A europeia RiceTec, multinacional do segmento de sementes de arroz híbrido nas Américas, inaugurou oficialmente, no dia 20 de outubro, em Santa Maria (RS), sua nova estação experimental para pesquisas e desenvolvimento de sementes de arroz. Com um investimento de R$ 11,2 milhões em infraestrutura e mais R$ 9,4 milhões previstos para os próximos cinco anos, a empresa, que tem unidades de negócio nos Estados Unidos, Índia e Mercosul, pretende implantar no município gaúcho o seu principal centro de pesquisa para desenvolvimento de novos tipos de sementes híbridas, adaptadas a diferentes climas e solo.
A estação de Santa Maria (distante 293 km de Porto Alegre) foi erguida em uma área de 200 hectares e servirá de base para o desenvolvimento de sementes que serão comercializadas principalmente no Brasil, Uruguai, Argentina, Paraguai e eventualmente em países como Colômbia, Estados Unidos e na Ásia. “A nova estação terá papel estratégico no programa global de pesquisa da RiceTec, frente a nossa missão de ser uma empresa referência em novas tecnologias que sejam duradouras e de valor aos agricultores e à cadeia arrozeira no mundo”, revela o engenheiro agrônomo e diretor presidente da RiceTec para o Mercosul, Ricardo Blohm Bendzius.
De acordo com Bendzius foram determinantes para a escolha de Santa Maria o clima e o isolamento de lavouras comerciais de arroz na região, mas também destaca a existência do Centro de Pesquisas da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). “Comparamos várias localidades, mas Santa Maria apresentou características que se destacaram das demais. O bom desenvolvimento econômico, a qualidade de vida oferecida à população e a logística favorável também foram determinantes, uma vez que este será o primeiro centro de pesquisa e desenvolvimento da RiceTec na América do Sul”.
O CEO Global da RiceTec, Mike Gumina, destaca a preocupação da empresa com a sustentabilidade, conceito que agrega questões ambientais e sociais. “O arroz híbrido, além de necessitar menos água, pode ser mais rentável, garantindo uma maior sustentabilidade. Por isso, nossa estação em Santa Maria vai alavancar a qualidade do arroz híbrido, tanto para a indústria como para o consumidor, é uma questão de tempo”, garante.
Estação Experimental Hans-Adam II
A nova operação da RiceTec no Sul do Brasil homenageou o príncipe Hans-Adam II, da família real do principado de Liechtenstein, localizado na Europa central, e maior acionista da empresa. O investimento em agricultura é uma tradição da família há mais de 200 anos. Atualmente, o Príncipe Constantin von Liechtenstein, CEO da fundação Príncipe de Liechtenstein, gerencia o negócio pela família. Conforme os acionistas, a companhia investirá US$ 170 milhões até 2018. Parte desse valor também vai ser aplicado no Brasil e demais países do Mercosul.
Com a nova estação, a ideia é ampliar o processo de desenvolvimento de novas cultivares e consequentemente fortalecer a cadeia arrozeira com sementes de melhor qualidade, produtividade e melhor adaptação às lavouras. Em média, uma semente híbrida com valor comercial leva de oito a doze anos para ser desenvolvida e requer aproximadamente um investimento de R$ 15 milhões para ser finalizado. Na América Latina, o faturamento anual da empresa soma R$ 60 milhões e o investimento em pesquisa ultrapassa R$ 8 milhões.
Com 16 anos de atuação na América do Sul e sede em Porto Alegre, a multinacional responde, atualmente, por 9% da área plantada de arroz irrigado no Rio Grande do Sul – cerca de 60 mil hectares. De acordo com os executivos da empresa, a previsão é dobrar a participação no mercado de sementes em cinco anos. O Rio Grande do Sul é visto com um mercado promissor por concentrar mais de 70% da produção nacional de arroz.
Entre 2011 e 2015, o número de produtores que optaram por sementes da RiceTec mais do que dobrou. Enquanto em 2011 eram 646 produtores utilizando os produtos da empresa, este ano já ultrapassa o número de 1,3 mil clientes. Para 2016, a empresa, que é responsável por 16% do mercado de sementes certificadas (Clearfield) no Mercosul, projeta ampliar ainda mais esses números com a entrada no mercado convencional de sementes de arroz.
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