Safras de grãos e café serão divulgadas nesta quinta
A sustentabilidade da expansão da produção de óleo de palma, conhecido como dendê, é o objetivo do Seminário Internacional sobre o Programa de Produção Sustentável de Palma de Óleo no Brasil.
O encontro, que faz parte das atividades de lançamento do programa, acontece nestas quinta e sexta-feiras (06 e 07/05), no Hangar do Centro de Convenções e Feiras da Amazônia, em Belém/PA.
O aproveitamento de terras antropizadas, onde há ocupação do homem exercendo diversas atividades, para o plantio da oleaginosa com suporte técnico e científico, a produtividade e rentabilidade da palma e a agregação de valor à produção serão alguns dos temas do seminário. São esperados mais de 200 participantes, entre gestores públicos, pesquisadores, representantes da cadeia produtiva, ambientalistas e agricultores familiares.
"Todos os enfoques da produção sustentável de dendê na região amazônica brasileira serão abordados. Queremos deixar claro que o País poderá se tornar um dos maiores produtores mundiais de óleo de palma, sem necessidade de derrubar uma única árvore. Além disso, o cultivo da oleaginosa poderá induzir a recomposição da reserva legal e a recuperação de áreas em estágios de degradação, gerando emprego, renda e desenvolvimento sustentável", afirma o coordenador-geral de Agroenergia do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Denilson Ferreira.
Serviço
Seminário Internacional de Lançamento do Programa de Produção Sustentável de Palma de Óleo no Brasil
Data: 6 e 7.5.2010 (quinta e sexta-feiras)
Hora: dia 6, das 19h00 às 21 horas; dia 7, das 8h30 às 18h30
Local: Hangar do Centro de Convenções e Feiras da Amazônia - Belém/PA
“O plantio de palma na região amazônica cria um novo horizonte de possibilidades para os agricultores brasileiros”, afirmou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no lançamento do programa de produção sustentável de palma de óleo no Brasil, nesta quinta-feira (6), no município de Tomé Açú/PA.
O presidente apresentou um conjunto de ações do governo federal que orientam sobre as áreas aptas para o cultivo da palma, também conhecida como dendê, fomentam o uso de tecnologias, melhoramento genético e capacitação técnica, além da concessão de linhas de crédito rural para incentivar a produção.
Segundo o presidente, além de gerar emprego e renda, o programa induz o desenvolvimento social e ambiental da região. “Será proibido cortar uma árvore sequer para o plantio da palma, vamos utilizar apenas as áreas já desmatadas no passado”, explicou. Também não será permitido o plantio da oleaginosa em áreas de preservação ambiental e reservas indígenas.
Empregos - “Cada área de 10 hectares de plantação de palma gera um emprego. Resultado três vezes superior à média nacional no campo”, disse. Além disso, a renda dos produtores da região, que hoje é de R$ 415,00, pode chegar a R$ 2 mil com a cultura da oleaginosa, apontada pelo presidente como a commodity agrícola mais valorizada do mundo.
Programa de Produção Sustentável de Palma de Óleo no Brasil proíbe derrubada de floresta, determina áreas aptas para plantio, oferece linhas de crédito especiais e amplia assistência técnica
Em iniciativa inédita, o Governo Federal lança, nesta quinta-feira (6), em Belém/PA, um conjunto de ações para disciplinar a expansão do cultivo de palma de óleo no território brasileiro. Para garantir a sustentabilidade da produção, ficará proibida a utilização de 86,4% das áreas aptas para plantio da palma de óleo, e de 96,3% da área total do território brasileiro.
O óleo, extraído do fruto da palma, é hoje o mais utilizado pela indústria alimentícia em todo o mundo, porque é o melhor substituto para gordura trans, por ser rico em vitaminas A e E, além de ser recomendado como complemento nutritivo para populações de baixa renda. Também está presente nos produtos de higiene e limpeza, lubrificantes e até mesmo na produção de biocombustível.
Tantos usos fizeram o consumo mundial do óleo de palma saltar de 17 para 45 milhões de toneladas entre 1998 e 2009. Hoje, o produto responde por mais de um terço do total de óleo vegetal consumido no planeta.
Esta é a primeira vez que um programa desta envergadura - que engloba controle de áreas de plantio, crédito, pesquisa e formação técnica - será implementado por um país produtor na origem de uma política pública para o setor. O principal objetivo do Programa de Produção Sustentável de Palma de Óleo no Brasil é disciplinar a expansão da produção de óleo e ofertar instrumentos para garantir uma produção em bases ambientais e sociais sustentáveis.
