Projeto sobre conservação de recursos naturais em mesobacias hidrográficas no Nordeste Paraense é apresentado em curso no IAC

19.05.2011 | 20:59 (UTC -3)

O projeto Gestabacias - Conservação de recursos naturais em mesobacias hidrográficas na Amazônia Oriental: iniciativas integradoras para promover o planejamento participativo da gestão ambiental no meio rural, será apresentado por Ricardo Figueiredo pesquisador da Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP) em 25 de maio, no IV Curso extensivo de produção de água, recuperação e preservação das nascentes do Instituto Agronômico - IAC.

 

Figueiredo explica que este projeto, liderado pela Embrapa Amazônia Oriental (Belém, PA), foi iniciado em abril de 2009 e terá duração de 36 meses. Seu foco é o Nordeste Paraense, área mais antiga de colonização na Amazônia, com predomínio de agricultura familiar e uma baixa inserção de boas práticas agrícolas em políticas públicas. No Gestabacias são avaliados o sistema tradicional de uso da terra (derruba-e-queima), sistemas alternativos de produção sustentável (sem uso do fogo) e as áreas de floresta ripária sob pressão antrópica.

 

Para procurar resolver esses problemas, serão caracterizadas a realidade do ambiente na escala de mesobacias hidrográficas (~10.000 ha) e analisadas a ocupação da região e seu desenvolvimento. Além disso, serão monitorados os impactos na qualidade do solo e da água, além da integridade biótica de ecossistemas aquáticos, para definir intervenções, com pesquisas sobre composição e recuperação de áreas ripárias. Com base nessas pesquisas, serão discutidas propostas para manejo agrícola e políticas públicas em agricultura e meio ambiente, envolvendo a participação dos atores locais, incluindo o setor educacional. Por meio da análise de cenários socioambientais, serão sugeridas tecnologias alternativas, como o plantio direto na capoeira (corte-e-trituração) e sistemas agroflorestais.

 

O projeto inclui o diagnóstico prévio dos meios físico e socioeconômico, com a estruturação de banco de dados georreferenciados, o monitoramento climático e da vegetação e uso da terra, levantamento de solos, composição e estrutura da paisagem. Adicionalmente, será avaliada a emissão de gases de efeito estufa e o balanço de carbono nos diferentes sistemas de produção agropecuária monitorados.

 

Outra parte do projeto irá caracterizar a vegetação ripária, importante aliada para a qualidade da água fluvial, e investigar a propagação de espécies potenciais para revegetação de áreas de preservação permanente. Neste contexto será realizado um inventário florístico, a avaliação da abundância e distribuição das espécies, e realizadas pesquisas sobre técnicas de propagação dessas espécies nativas, além da instalação de área piloto.

 

"Com isso, poderá ser conhecido qual o potencial de conservação de recursos naturais por sistemas alternativos de produção sustentável, e incentivada a recomposição de vegetação ripária, servindo assim o Projeto Gestabacias como um subsídio útil para a gestão participativa de bacias hidrográficas no Nordeste Paraense", diz o pesquisador.

 

Além de universidades da região, são parceiros do projeto:

- Associação de Desenvolvimento de Nova Olinda - Asdecono

- Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural - Emater

- Secretaria de Estado do Meio Ambiente - Sema

- Secretarias municipais de meio ambiente, agricultura e educação

 

Cristina Tordin

Embrapa Meio Ambiente

(19) 3311-2608

cris@cnpma.embrapa.br

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