Sementes de Estilosantes e Andropogon de partida para o fim do mundo

O cofre do fim do mundo receberá novas amostras no próximo ano

21.12.2021 | 15:25 (UTC -3)
Embrapa Cerrados

O cofre do fim do mundo, ou em inglês Svalbard Global Seed Vault, vai receber no próximo ano 322 amostras de acessos de Stylosanthes guianensis e duas amostras de duas cultivares de Andropogon gayanus, a cv Planaltina, primeira cultivar de forrageira tropical lançada pela Embrapa em 1980, e da BRS Sarandi que será lançada em 2022. As amostras são originárias do Banco Ativo de Germoplasma (BAG) de forrageiras da Embrapa Cerrados. 

O BAG foi estabelecido em 1976 e armazena mais de 2500 acessos dos principais gêneros e espécies de gramíneas e leguminosas forrageiras tropicais com potencial para utilização em sistemas de produção pecuário, sistemas agrícolas integrados, sistemas de produção de biomassa para geração de energia e também para o desenvolvimento de novos produtos para a bioecnomia. "Algumas das espécies de gramíneas e leguminosas armazenadas são endêmicas do Brasil, representando uma amostra da biodiversidade do Bioma Cerrado", explica o pesquisador da Embrapa Cerrados, Marcelo Ayres.

O cofre do fim do mundo está localizado em um conjunto de ilhas remotas, conhecidas como o arquipélago de Svalbard, no Círculo Polar Ártico, no território da Noruega. Trata-se de uma iniciativa do governo desse país em parceria com a Organização das Nações Unidas (ONU). O projeto tem como objetivo proteger o material genético contra as ameaças enfrentadas pelos bancos de germoplasma em todo o mundo.

O cofre foi inaugurado em 2008 e, desde então, recebeu quase um milhão de amostras de sementes, das mais diversas espécies, enviadas por mais de 70 países. A estrutura foi planejada para oferecer proteção contra eventos climáticos catastróficos e até explosões nucleares. As câmaras de sementes estão localizadas a uma profundidade de 130 metros, com as temperaturas mantidas a -18ºC, em baixa umidade, possibilitando um armazenamento de longo prazo. 

A implementação da participação da Embrapa foi possível graças a um acordo firmado entre a empresa e o Real Ministério de Agricultura e Alimentação da Noruega, em 2008. O Brasil já enviou mais de 100 mil amostras. Em 2022 está prevista uma nova remessa de sementes de recursos genéticos armazenados nos bancos de germoplasma da empresa.

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