Sementes crioulas buscam valorização

As sementes crioulas têm forte presença nos sítios e chácaras de agricultores familiares gaúchos, mas sofrem com entraves para obter o reconhecimento legal e, consequentemente, poderem ter livre comercialização e acesso à proteção de instrumentos como seguro e financiamento. Na quinta feira (1º), produtores rurais vão se reunir com o setor da pesquisa e extensão no “Seminário Agrobiodiversidade e Segurança Alimentar” para analisar como incrementar o espaço das variedades crioulas na agricultura familiar brasileira. O evento será realizado na sede da Embrapa Clima Temperado (Pelotas/RS).

As sementes crioulas – seja, por exemplo, de milho ou feijão – são conhecidas por passarem por um processo de adaptação natural, ao longo dos anos, nas próprias propriedades rurais. Não há processo químico envolvido. As plantas passam por melhorias naturalmente, através de processos biológicos naturais.

Atualmente, as variedades crioulas sofrem com a falta de amparo legal. O segmento está fora do atual sistema de registro, que exige testes técnicos inviáveis para os agricultores familiares. Os reflexos são entraves para a comercialização e limitações para a obtenção de financiamento e seguro para os produtores.

“Precisamos encontrar caminhos que valorizem a semente crioula”, comenta o pesquisador Irajá Ferreira Antunes, coordenador do Seminário. De acordo com o pesquisador, a ideia é identificar as variedades como patrimônio imaterial. Por seu valor cultural, as sementes crioulas seguiriam padrões próprios de certificação e registro.

O evento vai reunir agricultores familiares, pesquisadores, estudantes, extensionistas e técnicos de instituições representativas de produtores durante toda a quinta-feira para trabalhar a temática da agrobiodiversidade e da segurança alimentar.

As inscrições online foram encerradas e, agora, só poderão ser feitas no dia e local do evento. O Seminário é uma realização conjunta da Embrapa Clima Temperado e da Universidade Federal de Pelotas (UFPel).

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