Diferente de outras experiências, o programa brasileiro de produção de Palma de Óleo nasce com diretrizes e normas ambientais que disciplinam a expansão do cultivo. A produção ficará restrita às áreas desmatadas no passado. O programa nasce sob o signo da sustentabilidade. Para isso, o Governo Federal estabeleceu critérios ambientais à frente dos exigidos pelos compradores internacionais, como a vedação expressa de supressão de vegetação nativa em todo o território nacional.
Restrições - O Zoneamento Agroecológico da Palma (ZAE) é um instrumento de ordenamento territorial utilizado pelo governo federal para que o País garanta a expansão do cultivo da palma de óleo em bases sustentáveis. O levantamento das terras aptas para o cultivo foi realizado sob a coordenação da Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuária Embrapa, e somente indicou áreas já antropizadas. Além disso, um Projeto de Lei enviado pelo Governo Federal ao Congresso Nacional prevê a proibição da supressão de vegetação nativa em todo o território nacional e a exclusão de todas as áreas de conservação, reservas indígenas e áreas de quilombo para plantio da palma de óleo. As áreas priorizadas pelo programa são as degradadas na Amazônia Legal (Acre, Amazonas, Amapá, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia e Roraima) e as áreas utilizadas para cana-de-açúcar do Nordeste .
Agricultura familiar - As áreas destinadas pelo ZAE ao cultivo da palma de óleo são também regiões com forte presença da agricultura familiar. A proposta do programa é oferecer condições para que os investidores incorporem estes agricultores como parceiros. A palma pode oferecer uma alternativa de produção sustentável, com alta produtividade e rentabilidade. A projeção é de que uma família consiga aumentar a renda mensal de R$ 415, provenientes do trabalho nas lavouras de mandioca ou na extração do açaí, para até R$ 2 mil.
Produto estratégico para o Brasil - A indústria, os agricultores e o governo federal vêem no cultivo do óleo de palma uma atividade econômica com uma série de vantagens e oportunidades. Para se ter uma idéia do tamanho do mercado nacional, em 2008 o Brasil importou 63% do produto destinado à indústria, um crescimento de 45% em relação a 2003. Isso sem contar com o mercado internacional, que cresce em igual proporção.
Confira os Instrumentos indutores do Programa de Produção Sustentável de Óleo de Palma no Brasil:
A produção sustentável do óleo de palma, também conhecido como dendê, é a meta do governo federal com o lançamento do Programa de Produção Sustentável de Palma de Óleo no Brasil. A iniciativa orienta quanto às áreas aptas para o cultivo da planta na região amazônica, fomenta o uso de tecnologias e a formação técnica para o desenvolvimento da cultura, além de conceder crédito para incentivar a produção.
O programa também oferece condições aos investidores e empresários para o processamento e fabricação do óleo, incorporando os agricultores familiares da região amazônica como parceiros no fornecimento de matéria-prima, já que a palma pode ser uma alternativa de produção sustentável, com alta produtividade e rentabilidade. A expectativa é que uma família de agricultores consiga aumentar sua renda mensal média de R$ 415, adotada na região, proveniente do trabalho nas lavouras de mandioca ou na extração do açaí, para R$ 2 mil.
O óleo extraído da palma é o mais utilizado no mundo, alcançando 45,88 milhões de toneladas na safra 2009/2010. Os maiores produtores são a Indonésia, Malásia e Tailândia. Considerado por especialistas do Instituto do Coração (InCor) e da Universidade de São Paulo (USP) como o melhor substituto para a gordura trans, é rico em vitaminas A e E, sendo considerado uma excelente opção para consumo.
Para a comunidade amazônica, indústria, agricultores e governo federal, o cultivo do óleo de palma é uma atividade econômica com uma série de vantagens e oportunidades. Para se ter ideia do tamanho do mercado nacional, em 2008, o Brasil importou 63% do produto destinado à indústria, crescimento de 45% em relação a 2003. Isso sem contar com o mercado internacional, que cresce em igual proporção.
Ordenamento territorial - Hoje, são aproximadamente 13 milhões de hectares cultivados de palma em todo o mundo. O Programa de Produção Sustentável de Palma de Óleo no Brasil, que estabelece o Zoneamento Agroecológico, identifica 31,8 milhões de hectares de terras adequadas ao plantio da oleaginosa, sendo 29 milhões na Amazônia e 2,8 milhões nas regiões sudeste e Nordeste. A produção ficará restrita às áreas desmatadas no passado, para garantir a sustentabilidade da ação.
