Roberto Rodrigues vê potencial do agronegócio com otimismo

01.04.2009 | 20:59 (UTC -3)

"O Brasil desponta como um grande potencial produtor de alimentos e biocombustíveis, sem que um atrapalhe o outro". É como esse otimismo que o ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues vê o agronegócio brasileiro. Ele fez a palestra "Potencialidades do Agronegócio Brasileiro" na abertura da Reunião Nacional de Vendas (Renave) da Ihara

Participaram do evento mais de 170 colaboradores, dentre os quais a equipe comercial da Ihara que atua em todo o território nacional.

Para ele, a produção de agroenergia pode alterar a configuração da geopolítica mundial, tamanha a sua importância. "Não vai faltar comida por causa do etanol. Isso é uma tolice! Da mesma forma que não é preciso derrubar a Amazônia para produzir cana. Isso é uma estupidez assombrosa", esclareceu Rodrigues.

Ele rebateu com números as críticas que apontam a agricultura como uma das grandes culpadas pelo aquecimento, acusação que ele ouve com frequência nos diversos eventos dos quais participa pelo mundo. "Querem que se produza mais por hectare, sem aumentar a área plantada com menos uso de adubo e defensivos, menos emissão de CO2 e menos uso de combustíveis. É óbvio que essa equação não fecha", aponta Rodrigues. Para ele, a chamada economia verde, marcada por conceitos como sustentabilidade e rastreabilidade não são modismos. "É preciso apostar e investir em tecnologias sustentáveis, como por exemplo, os defensivos agrícolas, que passam por uma evolução. Existem produtos cada vez mais eficientes e menos tóxicos", destaca o ex-ministro e atual presidente do presidente Conselho Superior do Agronegócio da Fiesp.

Rodrigues ressalta a inegável representatividade do agronegócio no PIB do país, afirmando que "o produtor brasileiro fornece alimentos cada vez mais baratos". Para ele, os principais fatores para se ter otimismo em relação ao crescimento do setor se dá pelo grande número de terras disponíveis, recursos humanos de qualidade e desenvolvimento de tecnologia brasileira.

Para o ex-ministro, a atual crise financeira deve impactar os resultados imediatos do setor, especialmente para 2009 e 2010, com uma menor safra de grãos, devido ao aumento dos custos de produção, ao chamado "neoprotecionismo" que se verifica nas negociações internacionais, ao crédito escasso e a uma possível recessão dos países emergentes, que se ocorrer, deve acarretar uma queda no consumo médio e consequentemente nos preços dos produtos.

Outras dificuldades apontadas por Rodrigues são os "constrangimentos" causados pelos recursos orçamentários, alto custo do crédito rural, taxa de juros, câmbio desfavorável e deficiências de logística. "Faltam políticas públicas adequadas. Os problemas do setor ficam no MAPA, mas as soluções estão em outros ministérios", afirma. Ele, que exerceu o cargo de ministro da Agricultura de janeiro de 2003 a junho de 2006, conta ter sentido na pele as dificuldades para viabilizar as soluções para o setor. "Considero que a experiência é a soma dos fracassos. Por isso, procuro aprender tudo para ensinar ao máximo e o prazer é enorme por estar diante de profissionais que estão realmente a campo pelo Brasil e que acompanham o dia-a-dia da atividade", conclui Rodrigues.

Fonte: Attuale Comunicação – (11) 4022-6824

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