A região de Porto Ferreira (SP) tem a quarta maior incidência de greening das 12 regiões que compõem o cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo/Sudoeste Mineiro, a principal área produtora de citros do Brasil. De acordo com levantamento feito em 2018 pelo Fundecitrus - Fundo de Defesa da Citricultura, a doença afeta 27,41%% das laranjeiras, crescimento de 7,78%% em relação ao ano passado, quando 25,43% das plantas eram sintomáticas – a atual incidência é considerada severa. No topo da lista estão as regiões de Brotas (58,16%), Limeira (34,01%) e Duartina (32,78%).
O greening é a pior doença da citricultura. Ele não tem cura e compromete a produção devido à queda precoce dos frutos, que não se desenvolvem normalmente e ficam com sabor mais ácido. As plantas doentes devem ser erradicadas.
O índice de greening em Porto Ferreira está também bem acima da incidência média verificada em todo o parque citrícola, que é de 18,15%. O principal motivo para o aumento da doença foi a alta população do psilídeo, inseto transmissor da doença, registrada em 2017, que foi beneficiada pelo período prolongado de chuvas – as chuvas estimularam o surgimento de brotos, e o inseto prefere as brotações para se alimentar e se reproduzir.
Período crítico
Para evitar novos casos de greening, os citricultores devem, além de adotar o rígido manejo da doença, intensificar o controle do psilídeo, seu inseto transmissor. O período entre o final de inverno e o início do verão é considerado crítico, pois a população do inseto aumenta favorecida pelo início das chuvas intensas. As chuvas removem ainda os inseticidas aplicados nas plantas e reduzem a eficácia dos produtos.
“O manejo precisa ser bem feito durante todo o ano, mas nesse momento é imprescindível que seja mais frequente para proteger os pomares de novas contaminações”, afirma o pesquisador do Fundecitrus Silvio Lopes.