O levantamento das terras aptas para o cultivo do dendê foi realizado pela equipe da unidade de Solos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e só indicou áreas já antropizadas. Além disso, projeto de lei enviado pelo governo federal ao Congresso Nacional prevê a proibição da supressão de vegetação nativa em todo o território nacional e a exclusão de todas as unidades de conservação nas propostas de plantio de dendê. O estudo indicou áreas propícias na Amazônia Legal (Acre, Amazonas, Amapá, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia e Roraima) e nas regiões Nordeste (Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia) e Sudeste (Rio de Janeiro e Espírito Santos).
Tecnologia - O fomento às iniciativas de pesquisa, desenvolvimento, inovação e transferência de tecnologias voltadas à cultura também está previsto no programa. O governo federal investirá R$ 60 milhões, por meio da Embrapa, com o objetivo de garantir a produtividade, competitividade e sustentabilidade da produção. Nesse contexto, está a ampliação e modernização da infraestrutura para preparação de sementes e mudas e a articulação de parcerias internacionais com centros de excelência em palma de óleo. Também foi estruturado um curso de capacitação em palma para a formação de 160 técnicos em extensão rural, prevista para este ano.
Crédito - A inclusão da oleaginosa das linhas de crédito dos programas de Estímulo à Produção Agropecuária Sustentável (Produsa) e de Plantio Comercial e Recuperação de Florestas (Propflora) já é realidade. A medida incentiva a contratação de operações de créditos de investimento destinados à cultura do dendê, especialmente quando o projeto prevê a recuperação de áreas degradadas. No caso da agricultura familiar, o governo federal também abriu a possibilidade de financiamento do dendê por meio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).
Para garantir a continuidade do Programa de Produção Sustentável de Palma de Óleo no Brasil, lançado nesta quinta-feira (6), são necessárias ações para pesquisa, desenvolvimento, inovação e transferência de tecnologia de curto, médio e longo prazos. Para isso, o governo federal investirá, por meio da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), aproximadamente R$ 60 milhões, no Sistema Nacional de Pesquisa Agropecuária (SNPA), em iniciativas dos segmentos da cadeia produtiva da palma de óleo.
"O melhoramento genético, a ampliação e modernização da infraestrutura de produção de sementes e mudas, a articulação de parcerias internacionais com centros de excelência em palma de óleo fazem parte das ações de pesquisa e inovação", informa o chefe-geral da Embrapa Agroenergia, Frederico Durães. Para ele, o avanço no programa de melhoramento pode proporcionar produção média de oito milhões de sementes nos próximos anos, volume suficiente para o cultivo de dendezais em 40 mil hectares ao ano na região amazônica.
Capacitação - O curso de capacitação em produção de palma, para 160 técnicos de extensão rural foi estruturado em conjunto pelos ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e Desenvolvimento Agrário (MDA) com a Embrapa. Segundo o gerente-geral da Embrapa Transferência de Tecnologia, Ronaldo Pereira de Andrade, para o produtor ter acesso ao crédito rural é fundamental a presença de um desses técnicos habilitados pelo curso, na região da sua propriedade rural, para prestar as devidas orientações. Ele explica, ainda, que as aulas acontecerão em Belém/PA, na Embrapa Amazônia Oriental, com quatro módulos: gestão, social, técnico e econômico.
Espaço de Diálogo - Também será criada a Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Palma, no âmbito do Conselho do Agronegócio do Mapa, como parte das ações do Programa de Produção Sustentável de Palma de Óleo no Brasil. A câmara setorial terá representantes do governo federal e da cadeia produtiva da oleaginosa. "Teremos um espaço institucional para identificar oportunidades de desenvolvimento da cadeia produtiva", afirma o coordenador-geral de Agroenergia do Mapa, Denilson Ferreira. Segundo Ferreira, as ações garantirão o sucesso do programa a longo praz.
O Brasil possui, aproximadamente, 31 milhões de hectares adequados ao plantio de palma no Acre, Amazonas, Amapá, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia e Roraima. Hoje, apenas Pará, Bahia e Amazonas produzem a oleaginosa, ema área de 70 mil hectares. A produção abrange cerca de 13 milhões de hectares. O levantamento das terras aptas para o cultivo do dendê seguiu a metodologia do Zoneamento Agroecológico da Palma, estudo realizado pelo Centro Nacional de Pesquisas de Solos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em parceria com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Todas as áreas indicadas já se encontram antropizadas, isto é, são terras onde há ocupação do homem exercendo diversas atividades. O estudo, que orientará a formulação de políticas públicas para a produção sustentável da palma, inovou ao adotar critérios econômicos, sociais e ambientais que contribuem para um modelo sustentável de expansão dessa agroindústria no Brasil.
