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Estimativas da Emater/RS-Ascar confirmam maior safra da história no Rio Grande do Sul.
É de 24,373 milhões de toneladas o volume final da safra de grãos 2009/2010 do Rio Grande do Sul, um recorde na história da colheita de grãos no Estado. O levantamento foi concluído pela Emater/RS-Ascar e apresentado na tarde desta quinta-feira (20) pelo secretário da Agricultura, Pecuária, Pesca e Agronegócio, Gilmar Tietböhl, e pela presidenta da Emater/RS, Águeda Marcéi Mezomo. Ao conhecer os números, a governadora Yeda Crusius comemorou o resultado da supersafra, que se deve ao aumento da produtividade e aos investimentos em tecnologia.
A colheita da safra 2009/10 no Rio Grande do Sul está chegando ao final, com números que deixam os produtores rurais bastante entusiasmados. Apesar da apreensão no início do plantio, causada pelo excesso de chuvas nos meses, outubro, novembro e início de janeiro, reflexo do fenômeno El Niño, as condições meteorológicas foram positivas nas demais fases das culturas.
O levantamento realizado pela Emater/RS-Ascar, para as culturas do arroz, milho, soja, feijão e trigo, indica uma safra de 24,37 milhões de t. Esse volume é 10,8% superior à safra anterior e 5% maior que a de 2007, quando o RS colheu 23,19 milhões de t, a maior até então.
Para o secretário Gilmar Tietböhl esses números são importantes, principalmente após os problemas climáticos sofridos pela agricultura na safra anterior. "O meio rural tem uma capacidade incrível de recuperação. Essa é uma conquista de todos e do governo também", comemorou Tietböhl. Já a presidenta da Emater/RS Águeda Marcéi Mezomo lembrou que esses dados são muito importantes para as famílias rurais. "Hoje temos algumas garantias para o produtor produzir mais e melhor. Isso faz com as famílias permaneçam no campo diminuindo o êxodo rural."
PRODUÇÃO DE GRÃOS
Na soja talvez se registre a maior surpresa. Não tanto pela produtividade média alcançada nesta última safra, que ainda deverá ficar abaixo das registradas em 2007 e 2003 (2.555 kg/ha e 2.667 kg/ha respectivamente), mas pela produção obtida, que deverá chegar a 10.057.351 de toneladas, caso se confirme o rendimento médio de 2.529 kg/ha. Será a maior produção já obtida no Estado desde que a oleaginosa foi introduzida no RS. Para os técnicos da Emater/RS-Ascar, isso indica que o RS possui tecnologia disponível para produzir, mas, em alguns anos, as condições adversas do tempo impedem um maior rendimento.
Na cultura do milho, o preço baixo desestimulou os produtores, que cultivaram uma área de 1,163 milhão de hectares. Pela opção à soja por parte do produtor gaúcho, a redução da área para a cultura do milho foi de 16,2%. Mas, a cultura do milho foi beneficiada pelas condições favoráveis do tempo, o que resultou em rendimento histórico, para o RS, de 4.703 kg/ha, elevando a produção total para 5.471.738 de toneladas.
Para o feijão da 2ª safra, a produtividade média deverá ficar acima da estimada inicialmente (989 kg/ha), fixando-se em 1.293 kg/ha e totalizando 40.992 de toneladas.
Esses bons rendimentos são resultantes, em grande parte, da manutenção do bom regime de chuvas ocorrido a partir da segunda quinzena de março, que fez com que mesmo as lavouras semeadas mais tardiamente pudessem se desenvolver normalmente, apesar dos problemas enfrentados no início da safra.
Considerando o volume da produção, os preços recebidos para a soja, milho, feijão e trigo estão deixando os produtores apreensivos. Isso porque os preços médios, apurados pela Emater/RS-Ascar, indicam uma redução em relação ao mesmo período do ano passado, resultando em redução de até 33% para a soja e de 20% para o milho.
Apesar da produção atual, algumas reflexões importantes devem ser destacadas. A agricultura no RS vem crescendo, reflexo da utilização de tecnologias geradas pela pesquisa e das ações da extensão rural, mas os produtores devem permanecer atentos às inovações. Além disso, os produtores rurais devem adotar instrumentos de gestão e estratégias adequadas à comercialização, visando à estabilidade econômica da atividade agropecuária.
Os resultados também se devem ao envolvimento das Secretarias de Governo, em especial as da Agricultura, da Irrigação, do Meio Ambiente e da Saúde.
QUADRO COMPARATIVO DE SAFRAS
O resumo da safra de verão 2009/2010 pode ser observado na tabela a seguir. Este último levantamento considerou as informações colhidas em 370 municípios, cobrindo 85% do universo cultivado com essas culturas.
Produção dos principais grãos do RS (toneladas).
Produto - Safra 2008/09 - Safra 2009/10 / Variação
Arroz - 7.905.000 - 7.099.503 / -10,19
Feijão 1ª - 91.000 - 93.145 / 2,36
Feijão 2ª - 34.300 - 40.992 / 19,51
Milho - 4.249.000 - 5.471.738 / 28,78
Soja - 7.913.000 - 10.057.351 / 27,10
Trigo - 1.805.600 - 1.610.870 / -10,8%
Total - 21.997.900 - 24.373.600 / +10,8
Mais detalhes podem ser acessados no site da Emater/RS-Ascar:
No Interior, Yeda diz que supersafra é resultado de medidas adotadas pelo Estado
Em Almirante Tamandaré do Sul, sexta-feira (21/05), a governadora Yeda Crusius celebrou a supersafra de grãos prevista para este ano e destacou as medidas implementadas pelo Estado para amenizar os efeitos da estiagem. "Vamos construir 3,2 mil microaçudes até o final de 2010", anunciou Yeda. Somente no município, o Governo fará três empreendimentos desse tipo com recursos que passam de R$ 30 mil.
De acordo com a governadora, os períodos de seca causam recessão econômica no RS, além de provocar o êxodo rural de jovens. Yeda lembrou que, no município de Caiçara, o Estado já fez 12 microaçudes em propriedades da agricultura familiar e comunicou que serão construídos mais 29. Também destacou a instalação das barragens de Jaguari e Taquarembó, que garantirão acesso à água para os produtores.
Sobre a boa produção de grãos deste ano, Yeda afirmou: "É a quarta supersafra em quatro anos de meu governo, isso não é sorte. Sabíamos que a questão principal era a valorização do homem do campo com a adoção de tecnologia e ampliação dos serviços da Emater". Segundo o secretário da Irrigação e Usos Múltiplos das Águas, Rogério Porto, o Governo deu prioridade ao combate à seca. "O esforço da governadora está mudando este cenário. A irrigação é fundamental para o Estado", finalizou. Na contrução de microaçudes, dentro do Programa Estruturante Irrigação é a Solução, o Estado investe 80% do valor e a contrapartida do agricultor é de 20%.
Um dos três produtores beneficiados com microaçudes em Almirante Tamandaré do Sul, Luiz Carlos Reisdorfer, 56 anos, acredita que o empreendimento dará estabilidade à produção de leite durante todo o ano. "Esperamos que a rentabilidade da propriedade suba 20%", frisou ele, que cria cerca de 200 cabeças de gado em uma área de 30 hectares. Para o produtor, a política de irrigação do Estado trouxe melhorias ao campo. "Em épocas de crise, pensamos em desistir e voltar para cidade. Com estes investimentos aumentamos a produção e não temos medo de perder tudo por causa da estiagem."
Guilherme Flach e Adriane Bertoglio Rodrigues
Emater/RS-Ascar
51-2125-3104 /
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