DuPont abre inscrições para Programa de Estágio 2013
“Queremos que o agricultor fique no campo, e a agroindústria é uma alternativa viável para que isso ocorra”. A declaração do diretor do Departamento de Agroindústria Familiar, Comercialização e Abastecimento (Daca) da Secretaria de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo (SDR), Roberto Fritsch, resume qual foi a tônica do 1º Seminário Regional da Política Estadual da Agroindústria Familiar, realizado nesta quarta-feira (10), no Instituto Federal Farroupilha, em Alegrete.
O evento, promovido pela SDR em parceria com a Emater/RS-Ascar, apresentou a atual conjuntura estadual para o setor agroindustrial, estimulando o agricultor familiar a agregar valor à sua produção, através do beneficiamento dos alimentos produzidos. As atividades contaram com a participação de cerca de 50 pessoas, entre agricultores, técnicos e representantes de entidades ligadas à área. No total, dez municípios da Fronteira Oeste estiveram representados: Alegrete, Barra do Quaraí, Itacurubi, Manoel Viana, Quaraí, Rosário do Sul, Santa Margarida do Sul, Santana do Livramento, São Gabriel e Uruguaiana.
No início do dia, Fritsch apresentou a Política Estadual da Agroindústria Familiar, dando destaque para os objetivos e benefícios da ação, além da operacionalização do trabalho através do Programa de Agroindústria Familiar – Sabor Gaúcho. De acordo com o diretor do Daca, hoje há apoio governamental para a área. “Nesse sentido, temos o objetivo de formalizar mil agroindústrias em quatro anos”, argumentou Fritsch.
Depois, o assistente técnico regional da Emater/RS-Ascar, Erich Groeger, apresentou o fluxo operacional e administrativo do Programa, que oportuniza aos agricultores familiares o acesso a linhas de crédito com juros mais baixos e a ampliação da participação em programas institucionais como o PAA (Programa de Aquisição de Alimentos) e o PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar). O técnico fez um resgate histórico sobre a constituição das agroindústrias na região e ressaltou as principais potencialidades territoriais. “A agricultura familiar pode produzir produtos com maior qualidade em relação às grandes indústrias. Isso é um diferencial”, destacou Groeger.
No final da manhã, o professor e coordenador da Uergs/Unidade de Santana do Livramento, Aluízio Guedes, falou sobre o papel da agroindústria nas questões relacionadas ao desenvolvimento regional. Ele defendeu que o desenvolvimento deve partir da compreensão das realidades locais. “A agroindústria familiar é uma estratégia que pode contribuir para o desenvolvimento dos nossos municípios. Com o pequeno empreendimento local, o recurso gira no município, contribuindo com a geração de empregos e com o fortalecimento do comércio local”, pontuou Guedes.
À tarde, foram formados grupos de trabalho que desenvolveram temas sobre comercialização, formalização e gestão das agroindústrias. Também foram selecionados delegados para representar a região no Seminário Estadual de Agroindústria Familiar, que será realizado em 2013.
Durante a abertura do evento, o gerente regional da Emater/RS-Ascar, Luís Fernando Fabrício, destacou a importância de valorizar as agroindústrias como alternativas potenciais de combate ao êxodo rural. “O Programa de Agroindústria é uma alternativa para agregar valor à produção e isto pode estimular a permanência do jovem no campo”, disse. O presidente da Associação dos Secretários de Agricultura da Fronteira Oeste, Luiz Ipólito, se pronunciou no mesmo sentido. “É importante que as agroindústrias sejam construídas no meio rural, para que o nosso jovem possa ser atraído a permanecer no campo”, reforçou.
O diretor do IF Farroupilha, Rodrigo Machado, falou sobre a necessidade de debater o tema. “Esta discussão é fundamental para a agricultura familiar, porque é uma excelente oportunidade de trabalho e uma alternativa de desenvolvimento regional”, destacou.
Programa de Agroindústria Familiar – Sabor Gaúcho
O Programa de Agroindústria Familiar – Sabor Gaúcho tem como objetivo possibilitar aos agricultores familiares a agregação de valor à produção primária, melhorando a renda e as condições de vida de suas famílias. O projeto também busca contribuir para o desencadeamento de um processo de desenvolvimento socioeconômico em nível estadual, regional e municipal, tendo com consequência a permanência das famílias no meio rural.
O público do programa é formado por agricultores familiares, assentados da reforma agrária, pescadores profissionais artesanais, indígenas e quilombolas. Para acessar o programa os interessados devem procurar os escritórios locais da Emater/RS-Ascar nos municípios.
- Assistência Técnica na elaboração e no encaminhamento de projetos financeiros, sanitários e ambientais para a implantação das agroindústrias familiares;
- Financiamento para investimento e capital de giro;
- Disponibilização de material técnico para agricultores familiares e entidades parceiras;
- Qualificação profissional de agricultores familiares;
- Autorização para utilização do selo Sabor Gaúcho;
- Apoio à comercialização dos produtos das agroindústrias familiares em feiras, pontos de venda da agricultura familiar e mercados institucionais, atacadistas e varejistas.
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