Seminário ambiental reúne 200 pessoas em Arvorezinha

Com a presença de produtores de Agudo, Arvorezinha, Cristal e Santa Cruz do Sul, além de autoridades, representantes de empresas, entidades e imprensa, foi realizado na última quarta-feira (7/7), no ginásio da Comunidade Católica de Arvorezinha, o primeiro seminário ambiental que integra as ações do Programa Microbacias, promovido pelo SindiTabaco - Sindicato da Indústria do Tabaco e empresas associadas, com apoio da Emater, Afubra, Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e prefeitura municipal de Arvorezinha.

Iro Schünke, presidente do SindiTabaco, abriu o evento agradecendo a presença e interesse dos produtores. “Este programa está sendo realizado desde 2005, agora começamos a demonstrar os resultados do monitoramento feito na microbacia do Arroio Lajeado Ferreira, na localidade de Cândido Brum. A partir de agora, a idéia é difundir estes resultados e, principalmente, os conhecimentos gerados nesta microbacia e nas outras três que seguem o programa no Estado, para que o produtor de tabaco continue sua produção pensando também na sustentabilidade da cadeia produtiva”, disse.

O coordenador do programa, Jean Minella, do Departamento de Solos da UFSM, apresentou os resultados do Programa Microbacias em Arvorezinha. “Observamos que a introdução gradual de práticas de conservação de solo como o cultivo mínimo diminuiu significativamente a quantidade de sedimentos encontrados na bacia”, revelou ao demonstrar gráfico que apontava uma produção anual de 200 toneladas de sedimentos em 2005 e 50 toneladas na última medição, cinco anos após o início do Programa.

À conservação do solo deve estar associada a preservação das matas no entorno da bacia. “As matas ciliares são como os cílios dos olhos, servem para proteger os cursos d’água da erosão”, completou Michele Moro, engenheira agrônoma e pesquisadora da UFRGS.

A programação do seminário integrou ainda duas palestras sobre legislação ambiental. O advogado especialista em direito ambiental, responsável pela Agência Regional do DEFAP do Vale do Taquari, Milton Landri Stake, falou sobre o código florestal brasileiro e a responsabilidade do produtor em cumprir a lei, tendo o controle dos recursos hídricos, da fauna e da flora de sua propriedade. Já Dirceu Slongo, da Emater-RS, explicou questões relacionadas à declaração de regularidade ambiental

Após as palestras, os produtores fizeram visitas em quatro estações de monitoramento de propriedades demonstrativas, consideradas modelos das boas práticas de conservação do solo e dos recursos hídricos. “A intenção é que a Microbacia da localidade de Cândido Brum, sirva no futuro como um exemplo para multiplicação das práticas de conservação de solo, preservação e educação ambiental. Quantificando os resultados neste pequeno universo será possível disseminar e projetar as atividades para as demais comunidades envolvidas no programa a todos os produtores de tabaco do Sul do país”, revela o presidente do SindiTabaco, Iro Schünke.

Para Jean Minella, a aplicação das boas práticas agrícolas traz benefícios não somente ao meio-ambiente, mas impacta de forma positiva na questão econômica. “Os aspectos econômicos e ambientais se complementam. Com o uso do cultivo mínimo, por exemplo, não se protagoniza somente a conservação do solo. O produtor acaba também tendo uma menor demanda de mão-de-obra, gerando economia e aumento da produtividade”, avalia o coordenador.

Realizado desde 2005, com o objetivo de avaliar o impacto das atividades agrícolas e de ocupação das terras sobre o solo e os recursos hídricos. Por meio de coleta de amostras junto à microbacia de Arvorezinha, o acompanhamento é realizado por pesquisadores do Departamento de Solos da UFSM, Instituto de Pesquisas Hidráulicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (IPH/UFRGS), além de parcerias internacionais com universidades da Inglaterra e dos Estados Unidos. Ações semelhantes são desenvolvidas em microbacias de Agudo, Cristal e Santa Cruz do Sul.

Andreoli MS&L