EBDA discute ações de convivência com a seca
A utilização de sementes crioulas do Rio Grande do Sul no Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) foi discutida na manhã desta quarta-feira (23) em reunião na sede da Fepagro. O encontro teve a presença de representantes do ministério e de diversas instituições de pesquisa e melhoramento agrícola do Estado. Foi criado um grupo de trabalho misto chefiado pela Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR) para formatar uma proposta ao MDS envolvendo as sementes crioulas do Rio Grande do Sul.
O MDS se comprometeu a enviar ao grupo um mapeamento atualizado da produção, demanda e destino das sementes para o PAA. Conforme a diretora do Departamento de Apoio à Aquisição e à Comercialização da Produção Familiar (Decom) da Secretaria Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, Denise Reif Kroeff, até 5% da verba do PAA é destinada à compra de sementes em todo o Brasil.
O PAA promove o acesso a alimentos às populações em situação de insegurança alimentar e a inclusão social e econômica no campo por meio do fortalecimento da agricultura familiar. No âmbito do PAA, sementes e alimentos são doados para o público atendido pelo Programa Brasil Sem Miséria, entre eles agricultores em extrema pobreza ou em situação de risco. Até sexta-feira (1), os representantes do MDS têm encontros em Porto Alegre com instituições públicas estaduais e da União para integrar as políticas de incentivo à agricultura familiar, de combate à pobreza extrema e de segurança alimentar e nutricional.
Durante a reunião na Fepagro, os representantes das instituições salientaram a importância do incentivo às sementes crioulas, por protegerem o patrimônio genético do país e também às culturas tradicionais dos agricultores. Segundo o diretor-presidente da Fepagro, Danilo Rheinheimer dos Santos, entre as sementes crioulas que poderiam ser disponibilizadas pela instituição estão variedades de sorgo, feijão, milho, kiwi, mandioca e batata-doce.
“É muito importante a valorização da semente crioula, especialmente em espécies como o milho nativo, que corre o risco de desaparecer, pois a polinização deste grão é aberta”, comentou o diretor técnico da Emater/RS, Gervásio Paulus. Para o chefe-geral da Embrapa Clima Temperado, Clenio Nailto Pillon, a distribuição de sementes crioulas reflete o papel das políticas públicas para fazer frente ao crescimento dos transgênicos no campo.
Também participaram do encontro, coordenado por Fernanda Costa Carazola (da assessoria técnica da Secretaria Geral de Governo), representantes do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) e do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), além de pesquisadores de diversos centros de pesquisa da Fepagro.
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