Sanidade nas lavouras de inverno é destaque no Dia de Campo da Embrapa Trigo

10.10.2011 | 20:59 (UTC -3)
Joseani M. Antunes

O clima chuvoso nos cultivos de inverno é o maior desafio do produtor no Sul. A umidade é responsável pela maioria das doenças durante o desenvolvimento das plantas, enquanto que a chuva na colheita deprecia a qualidade final, especialmente nos cereais de inverno. Nesta safra, antigos problemas mostraram intensidade, como viroses, fungos e acamamento, além da volta da bacteriose às lavouras da Região Sul. Avaliar aspectos tecnológicos relacionados à sanidade das lavouras de inverno é um dos focos do Dia de Campo da Embrapa Trigo, marcado para 11/10, às margens da BR 285, em Passo Fundo, RS.

A colheita do trigo começa agora no Rio Grande do Sul. Apesar da incidência de viroses, como Mosaico Comum do Trigo e Vírus do Nanismo Amarelo da Cevada (VNAC), os produtores estão satisfeitos com a aparência das lavouras e a expectativa é colher apenas entre 5 e 10% a menos em comparação com a safra passada. É o caso produtor Fábio da Silva Pólo, da ASP Sementes, com sede em Santo Augusto, RS. “O trigo mostrou sintomas de viroses e até pontos de acamamento em função de glebas mais férteis e da chuva que fez as plantas crescerem bastante, mas, de uma forma geral, não vão comprometer o rendimento das lavouras”, avalia o produtor. A colheita da ASP está prevista para começar em 15 de outubro, com expectativa de rendimento de 3.500 quilos por hectare (kg/ha) na produção de sementes. Segundo o informativo da Emater/RS, a média esperada nas lavouras é de 2 mil kg/ha no trigo.

Além das viroses, as manchas foliares também prejudicaram o desenvolvimento inicial dos cereais. Doenças como oídio e mancha amarela foram bem controladas com a aplicação de fungicida, mas a chuva associada às temperaturas mais altas favoreceram a ferrugem da folha, exigindo do produtor mais investimento em duas a três aplicações ao longo da safra. Agora, o produtor acompanha apreensivo o clima para fugir da giberela e da chuva na colheita.

Na canola, o clima instável favoreceu a bactéria Xanthomonas campestris, que apareceu nas lavouras do Paraná e do Rio Grande do Sul, trazendo prejuízos que podem reduzir a colheita em até 20 sacos nos locais mais afetados. Na Região Noroeste do RS, por exemplo, choveu 378 milímetros a mais no período de maio a agosto, com 42h a menos de sol, ambiente muito adequado para as doenças.

Estes são alguns dos temas previstos para o Dia de Campo da Embrapa Trigo, no dia 11/10. A programação, voltada para estudantes no período da manhã e produtores no turno da tarde, inclui também estações de cultivares de trigo, cevada, triticale e centeio, manejo e sistemas de produção. Na semana anterior ao evento estavam contabilizados 380 inscritos.

A programação completa está no site da Embrapa Trigo, em www.cnpt.embrapa.br. Confira o convite também no vídeo em

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Paulo Kurtz

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