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Rumo à segunda onda de desenvolvimento da indústria de etanol de milho no Brasil, é importante destacar a necessidade de investidores aumentarem a eficiência de suas operações e a importância de contemplarem outros indicadores além do rendimento de etanol para medir a performance desta indústria. Apesar do rendimento de etanol por tonelada de milho ser a métrica de eficiência mais difundida no mercado, o caminho mais curto para atingir maior rentabilidade em uma planta industrial de etanol de milho passa pelo aumento do teor de sólidos no processo, maximizando a produção de etanol, DDGS e óleo sem demandar necessariamente investimento em aumento de capacidade.
Apesar do crescimento apresentado pelo setor nos últimos anos, as plantas de etanol de milho precisam estar preparadas para lidar com externalidades que podem impactar o resultado da operação. Cenários políticos e econômicos desafiadores impactam o ambiente de negócios, comumente resultando em flutuações nos preços das commodities, em alterações nas políticas públicas para biocombustíveis e em mudanças no ambiente regulatório e macroeconômico. Tais impactos no mercado podem desafiar o resultado operacional da indústria, e são necessárias estratégias que maximizem a rentabilidade dos ativos de forma a proteger a rentabilidade da operação.
Para demonstrar o potencial de resultado da operação com alto teor de sólidos, o gráfico abaixo simula a operação de uma planta de etanol de milho de aproximadamente 450 milhões de litros/ano. O resultado da simulação indica que a elevação em 2 pontos percentuais nos sólidos da fermentação pode maximizar os resultados em 37 milhões de reais (lucro líquido). Por outro lado, para atingir este mesmo resultado por meio do aumento de rendimento de etanol, seria preciso elevar a performance em até 20 litros por tonelada. Isso significa um aumento de rendimento em mais de 4%, desafio que pode esbarrar no próprio limite do processo e da matéria prima.
Desta forma, vale desafiar o paradigma corrente na indústria de etanol de milho, que correlaciona rentabilidade estritamente ao rendimento de etanol por tonelada de milho. Levando em conta o teor de sólidos no processo como um caminho preferencial, é possível alavancar a capacidade produtiva da planta e aumentar o seu resultado econômico.
Entretanto, operar com alto teor de sólidos demanda soluções biotecnológicas que suportem as condições desta estratégia de operação: níveis mais altos de ácido lático e ácido acético, e temperatura elevada. Nestas condições, as leveduras avançadas se tornam o diferencial de rentabilidade para as plantas, principalmente em ativos que já trabalham em sua capacidade máxima, entregando o binômio rendimento e robustez para a operação. Estas leveduras proporcionam a elevação entre 5% e 7% no rendimento de etanol por tonelada de milho, o aumento entre 15% e 20% na extração de óleo e a redução do consumo de ureia como fonte de nitrogênio.
Umas das fontes mais promissoras de etanol é o milho. O Brasil lidera a produção de etanol de milho na América Latina e tem se tornado solo fértil para a expansão do setor em menos de uma década. A expansão do segmento no país decorre do surgimento de novas plantas nos últimos cinco anos, sejam plantas dedicadas que produzem etanol apenas a partir do cereal, ou pela ampliação de usinas que processam cana-de-açúcar e passam a usar o milho na entressafra.
Hoje, o etanol de milho já representa 15% de todo o volume de etanol consumido no país. De 30 a 32 bilhões de etanol, o de milho representa 5 bilhões de litros. Até 2030, é esperado que pelo menos esse volume alcance 10 bilhões de etanol, 20% do consumido no país, segundo a União Nacional do Etanol de Milho (UNEM). Ainda de acordo com a instituição, a América Latina possui 30 usinas de etanol de milho (Argentina, Uruguai, Paraguai, Bolívia e Brasil), sendo 18 em operação no Brasil, com destaque para os estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás, além 9 plantas em construção em todo o território nacional, incluindo as regiões Norte e Nordeste.
A indústria dos biocombustíveis tem possibilitado um novo caminho para energias renováveis e mais sustentáveis, e a indústria de soluções biológicas segue investindo em tecnologias para otimizar o desempenho da operação e impulsionar a vantagem competitiva das plantas de etanol de milho, proporcionando maior produtividade, qualidade e fluxos de produção otimizados. Desta forma, a indústria de etanol de milho seguirá aumentando sua eficiência e contribuindo na construção de uma sociedade mais sustentável.
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