Seminário da Fundação Fórum Campinas debate defesa fitossanitária

08.12.2009 | 21:59 (UTC -3)

O próximo seminário da Fundação Fórum Campinas, nesta sexta-feira (11/12), das 8h30 às 17h, no Instituto Agronômico de Campinas/SP, irá abordar defesa fitossanitária no agronegócio, produção agrícola e ambiente.

Na parte da manhã, o pesquisador Luiz Alexandre Nogueira de Sá, da Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP), irá abordar a defesa fitossanitária no Brasil, a diversidade de agroecossistemas e de estratégias de manejo diferenciadas atreladas às características climáticas predominantes no território brasileiro e ao incremento considerável no intercâmbio de produtos agrícolas entre diversos países. Sá é responsável pelo Laboratório de Quarentena "Costa Lima", na Embrapa Meio Ambiente.

Conforme o pesquisador, os acordos comerciais internacionais favorecem a ocorrência de grande diversidade de pragas e doenças, além da introdução e estabelecimento de outras que já se manifestam como de alto impacto negativo aos cultivos agrícolas. Desse modo, métodos de monitoramento, de controle e de avaliações do potencial de dano daquelas já identificadas, bem como para o acompanhamento das recém chegadas e do risco das novas introduções, devem ser considerados como estratégicos pela defesa agropecuária nacional.

Nesse contexto, as atividades de quarentena de organismos vivos tornam-se fundamentais. O aumento crescente de barreiras fitossanitárias impostas por países importadores de produtos brasileiros, além de aspectos logísticos e operacionais decorrentes da globalização de mercados, vem aumentando as preocupações com as contaminação e entrada de pragas exóticas ao país. A Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento - Mapa destaca a importância de se acompanhar a expansão da agricultura brasileira por meio da apresentação de "medidas modernas e eficazes para detectar e reduzir a disseminação das pragas entre as regiões e unidades federativas, além de impedir a entrada de pragas exóticas".

"Assim, explica Sá, a apresentação de medidas quarentenárias que antecipem a introdução de pragas ou que auxiliem o acompanhamento de aspectos favoráveis à introdução, agilizando alertas, propiciando aspectos estratégicos voltados ao monitoramento e a introdução de bioagentes, bem como subsidiando a regulamentação de danos em materiais vegetais propagativos, baseados em uma única técnica ou protocolo de diagnose é imprescindível".

"Há que se salientar que toda movimentação de material biológico confere risco de introdução de novas pragas em áreas onde ainda não estavam presentes, variando de acordo com o grupo de organismos envolvidos. Uma das características que facilita o transporte não intencional de organismos indesejáveis é seu tamanho reduzido. Essa dispersão pode representar riscos, uma vez que podem ser vetores de doenças ou de outros organismos patogênicos. Nesse cenário, os Laboratórios de Quarentena desempenham um papel importante nos programas de proteção de plantas, por terem como objetivo a redução da probabilidade de introdução no país de organismos indesejáveis que poderão estar associados aos benéficos ou a plantas que se deseja introduzir.

O controle biológico clássico de pragas envolve a ação de organismos vivos em seus ecossistemas nativos ou em outros ecossistemas, quando introduzidos na expectativa de que se estabeleçam e promovam o efetivo controle. Sua utilização requer intercâmbio contínuo, responsável e seguro de inimigos naturais entre países, como também a conservação in situ das espécies de inimigos naturais nativos em seus diferentes habitats.

A segunda palestra da manhã, de Ligia Martucci, do Escritório de Defesa Agropecuária de Campinas, aborda a atuação da coordenação de defesa agropecuária no agronegócio brasileiro.

Na parte da tarde, Adilson Kososki, do Mapa, fala sobre produção integrada de sistemas agropecuários em microbacias hidrográficas e Lilia Salgado de Morais, pesquisadora da Embrapa Meio Ambiente irá tratar da interferência dos fatores ambientais nos fitoterápicos.

Conforme Lilia, os óleos essenciais constituem um dos mais importantes grupos de matérias primas para as indústrias de alimentos, farmacêutica, perfumaria e afins. São constituídos por uma mistura complexa de diversas classes de substâncias, dentre elas os fenilpropanóides, mono e sesquiterpenos, pertencentes ao metabolismo secundários das plantas. O metabolismo secundário por sua vez pode ser influenciado, dentre outros, por fatores genéticos, climáticos (temperatura, intensidade de luz, sazonalidade, etc.) e edáficos. A alteração na composição química dos óleos essenciais pode acarretar em mudanças na atividade biológica dos mesmos e, consequentemente, atividades farmacológicas diferentes.

Observa-se que, grande parte das espécies popularmente utilizadas, encontra-se próxima ao estado silvestre, mantendo forte interação com o ambiente. Informações sobre o efeito de condições ambientais no metabolismo secundário de plantas provêm principalmente de esforços da pesquisa para maximizar a produção de constituintes ativos de espécies medicinais e aromáticas. Como aplicação prática, avanços no sentido de compreender a influência dos fatores ambientais na regulação de biossíntese de metabólitos secundários, podem contribuir para um aumento na produção de compostos de interesse nestas espécies.

Serviço

Auditório do Instituto Agronômico de Campinas – IAC

Av. Barão de Itapura, 1481, Campinas, SP

Inscrições pelo site

Cristina Tordin

Embrapa Meio Ambiente

/ 19.3311.2608

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