Safra de grãos 2024-25 promete novo recorde no Brasil

Cenário acirra debate sobre desafios e oportunidades para o agro brasileiro

06.11.2024 | 15:51 (UTC -3)
Robson Silva, edição Revista Cultivar

A estimativa inicial para a safra 2024/25, divulgada recentemente pela Conab, aponta para um novo recorde de produção no Brasil, com 322,47 milhões de toneladas de grãos, um aumento de 8,3% em relação ao ciclo anterior. A confirmação desses números representaria um marco histórico para a produção agrícola brasileira, reforçando o papel do setor na economia nacional. É o que indica o economista e professor Felipe Serigatti (na foto), da Fundação Getúlio Vargas, que analisou os desafios e as oportunidades dessa previsão de safra em podcast produzido pela Indigo Ag.

“A safra de soja, com 166 milhões de toneladas projetadas, representa um avanço de 13% sobre a safra anterior. É uma conquista impressionante, ainda mais se levarmos em conta que houve um aumento de área de plantio de apenas 2,8%”, ressalta Serigatti, destacando a eficiência na produção agrícola. “Isso é reflexo direto de como o agro brasileiro tem adotado inovações para otimizar a produtividade.”

Ponto chave deste avanço, na opinião do especialista, é a relevância da inovação tecnológica no campo. Serigatti explicou que tecnologias como os bioinsumos e sistemas de plantio integrado têm impulsionado a competitividade do agro brasileiro.

Cenário internacional

Ainda durante a conversa, André Serigatti destaca ainda o contexto geopolítico, especialmente em relação à demanda chinesa, que pode influenciar os preços e a competitividade das exportações brasileiras. Com uma expectativa de clima neutro no início de 2025, tanto o Brasil quanto os Estados Unidos devem ter boas safras, aumentando a oferta global e gerando uma possível pressão baixista nos preços.

“Essa ampliação na oferta global traz mais volatilidade para o mercado, o que pode reduzir as margens de lucro dos produtores. No entanto, o Brasil se beneficia de uma vantagem competitiva estratégica, pois é visto como um parceiro confiável pela China, nosso maior comprador de grãos”, comenta Serigatti.

Ele acrescenta que essa posição, embora vantajosa, exige que o país esteja preparado para competir com novos players internacionais que também buscam espaço no mercado chinês e global.

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