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Um painel discutiu o papel das cooperativas na gestão de riscos climáticos na agricultura durante a 8ª Reunião da Rede Zarc Embrapa. A assistência técnica eficiente e a geração de conhecimento por meio de pesquisas foram apontadas como importantes ferramentas para mitigar os riscos para o produtor rural.
Participaram do painel representantes da Coamo, Comigo, CCGL, Cocamar, Coopercitros e Capal. Em comum, todas as cooperativas mostraram que a assistência técnica é a principal forma de levar conhecimento aos agricultores, incentivando a adoção de boas práticas agropecuárias, que possibilitarão reduzir riscos de perdas tanto por falhas de manejo quanto por adversidades climáticas, como seca, altas temperaturas ou chuvas.
Juntas as cooperativas atendem centenas de milhares de produtores rurais, principalmente nas regiões Sul e Sudeste, onde o cooperativismo é mais atuante.
Para subsidiar o trabalho de assistência técnica, muitas das cooperativas contam com estruturas de pesquisa. Algumas dessas estruturas são feitas de forma conjunta com outras cooperativas, como é o caso da CCGL e da Fundação ABC. Instituições de pesquisa como a Embrapa e as universidades também são fundamentais no processo de geração do conhecimento que será levado pelos técnicos até as propriedades rurais.
Com a adoção de práticas de conservação do solo, formação de palhada, uso de sistemas de integração lavoura-pecuária e rotação de culturas, espera-se obter sistemas mais resilientes em relação às adversidades climáticas.
Outra forma de atuação comum a algumas das cooperativas é a criação de redes de estações meteorológicas. O objetivo é o de ampliar a base de dados locais, possibilitando o monitoramento e a previsão meteorológica com maior precisão para a região. Ao ofertar informações mais próximas do produtor, é possível melhorar a tomada de decisão em relação à semeadura e planejamento de colheita, por exemplo.
“Queremos trabalhar em rede colaborativa. Não só o setor agropecuário, mas as prefeituras também precisam dessa informação sobre clima. Quanto mais estações tivermos, maior será a acurácia dos dados”, explica Renato Watanabe.
O investimento em sistemas de irrigação também tem sido visto como alternativa para mitigar riscos em algumas regiões. A Coopercitrus e a Cocamar, por exemplo, auxiliam seus cooperados em determinadas regiões e culturas. Além disso, a preservação das nascentes e cursos d’água foram apresentados como fatores fundamentais para que se tenha o insumo necessário para a irrigação.
Ferramentas de gestão operacional e financeira ofertadas pelas cooperativas, como o aplicativo SmarCoop, usado pela CCGL, também contribuem para a tomada de decisões baseada em informações técnicas, reduzindo o risco de perdas.
O incentivo à contratação de seguro agrícola também é feito. Algumas das cooperativas possuem corretoras e trabalham junto às seguradoras para ampliação da oferta de produtos e da cobertura para cultivos que não são atendidos.
Porém, foram destacadas dificuldades com o sistema de seguro ofertado atualmente, seja pelo baixo valor de subvenção, pela cobertura pautada na produtividade média do IBGE e não na realidade do produtor e pelo alto custo que acaba desincentivando a adoção.
De acordo com os representantes das cooperativas, o seguro é uma ferramenta importante para reduzir não só o risco para os produtores, mas também para as próprias cooperativas, que têm no recebimento de grãos ou na compra de insumos sua maior fonte de receitas.
De acordo com Eduardo Monteiro, pesquisador e coordenador da Rede Zarc Embrapa, o painel com as cooperativas é uma forma de trazer uma visão de como a gestão de risco é tratada no campo. Na reunião do ano passado representantes de duas instituições foram convidadas a participar e neste ano a ideia foi ampliar o debate, trazendo outras experiências.
A 8ª Reunião da Rede Zarc Embrapa reúne até quinta-feira pesquisadores de cerca de 30 Unidades da Embrapa, representantes de seguradoras, gestores públicos e representantes do setor produtivo para discutir a gestão de riscos climáticos na agricultura.
A programação dos dois primeiros dias está sendo transmitida ao vivo no Youtube da Embrapa e ficará disponível para acompanhamento posterior. Na quinta-feira o evento terá foco no trabalho de pesquisa da rede Zarc.
O encontro é realizado pela Embrapa, em parceria com Banco Central e Ministério da Agricultura e Pecuária.
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