RS: frio beneficia trigo e favorece coloração das frutas cítricas

31.07.2009 | 20:59 (UTC -3)

O período compreendido entre os dias 24 e 30 de julho, começou com as temperaturas em baixa acentuada e ausência de chuvas no Rio Grande do Sul. Apesar disso, o percentual de água no solo ainda é considerado satisfatório pelos técnicos da Emater/RS-Ascar. As culturas beneficiadas são trigo e citros.

De acordo com o Informativo Conjuntural da Instituição, não há registros de deficiência hídrica acentuada que impossibilite o desenvolvimento normal das culturas e pastagens implantadas neste outono/inverno. Uma característica marcante deste período foi a temperatura muito baixa, com formação de fortes geadas em várias partes do Estado, trazendo desconforto térmico para os animais e impossibilitando um bom rebrote às pastagens cultivadas.

"Para as lavouras de grãos de inverno (principalmente trigo, aveia cevada e centeio), o tempo mais seco e frio é considerado um aliado, pois proporciona às plantas um bom enraizamento e um perfilhamento mais vigoroso", explica a diretora técnica da Emater/RS, Águeda Marcéi Mezomo.

A maioria das lavouras de

trigo

apresenta desenvolvimento de regular a bom. Com o tempo mais seco, os produtores aproveitaram para finalizar o plantio da safra, além de intensificar os tratos culturais e as aplicações de adubos nitrogenados, visando uma melhor padronização e futura produção das lavouras. Os poucos focos de ferrugem da folha e pulgões que se apresentam, estão sendo controlados sem maiores dificuldades pelos triticultores gaúchos. "Devido ao atraso no início do plantio, conseqüência da estiagem que se prolongou até parte do outono, a atual safra de trigo apresenta pequeno atraso em relação à evolução de suas fases", acrescentou a diretora. Segundo o histórico do acompanhamento semanal, nesta época, a safra deveria apresentar cerca de 2% de suas lavouras em estágio de floração, fase esta crítica em relação às variações bruscas das condições meteorológicas.

A área implantada com

canola

no Estado se encontra em pleno desenvolvimento vegetativo, mostrando-se tolerante às fortes geadas nesta fase de crescimento das plantas. O stand de lavoura é muito bom, não apresentando problemas fitossanitários. Neste momento, o potencial produtivo mostra tendência de uma ótima safra.

HORTIGRANJEIROS E FRUTAS

A formação de geadas mais fortes no RS causou perdas de quantidade e qualidade na produção de

hortigranjeiros

, inclusive nas áreas litorâneas, onde dificilmente esse fenômeno ocorre. As áreas mais atingidas foram as cultivadas a céu aberto e as hortaliças folhosas que estavam em ponto de colheita, como as alfaces, causando queimaduras nas folhas. Já nas couves, as folhas crestaram e perderam a aparência, ficando com tons roxos. Os tubérculos e raízes não sofreram tanto com a geada, mas tiveram perdas na qualidade e, talvez, alguns não poderão ser comercializados em molhos, pois as partes aéreas foram danificadas. A menor oferta de hortaliças provocou a elevação dos preços. Com exceção da couve, os demais produtos estão com suas cotações mais elevadas que as médias históricas mensais para julho, dos últimos três anos.

Para as

frutas cítricas

, as baixas temperaturas conferem uma excelente coloração, mas podem provocar danos para a bergamota variedade Montenegrina, que inicia a colheita. Entre as bergamotas, a variedade Caí, também conhecida como Comum, está com a colheita encerrada. Resta colher apenas 5% da variedade Ponkan e está em plena colheita a variedade Pareci, também conhecida como Montenegrina do Cedo.

Entre as laranjas, estão em colheita as variedades Céu Tardia, fruta com pouca acidez, Umbigo Monte Parnaso, principal fruta cítrica de mesa e a Valência, fruta cítrica com maior área de cultivo no Rio Grande do Sul, utilizada principalmente para confecção de suco, tanto natural como o feito pela indústria. Os preços recebidos pelos citricultores têm se mantidos estáveis, com exceção da lima ácida Tahiti (limão da caipirinha), pelo qual os citricultores passaram a receber R$ 12,00/cx, o dobro do valor que estavam recebendo até então. Essa lima ácida possui floração em várias épocas do ano. Atualmente está sendo finalizada a colheita das frutas resultantes da floração de primavera.

Pessegueiros precoces cultivados na região Metropolitana, que já apresentavam alguns frutos em formação, tiveram os mesmos congelados. Na zona Sul, os produtores estão preocupados com a comercialização da próxima safra, pois a indústria não garante a compra do produto, prevendo diminuição na produção a ser absorvida. Para definir a absorção da produção estocada, foi formada uma comissão de produtores, técnicos, entidades e lideranças políticas que buscará, com o setor industrial, alternativas em nível estadual e federal.

Adriane Bertoglio Rodrigues

Assessoria de Imprensa da Emater/RS-Ascar

51-2125-3104 /

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