Recriada Emater Goiás

28.07.2009 | 20:59 (UTC -3)

O ato estadual de recriação da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Goiás (Emater-GO) traz, como premissas básicas, o fomento à pesquisa e, consequentemente, o apoio aos produtores rurais goianos.

O lançamento, feito na manhã desta terça-feira (28/07), motivou discursos de lideranças e entidades ligadas aos produtores rurais, além de evidenciar o esforço do governo em garantir a continuidade dos trabalhos desenvolvidos pela empresa pública, que foi liquidada em 1999.

À frente da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Goiás (Seagro), Leonardo Veloso tem, a partir de agora, o desafio de gerir também a Emater-GO, que fica viculada à pasta. Para ele, o principal quesito foi "recriar a estrutura de empresa pública, sem impacto orçamentário". À oportunidade, o secretário fez o anúncio da contratação por concurso de 30 pesquisadores-doutores para o órgão e extensionistas rurais de acordo com a demanda.

Veloso destacou, ainda, o apoio já manifestado pela Seagro aos produtores rurais, além dos projetos de extensão rural ora desenvolvidos. Para ele, o governo estadual resolveu recriar a empresa principalmente pela agilidade. Outro ponto que pesou na decisão deve-se ao fato de a Emater-GO direcionar esforços à pesquisa. "Temos as respostas que o mundo quer. Somos capazes de duplicar a produção do Estado, sem desmatar áreas de preservação ambiental", ponderou.

Além da assistência técnica e extensão rural, a Emater-GO vai desenvolver o trabalho de pesquisa agropecuária. O secretário diz que, como o Estado não possui empresa de pesquisa, a tarefa caberá ao órgão. Ainda durante o discurso, feito a pelo menos 300 convidados, entre produtores rurais, lideranças, políticos e entidades voltadas ao segmento, Veloso reforçou o compromisso da "nova Emater" com a agricultura em Goiás. "Optamos por recriar uma empresa pública mais enxuta, atuante e voltada à pesquisa", confessa.

Participaram do ato as federações da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) e dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Goiás (Fetaeg), o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Ministério da Agricultura (MA), Banco do Brasil (BB), o Sindicato dos Trabalhadores do Setor Público Agrícola (Sindiagri), além de produtores, lideranças políticas e a imprensa.

O presidente da Associação das Emateres do Brasil, José Silva Soares, foi representado pelo presidente da Emater do Distrito Federal, Carlos Magno, diretor Asbraer Centro-Oeste. O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes, foi representado pelo superintendente federal do Mapa em Goiás, Helvécio Magalhães.

Presentes, ainda, o diretor da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Arroz e Feijão), Pedro Chaves, o liquidante da Emater, Nazareno Roriz Neto, e o vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás, Pedro Alves Oliveira. Deputado federal Pedro Wilson (PT), além dos estaduais Misael Oliveira (PDT), Álvaro Guimarães (PR) e Mauro Rubem (PT). A senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO) também prestigiou o ato. Representando o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), estava o delegado em Goiás, Otacílio Alves Teixeira.

Presidente do Sindiagri, Mauro César destacou a luta de 3 mil trabalhadores, que marcharam a Goiânia em busca de soluções para o campo. "Queremos ver a família dos produtores rurais se desenvolver bem. Para isso, precisamos de uma nova Emater-GO, com pesquisadores-doutores, idealismo e vontade de trabalhar", diz.

Já o presidente da Fetaeg, Elias Borges, pediu à Emater dedicação à pesquisa e extensão rural. "Mais do que nunca, vamos fortalecer a agricultura familiar", discursa. Ao passo que o representante da Faeg, Dirceu Cortez, mostrou o "caminho do diálogo e do entendimento". Para ele, o produtor rural goiano ainda se depara com muitos problemas e dificuldades. "A classe rural contribui com o desenvolvimento do País. Sem alimento, não há paz e tranquilidade." Ele foi ouvido pelo secretário extraordinário de Governo, Roberto Balestra, e pelo presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária, Wanderson Portugal.

O diretor da Asbraer Centro-Oeste, Carlos Magno, presidente da Emater-DF, fez questão de salientar que a região Nordeste de Goiás está "abandonada". Para ele, é fundamental "olhar com carinho aquela região. Não podemos aceitar a 'favelização' rural do Brasil". Lembrou a criação, no ano passado, da Frente Parlamentar em Apoio à Assistência Rural, que hoje conta com a adesão de 250 deputados no Congresso Nacional.

EMPRESA ENXUTA

A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater Goiás), recriada a partir desta data, reaparece enxuta, segundo destaca a Secretaria da Agricultura do Estado. Ao ser liquidada, em 1999, possuía dívida de R$ 30 milhões. Hoje, o montante chega a R$ 1 milhão e está nas mãos da Justiça. Dívidas tributárias e fiscais junto ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) serão liquidadas por meio de acordo de contas entre os governos Federal e Estadual.

Empresa pública dirigida pelo governo goiano, a Emater será reativada com cerca de 800 servidores e uma disponibilidade de caixa da ordem de R$ 2 milhões, além de R$ 1 milhão em créditos a receber e um patrimônio de R$ 25 milhões - que inclui imóveis rurais e urbanos, equipamentos e veículos.

Vinculada à Seagro, a princípio a empresa estará presente em 200 cidades, com o objetivo de chegar a todos os 246 municípios do Estado. Possuirá, ainda, o Centro de Treinamento, Estações e Campos Experimentais nas cidades de Anápolis (54 km da capital), Luís Alves, Porangatu (região Norte), Rio Verde (região Sudoeste), Senador Canedo (região Metropolitana da capital) e na região Nordeste.

Fonte e mais informações: Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Estado de Goiás (SEAGRO) -

/ (62) 3201-8905

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