Análise de risco de pragas protege vegetais cultivados e da flora nativa
A soja é a principal cultura de grãos de interesse econômico no Rio Grande do Sul. As diferenças edafoclimáticas no Estado resultam em grande variabilidade no rendimento da soja, que oscila de 700 a 4 mil kg/ha, mas é na adoção de tecnologias promotoras de rendimento que as limitações podem ser minimizadas.
Um projeto desenvolvido pela Embrapa e parceiros busca a validação de tecnologias para viabilizar a soja nas regiões menos produtivas.
A expansão da soja na Metade Sul do RS aconteceu a partir do ano 2000, com taxa média de crescimento de 18% ao ano. Contudo, até hoje o rendimento de grãos tem sido 6% menor que a média do Estado. No município de São Borja, por exemplo, a área cultivada praticamente dobrou em 20 anos, mas a produtividade se mantém em 1.500 kg/ha.
Um levantamento realizado pela Embrapa Trigo e o IRGA em 2005 avaliou o uso de tecnologia nas lavouras de soja da Metade Sul junto a 6 mil produtores de 98 municípios. Entre os problemas identificados estavam a antecipação da época de semeadura utilizando cultivares de ciclo precoce, densidade de plantas 60% acima da população indicada, cultivo consecutivo da soja sem rotação, 82% dos produtores usavam semente própria, poucos usavam práticas para melhorias do solo, além de problemas tanto com déficit hídrico, quanto com excesso de umidade no cultivo em áreas de várzea na sucessão ao arroz.
Na época do levantamento, os produtores apontaram como limitação ao cultivo da soja fatores como frustrações climáticas (estiagens) e falta de cultivares aptas à região. Os resultados do estudo foram ponto de partida para o desenvolvimento do projeto “Validação de tecnologias em municípios das regiões Fronteira Oeste, Missões e Central do RS”, que tem como objetivo demonstrar o comportamento de cultivares de soja de diferentes grupos de maturidade, através de unidades demonstrativas instaladas em propriedades rurais de 14 municípios. Conforme o Chefe de Comunicação e Negócios da Embrapa Trigo, Osvaldo Vieira, em cada unidade será realizado um dia de campo para divulgar a avaliação do desempenho das cultivares e o manejo utilizado. “Buscamos cultivares de diferentes empresas obtentoras para oferecer mais opções aos produtores”, explica Vieira, lembrando que as lavouras são acompanhadas por técnicos da região, fazendo a ligação entre produtores e pesquisadores. Um trabalho com a mesma finalidade está sendo conduzido na Fepagro de São Borja, onde um ensaio com 38 cultivares vai avaliar a adaptação dos materiais.
O projeto é desenvolvido em parceria com a Fepagro, Embrapas Trigo, Pecuária Sul e Transferência de Tecnologia-PF, Fundacep, URI-Santiago, diversas cooperativas e produtores da região. Na última semana, uma grupo de parceiros esteve visitando as lavouras com unidades do projeto e já registraram avaliações positivas, como o aumento de cultivares nacionais e o bom controle de pragas. Um ponto avaliado como negativo, foi a falta de critérios na aplicação de fungicidas para “prevenir a ferrugem asiática”. Na maioria das lavouras acompanhadas, a aplicação somente do herbicida foi suficiente nos tratos culturais.
Joseani M. Antunes
Embrapa Trigo
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