"Sucesso" no Brasil, milho transgênico não corre risco de ficar sem mercado

O presidente-executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Milho, Alysson Paolinelli, afirmou que é improvável que a União Europeia suspenda a importação e consumo de grãos geneticamente modificados (GM) e que o milhocultor brasileiro pode ficar tranquilo e continuar contando com cenário econômico favorável para a produção do cereal. Para ele, a possibilidade de interdição dos transgênicos na Europa levantada pelo primeiro-ministro francês é remota.

“Estão fazendo tempestade em copo d’água”, disse Paolinelli, sobre estudo que teria encontrado riscos numa tecnologia de milho GM. “É um produto com 15 anos de mercado, com segurança alimentar comprovada e aceitação recorde entre produtores, cadeia produtiva do milho e indústria, sem nenhuma evidência de risco em milhões de pessoas, aves e suínos que já consumiram alimentos produzidos a partir de milho transgênico no Brasil e no mundo”, completou o ex-ministro da Agricultura, durante o Fórum Nacional de Agronegócios.

Paolinelli lembrou também que o milho GM é provavelmente o maior exemplo de aceitação de biotecnologia na agricultura brasileira e mundial: em menos de cinco anos no mercado brasileiro, 80% das lavouras de milho já são transgênicas. “Consumidor e agricultor não são bobos, sabem escolher o que comprar e o que plantar, e essa adoção em tempo recorde só reforça a eficácia e a segurança dessa tecnologia”, observa Paolinelli, que ainda reforça a importância do acesso à tecnologia para a melhoria da renda de pequenos agricultores. “Temos estudos mostrando os ganhos que o milho transgênico tem propiciado para a agricultura familiar. Mas, ainda mais importante, vemos gente no campo comemorando a melhoria na qualidade de vida”, ressalta.

“Sempre aparece alguém querendo criar confusão, e isso só reforça a importância de termos cuidado com o que plantamos e o que comemos. Felizmente, no caso do milho transgênico, todos os resultados são um sucesso”, destaca o presidente-executivo da Abramilho. “É aquela coisa do sucesso que incomoda”.

A previsão para os próximos anos é que o cultivo de milho triplique no País e esteja ainda mais presente entre as preferências dos agricultores. Segundo Alysson Paolinelli, a perspectiva é que a cultura atinja de 9 a 10 milhões de hectares plantados com milho tecnificado, se forem utilizadas todas as tecnologias disponíveis hoje no Brasil.

Ex-ministro da Agricultura e presidente executivo da Abramilho, Alysson Paolinelli foi um dos debatedores do 1º Fórum Nacional de Agronegócios, espaço de discussões sobre os rumos do agronegócio nacional promovido pelo LIDE – Grupo de Líderes Empresariais, presidido por João Doria Jr., e pelo LIDE Agronegócios, liderado por Roberto Rodrigues, também ex-ministro da Agricultura e Coordenador do Centro de Agronegócios da Fundação Getúlio Vargas. O evento acontece em 21 e 22 de setembro, no hotel Royal Palm Plaza Resort, em Campinas, São Paulo, com a presença de mais de 300 líderes e especialistas do setor.