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As lavouras de soja, milho e arroz no Rio Grande do Sul avançam para a reta final do ciclo produtivo. A estiagem prolongada afetou a produtividade da soja, enquanto o milho mantém bons rendimentos, mas com desafios fitossanitários. No arroz, a safra segue dentro das expectativas iniciais, mas a queda nos preços preocupa os produtores. As informações são da Emater/RS.
A colheita da soja começou, mas atingiu apenas 1% da área até o momento. A maior parte das lavouras (56%) está em enchimento de grãos, enquanto 12% já entraram na maturação. A produtividade inicial está abaixo do esperado, reflexo da estiagem e das altas temperaturas.
Os impactos da falta de chuvas variam conforme a região. No Centro-Oeste do estado, lavouras apresentam plantas com menor desenvolvimento, sem fechamento de entrelinhas e com predomínio de hastes únicas. Já no Leste, onde as chuvas foram mais significativas, o potencial produtivo segue satisfatório, mas a cultura ainda necessita de umidade para a formação completa dos grãos.
Do ponto de vista fitossanitário, há registro de tripes e ácaros no Noroeste do Estado, o que exigiu controle químico. Além disso, houve necessidade de aplicação de fungicidas contra a ferrugem-asiática. Apesar da presença de mosca-branca, percevejos e lagartas, os níveis dessas pragas ainda estão abaixo do limite econômico de dano. A floração tardia em lavouras mais adiantadas preocupa os produtores, pois pode comprometer a maturação uniforme e dificultar a colheita.
As regiões administrativas da Emater/RS-Ascar apresentam cenários distintos. Em Bagé, as chuvas ajudaram a lavouras tardias, mas as perdas já estavam consolidadas. Em Santa Rosa e Santa Maria, a recuperação foi parcial, com impactos negativos na produtividade. Já em Passo Fundo e Pelotas, a umidade do solo ainda sustenta o desenvolvimento da cultura, mas a continuidade da estiagem pode comprometer a fase final.
A área cultivada inicialmente projetada foi de 6,8 milhões de hectares, com uma produtividade média estimada em 3.179 kg/ha. No entanto, a Emater/RS-Ascar está revisando os números, que serão divulgados na 25ª Expodireto.
A colheita do milho avançou e já atingiu 64% da área cultivada. A produtividade tem se mantido satisfatória, apesar da restrição hídrica em janeiro e fevereiro. Os impactos foram mais severos nas lavouras plantadas em novembro e meados de dezembro, que agora estão em floração e enchimento de grãos (14% da área).
As lavouras implantadas tardiamente ainda estão em desenvolvimento vegetativo (5% da área). A recente reposição de umidade no solo pode favorecer essas áreas, desde que ocorram novas precipitações regulares.
No aspecto fitossanitário, as lavouras de milho safrinha apresentam alta incidência de pulgões e cigarrinhas, especialmente no Noroeste do estado. Em algumas regiões, foi necessário controle químico para evitar a transmissão do vírus do enfezamento.
A produtividade média projetada pela Emater/RS-Ascar para a safra 2024/2025 é de 7.116 kg/ha. Nas regiões de Erechim, Ijuí e Passo Fundo, os rendimentos superam 8.500 kg/ha. Já em Santa Rosa, 92% da área foi colhida, com produtividade média de 7.500 kg/ha. Na Serra Gaúcha, a colheita avança com boa qualidade dos grãos, mas com uma leve redução no rendimento devido à restrição hídrica nos primeiros meses do ano.
O arroz mantém o potencial produtivo dentro das projeções iniciais, mesmo com dificuldades enfrentadas durante o ciclo, como temperaturas elevadas e desafios na irrigação devido à estiagem. A fase final do ciclo, com menor demanda hídrica e chuvas pontuais, ajudou na recuperação dos reservatórios.
A colheita avança em ritmo moderado, com 6% da área já colhida. Cerca de 30% da área está em maturação, 43% em enchimento de grãos e 18% ainda em floração. A estimativa de produtividade da Emater/RS-Ascar é de 8.478 kg/ha, e a área plantada foi revisada para 970.194 hectares.
Nas principais regiões produtoras, a colheita avança na Fronteira Oeste, onde municípios como Itaqui e São Borja já colheram entre 15% e 20% da área cultivada. Em Pelotas, os produtores se preparam para o escoamento da produção, enquanto em Santa Maria, houve redução na área cultivada devido aos danos estruturais causados por enchentes em 2025.
Apesar das boas perspectivas para a produção, os arrozeiros estão preocupados com a recente queda na cotação do cereal, o que pode comprometer o retorno financeiro sobre os investimentos feitos no cultivo.
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