Agronegócio paulista exporta US$ 1,7 bilhão em janeiro
Neste sábado (26), o secretário de Estado da Agricultura e Desenvolvimento Rural em exercício, Airton Spies, esteve no município de Camaquã, no Rio Grande do Sul, para participar da Abertura da Colheita de Arroz em 2011. Durante a abertura do evento, rizicultores catarinenses e gaúchos apresentaram uma carta com o panorama e as perspectivas do setor.
A cerimônia da colheita do arroz foi aberta pelo presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Renato Rocha, que reiterou a necessidade de uma política específica para a cultura do arroz e que compõem o elenco de reivindicações do setor encaminhadas a Brasília. Ao mesmo tempo em que manifestou sua solidariedade aos produtores catarinenses, Rocha também elogiou o comprometimento dos governos federal e estadual frente às demandas já encaminhadas a Brasília e às medidas emergenciais tomadas pelo governo para socorrer os produtores.
De acordo com a Associação Regional Sul de Produtores Rurais (Arprosul), os Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul são responsáveis por mais de 75% da produção nacional de arroz. O preço de produção gira em torno de R$30 por saca de 50 quilos, enquanto o Governo Federal estabelece R$25,80 como preço mínimo. Os produtores afirmam que o preço mínimo não está sendo respeitado, embora esteja abaixo do custo de produção, já que as sacas estão sendo compradas a R$ 23 em Santa Catarina e R$20 no Rio Grande do Sul.
Segundo o Secretário da Agricultura de Santa Catarina Airton Spies, o consumo de arroz no Brasil está estagnado com tendência na redução, pois na medida em que a renda da população aumenta, cresce o consumo de outros alimentos como: massas, biscoitos e carnes.Os custos de produção estão elevados porque máquinas, equipamentos, fretes, insumos, combustíveis, além dos impostos, estão mais elevados no Brasil do que nos países vizinhos do Mercosul. “O estado está preocupado com a situação dos produtores e busca medidas junto ao governo federal para resolver a crise”, afirma Spies.
No manifesto que a Arprosul entregou consta que os valores pagos pelo arroz inviabilizam a existência do produtor rural, que depara-se ainda com a importação de produto similar dos países do Mercosul, próximo a um milhão de toneladas. A carta ressalta ainda o endividamento dos produtores rurais agravado pelas intempéries climáticas, investimentos no preparo da terra e desvalorização do produto. “Só no ano de 2010, 9 agricultores da região da Arprosul tiraram a própria vida por vergonha de não conseguir prover o sustento de sua família com o fruto de seu esforço cotidiano”, diz o documento.
Entre as sugestões para o fomento da cadeia produtiva, está a redução da carga tributária para produtos e implementos destinados à produção rural. Segundo a Arprosul isso permitira que os produtos nacionais se tornem competitivos a nível internacional. Os manifestantes buscam ainda uma renegociação dos financiamentos destinados à produção rural e a manutenção de um preço mínimo coerente com os investimentos necessários para a produção.
Mais de seis mil produtores gaúchos e catarinenses apresentaram com faixas e cartazes, que demonstraram sua insatisfação face à grave crise que vive o setor em ambos os estados. O evento contou com a participação de produtores de arroz de Jacinto Machado, Forquilhinha, Meleiro, Turvo, Timbé do Sul, Araranguá, Tubarão e Criciúma.
Anna Bellani
Assessoria de Imprensa
Secretaria de Estado da Agricultura e Desenvolvimento Rural
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