém de uma constatação básica: por ser altamente perecível, a massa de graviola deve ser armazenada em câmaras frigoríficas quando não há mercado imediato. “Trabalho para um grande produtor, que tem estrutura de armazenagem, mas a grande maioria não possui câmaras frigoríficas. Paralelamente, através da internet, buscamos novos mercados, mas de forma amadora. Esse seminário nos alerta para essa necessidade de profissionalização”, afirma Gilberg Santos, ele próprio um produtor, com oito hectares de graviola. “Vi o patrão fazendo, copiei e hoje tenho minha produção”, orgulha-se.
O Comitê Gestor, uma reunião dos atores envolvidos no agronegócio que está mudando a região, é formado pela Ceplac, FAEB, Sindicato Rural, Sebrae, Adab, EBDA e pelas cooperativas Credigandu, Coopag e Coolerg. Além da organiação social dos produtores, realiza diversas ações, como participação em feiras e seminários e visitas a indústrias de polpas entre outras atividades, visando à abertura de mercados e ao fortalecimento da cadeia produtiva na microrregião.
“Antes, saíamos daqui para buscar oportunidades em outras regiões. Mas a solução de nossos problemas estava justamente aqui mesmo, porque era aqui que tínhamos todos os atores reunidos, do produtor ao financiador, passando pelos órgãos de fomento e de tecnologia. Descobrimos isso, aplicamos o conceito de comitê gestor na prática, e conseguimos, como disse Sérgio murilo, ser exemplo de sucesso no ahgronegócio”, destaca Renato Dias, presidente do Sindicato Rural de Gandu e representante da FAEB.
As palestras foram ministradas pelo consultor do Sebrae, Marsel Costa Nogueira, que explorou o tema “Perspectiva de Mercado da Graviola”; a tecnóloga em Alimentos Eudemária Nunes Barbosa, falou sobre a “Qualidade da Massa da Graviola para Comercialização”; e o professor Abel rebouças sobre “Novas Técnicas de manejo para Alta Produtividade da Graviola”.
O seminário teve apoio ainda das secretarias da Agricultura de oito municípios daquela microrregião – Gandu, Teolândia, Trancredo Neves, Piraí do Norte, Itamari, Nova Ibiá, Apuarema e Wenceslau Guimarães.
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