Presidente da Federarroz é reconduzido ao cargo para o triênio 2022/2025
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Um novo relatório da hEDGEpoint Global Markets avalia os impactos do La Niña nas culturas da soja, milho e trigo. Segundo a companhia, o atual padrão é classificado como Ativo, o que significa que o clima global está sob influência. O fenômeno deve se prolongar no mês de junho, enfraquecendo entre julho-agosto, com impacto nas lavouras de grãos ao redor do mundo.
“Por um lado, a primeira leitura do USDA para a safra 22/23 (a última neste momento) já penalizou a produtividade de milho dos EUA pelos atrasos no plantio, projetando-a 2,2% abaixo da tendência”, avalia Pedro Schicchi, analista de Grãos e Proteína Animal da hEDGEpoint Global Markets. “Por outro, os rendimentos de soja foram projetados em 1,2% acima da tendência neste mesmo relatório”, acrescenta.
Os analistas destacam que a janela junho-agosto é marcada pela estação de cultivo nos países do Hemisfério Norte, a saber, EUA e Ucrânia. Nos anos em que ocorre o La Niña, geralmente há secura e calor no Centro-Oeste dos EUA. Embora haja um ganho de produtividade na soja este ano, os rendimentos costumam cair 1,7% (milho) e 1,3% (soja) no histórico do fenômeno.
Na Ucrânia, ao contrário dos EUA, o La Niña tem uma correlação relativamente alta com precipitação acima da média em algumas regiões do Leste Europeu. Em anos análogos, os rendimentos tiveram alta, em média, de 7,5%. Mas o clima não é a preocupação dos produtores ucranianos nesta safra.
A invasão russa impõe questões operacionais, como escassez de mão de obra, insumos e capacidade de armazenamento. Como tal, espera-se que a produção de milho do país reduza em 40 a 50%. Atualmente, espera-se que os rendimentos caiam 22% abaixo da tendência. Ainda assim, embora provavelmente não mude a situação atual dos produtores ucranianos, um clima favorável também não prejudica.
O mercado de trigo tem muitas preocupações quanto à produção de inverno no Mar Negro, mas o La Niña provavelmente não será uma delas, dado que a colheita já está em andamento na janela analisada (jun-ago). Nas Américas, a Argentina provavelmente terá o inverno mais frio já registrado no começo do ciclo de crescimento após o plantio em julho, enquanto os níveis de chuva tendem a se manter estáveis.
Se o padrão verificado nos últimos anos com ocorrências se repetir, não se deve esperar que o La Niña tenha um grande papel cortando produtividades nas lavouras argentinas. Outros fatores, como a falta de fertilizantes e competição de área com o sorgo, têm mais chance de reverter a tendência de crescimento do trigo no país.
Nos EUA, a situação é parecida com a Rússia: o La Niña deste ano deve chegar tarde demais para comprometer a performance do trigo de inverno. Os impactos maiores tendem a recair sobre a safra de primavera, que corresponde a em torno de 30% da produção total. “Qualquer dano maior à safra de primavera adicionaria mais pressão para um mercado que já está estressado, dado que acrescentaria às tensões geradas pelas más condições da safra de inverno”, observa David Silbiger, analista de Commodities da HedgePoint Global Markets.
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