"O levantamento ficou restrito às áreas desmatadas da Amazônia e baseou-se nos estudos de solo da região e na avaliação de aptidão das terras, juntamente com as condições climáticas", aponta Antônio Ramalho Filho, um dos responsáveis pela elaboração do zoneamento, juntamente com Celso Mazatto, ambos pesquisadores da Embrapa Solos e Embrapa Meio Ambiente. Segundo Ramalho, após o cruzamento dessas informações, chegou-se ao resultado final. "Foram realizadas pesquisas em dois níveis, um utilizando tecnologia mais simples, para as pequenas terras, e outro com tecnologia mais avançada, para as grandes propriedades", informa. Assim, foi possível atender desde a pequena agricultura até a de maior escala.
Lei - Além disso, um projeto de lei enviado pelo governo federal ao Congresso Nacional prevê a proibição da supressão de vegetação nativa em todo o território nacional e do plantio de dendê em todas as unidades de conservação, terras indígenas e áreas de quilombo. As áreas priorizadas pelo programa são as antropizadas na Amazônia Legal (Acre, Amazonas, Amapá, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia e Roraima) e as consolidadas para a atividade agrícola nas regiões Nordeste (Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia) e Sudeste (Espírito Santo e Rio de Janeiro).
Como parte das ações do Programa de Produção Sustentável de Palma de Óleo no Brasil, o cultivo da oleaginosa foi incluído nos programas de Estímulo à Produção Agropecuária Sustentável (Produsa) e de Plantio Comercial e Recuperação de Florestas (Propflora). A medida incentiva a contratação de operações de crédito de investimento destinadas à cultura do dendê, especialmente, quando cultivado em áreas degradadas.
O Produsa, executado com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), poderá financiar a implantação da cultura de dendê, como projeto de recuperação de áreas degradadas, aplicando-se, neste caso, a taxa de juros de 5,75% ao ano. Também foram estipuladas as condições de pagamento, que incluem prazo de até 12 anos, com seis anos de carência.
Já o Propflora, que antes restringia o financiamento da cultura para a produção de biocombustível, agora prevê crédito para a implantação e manutenção das atividades ligadas à palma. Também foi elevado para R$ 300 mil o limite de crédito do programa, atendendo antiga solicitação do setor de florestas plantadas. O prazo de pagamento foi fixado em até 12 anos, com seis anos de carência.
"A palma é uma planta extraordinária. Quando se trata de óleo, a cultura produz dez vezes mais que a soja na mesma área. Além disso, é responsável por 30% de todo óleo vegetal produzido no mundo." A afirmação é do ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Wagner Rossi, que participou do programa Bom Dia Ministro, coordenado pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República e apresentado nessa quarta-feira (5).
Segundo o ministro, o Programa de Produção Sustentável de Palma de Óleo no Brasil, lançado pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, nesta quinta-feira (6), vai possibilitar a multiplicação da cultura no Brasil. "Hoje, 90% da palma é produzida no Pará e o zoneamento agrícola, elaborado pelo Ministério da Agricultura, mostra que temos, no mínimo, 29 milhões de hectares disponíveis onde a palma poderia ser usada com eficiência na região amazônica", ressaltou.
Rossi disse, ainda, que a área plantada da cultura no País é de 76 mil hectares, o que representa produção de 190 mil toneladas. O consumo interno é de 450 mil toneladas. "Importamos, no último ano, 255 mil toneladas. Então, o produtor que decidir plantar palma vai abastecer o mercado interno e exportar também, já que esse mercado está concentrado em apenas dois países: Tailândia e Indonésia, que abrangem 90%", enfatizou.
Com a plantação de 10 hectares de palma o produtor tem condições de receber R$ 2 mil por mês. "Não tem outra cultura que possa ser usada pelo agricultor familiar que dê esse resultado", ressaltou o ministro.
Financiamento - O governo já colocou à disposição do programa R$ 60 milhões. De acordo com Rossi, o financiamento concede ao pequeno produtor prazo de 14 anos, com seis anos de carência e juros de 2% ao ano. "Assim, é possível produzir a palma, explorá-la economicamente, para depois começar a pagar o financiamento", informou o ministro.
Kelly Beltrão e Sophia Gebrim
Mapa
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