Resiliência e desafios: o caminho da Bayer em 2023

Apesar dos avanços, o ano também evidenciou áreas críticas que necessitam de melhorias, explicou Bill Anderson

26.04.2024 | 08:45 (UTC -3)
Revista Cultivar
Bill Anderson e Norbert Winkeljohann
Bill Anderson e Norbert Winkeljohann

Em 2023, a Bayer AG mostrou-se resiliente e, em alguns aspectos, superou seus concorrentes, segundo declarou Bill Anderson, CEO da companhia, durante a reunião anual de acionistas realizada virtualmente hoje. A empresa avançou significativamente em pesquisas de novos medicamentos para câncer e doença de Parkinson, desenvolvimento de novos herbicidas e fortalecimento de suas principais marcas de consumo.

"A alma desta empresa está viva e passa bem. Isso nunca esteve em dúvida para mim", afirmou Anderson, que, ao lado do presidente do conselho de supervisão, Norbert Winkeljohann, expressou gratidão a todos os funcionários pelo comprometimento e dedicação.

Desafios e Estratégias de Melhoria

Apesar dos avanços, 2023 também evidenciou áreas críticas que necessitam de melhorias. Desde sua posse em junho, Anderson fez questão de apontar as vulnerabilidades da Bayer. "Estou convencido de que um entendimento compartilhado dos problemas é o ponto de partida para restaurar a confiança, aprimorar o foco da nossa organização e colocar a Bayer no caminho de um desempenho superior.”

Os quatro principais desafios identificados foram:

perda de exclusividade de patentes no segmento de medicamentos prescritos e a estrutura da pipeline no setor farmacêutico, com a maioria dos candidatos ainda em fase inicial de desenvolvimento;

processos judiciais nos Estados Unidos;

alto nível de endividamento da empresa;

burocracia excessiva que, como em muitas outras grandes empresas, está retardando o progresso da Bayer.

Modelo operacional e renovação

Para enfrentar esses desafios, Anderson destacou que o novo modelo operacional de propriedade compartilhada dinâmica (DSO) permitirá que a força de trabalho da empresa persiga a missão da Bayer — "Saúde para todos, fome para ninguém" — de maneiras mais impactantes. "Isso representa uma mudança radical em relação à forma como a maioria das empresas — incluindo a Bayer — é gerida. E será bom para nossos clientes, nossos funcionários e nosso negócio."

Dois mil e vinte e quatro "é o primeiro ano completo de um processo de rejuvenescimento de três anos", anunciou Anderson. As divisões de ciências agrícolas e saúde do consumidor esperam um começo lento devido à dinâmica de mercado, "mas estamos confiantes em nossas metas anuais e na direção de nossos negócios", garantiu, prometendo comunicar-se de forma franca sobre o progresso da empresa.

Anderson também agradeceu a Heiko Schipper, presidente da divisão de saúde do consumidor que está de saída após seis anos, destacando suas grandes contribuições e a sólida trajetória de desempenho que ele deixa como legado. Julio Triana, que sucede Schipper a partir de 1º de maio, foi recebido com expectativas positivas para o futuro da divisão.

Resultados financeiros e decisões estratégicas

A Bayer atingiu os principais alvos financeiros para 2023 que foram ajustados para baixo na orientação anunciada no último verão. As vendas do grupo alcançaram 47,6 bilhões de euros, uma queda de cerca de 1% em uma base ajustada por moeda e portfólio. O EBITDA antes de itens especiais diminuiu 13%, para 11,7 bilhões de euros, e o lucro por ação caiu 20%, para 6,39 euros.

Após revisão das prioridades de alocação de capital, a empresa anunciou em fevereiro que planeja pagar o dividendo mínimo legalmente requerido por três anos para reduzir sua dívida.

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