Santa Catarina desenvolve projeto de incentivo ao cultivo de cereais de inverno

Estado está sofrendo com o déficit de milho para abastecimento da cadeia produtiva de carnes e leite; investimento é da ordem de R$ 3,2 milhões

26.04.2024 | 15:33 (UTC -3)
Secretaria de Agricultura
Foto: Aires Mariga
Foto: Aires Mariga

A Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária de Santa Catarina (SAR) anunciou o desenvolvimento do Programa de Incentivo ao Cultivo de Cereais de Inverno, com apoio para aumento da área de cultivo de trigo, triticale e cevada. Iniciativa surge frente ao déficit de milho para abastecer a cadeia produtiva de carnes e leite no Estado. Neste ano, o governo deve investir R$ 3,2 milhões para incentivar esses cultivos, valor 60% superior ao de 2023. 

Para participar do Programa, os produtores devem procurar as cooperativas ou casas agropecuárias credenciadas e formalizar a parceria. A SAR concede um apoio de até R$ 385,00 por hectare cultivado, um acréscimo de 10%, no limite de 10 hectares por produtor, desde que o cereal colhido tenha como destino a produção de ração para alimentação animal.

Santa Catarina conta com uma cadeia produtiva de proteína animal significativa e em constante crescimento. De acordo com estudo da Epagri/Cepa, para atender essa produção o Estado necessita anualmente em torno de 8 milhões de toneladas de milho  para a fabricação de ração. Na safra 2022/2023, a produção de milho em Santa Catarina foi de aproximadamente 3 milhões de toneladas, segundo dados disponíveis no Observatório Agro Catarinense. O déficit na relação de produção e consumo é de 5 milhões de toneladas, que precisam ser importadas de outros estados e países vizinhos para abastecer a cadeia produtiva catarinense.

O secretário de Estado da Agricultura e Pecuária, Valdir Colatto, afirma que esse programa é um estímulo para diversificação e agregação de valor na área rural. “Além de reduzir custos e melhorar a competitividade da pecuária, o cultivo de cereais de inverno é uma alternativa de renda adicional para as famílias rurais, pois aproveita áreas que não estavam sendo usadas no inverno e proporciona outros benefícios, como a rotação de culturas. As áreas cultivadas com cereais de inverno mantêm o solo protegido e geram receita para as famílias”, explica.

Segundo o diretor de Cooperativismo e Desenvolvimento Rural, Léo Kroth, as culturas produzidas no inverno são consideradas excelentes alternativas para suprir a escassez de milho usado para a produção de ração animal.“Segundo pesquisas desenvolvidas pela Embrapa Trigo (RS) e Embrapa Suínos e Aves (SC), esses cereais são opções viáveis para substituir o milho na formulação de rações e concentrados para alimentar suínos e aves”, enfatiza.

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