Projeção é de boa safra para citricultores do Vale do Caí

28.05.2015 | 20:59 (UTC -3)

A perspectiva para os citricultores do Vale do Caí (RS) não poderia ser melhor: vem aí mais uma boa safra de laranjas, bergamotas e limões para os produtores da região. O anúncio foi feito durante a 16ª edição da Abertura da Safra de Citros, realizada na propriedade da família Steffen, na localidade de Vapor Velho, em Montenegro. A projeção é de que a safra seja semelhante à de 2014, quando foram colhidas 162 mil toneladas de citros no Vale do Caí. Desse total, a expectativa é de que 107 mil toneladas sejam de bergamotas, já que a região é a principal produtora do fruto no Estado. No Rio Grande do Sul devem ser colhidas mais de 430 mil toneladas de citros nesta safra.

De acordo com o assistente técnico regional em Sistema de Produção Vegetal da Emater/RS-Ascar, Derli Paulo Bonine, o clima favorável - chuvas abundantes e regulares e temperaturas amenas durante o dia e frias à noite - tem garantido o bom desenvolvimento dos frutos. “Desde a floração, que iniciou ainda na primavera do ano passado, as chuvas foram suficientes e bem distribuídas, possibilitando a umidade do solo e o bom crescimento dos frutos”, ressalta. “O resultado são frutos de intensa cor arranjada na casca e com excelente equilíbrio entre acidez e teor de açúcar”, garante.

Bonine também valoriza o fato de a região comportar toda a cadeia produtiva, da produção de mudas e insumos à industrialização e à comercialização. “É um trabalho que iniciou há mais de 100 anos no Vale do Caí, sendo esta uma cadeia muito bem estruturada, instrumentalizada no que se refere à tecnologia, pautada pelo associativismo e apoiada ainda pela assistência técnica e extensão rural”, salienta. Este somatório tem garantido, de acordo com o agrônomo, também um maior retorno para os produtores, que têm recebido de R$ 2,00 a R$ 3,00 a mais por caixa comercializada.

O secretário de Desenvolvimento Rural e Cooperativismo (SDR), Tarcísio Minetto, que representou o governador do Estado, José Ivo Sartori, no evento, valorizou o esforço dos citricultores no sentido de garantir mais uma safra de qualidade, o que é motivo de orgulho para os gaúchos. “E nós, que trabalhamos diretamente com a agricultura familiar e com o cooperativismo, temos a responsabilidade de atuar de maneira conjunta com os produtores, apoiando-os para que se avance ainda mais”, afirmou.

O delegado do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Marcos Regelin, ressaltou a evolução pela qual a produção agrícola tem passado, com mais organização, infraestrutura, tecnologia, assistência técnica e acesso às politicas públicas. Regelin lembrou o Plano Safra, o qual destinou mais de R$ 24 bilhões aos agricultores no último ano, iniciativa que deverá ser reeditada em 2015, além de outras ações, como as Chamadas Públicas, que também têm servido como aporte de recursos. “São ações que fortalecem a agricultura familiar e que nos fazem olhar com satisfação para o futuro”, analisa.

O evento contou ainda com a presença de outras autoridades, como o prefeito de Montenegro, Luiz Américo Alves Aldana, o assistente técnico estadual em Fruticultura da Emater/RS-Ascar, Antônio Conte, diretor-presidente da Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro), Adoralvo Antônio Schio, o secretário municipal de Desenvolvimento Rural, Antônio Edson da Cruz Padilha, o gerente adjunto da Emater/RS-Ascar, Carlos Lagemann, e o representante da Câmara Setorial de Citricultura, Eduardo Schroder, além de secretários, vereadores, representantes de entidades ligadas ao setor e agricultores.

Para o anfitrião do evento, Jean Carlo Steffen, foi um dia alegre não apenas para a família, mas também para a Associação de Produtores Ecologistas Companheiros da Natureza e para os integrantes da Rota Turística Sabores e Saberes, das quais a família faz parte. “Na nossa propriedade a citricultura existe desde o ano de 1927, sendo a guinada em 1998, quando decidimos produzir orgânicos”, lembra. Hoje, ao lado do irmão, da esposa, da cunhada e da mãe, Steffen trabalha com 20 mil pés de laranjas e bergamotas. “A nossa produção alcança as 215 toneladas por safra, entre frutas para o consumo ao natural e para produção de sucos”, diz.

O produtor explica que o carro-chefe é a bergamota, sendo a variedade montenegrina a mais cultivada. Já em relação às laranjas, é a Valência é a que “puxa a frente”, como diz o jovem. “Cerca de 70% da nossa produção é vendida por meio da associação para feiras locais, sendo o restante destinado a agroindústrias para a elaboração de sucos”, explica. Como forma de diversificar a propriedade, também trabalha com turismo rural. No local são recebidos grupos para visitas guiadas com contato com a natureza, colheita de fruto no pé, mostra de equipamentos antigos, lanche e almoço. “Quem vem leva um pouco da nossa história, o que, acreditamos ser o maior atrativo”, afirma.

O evento foi realizado pela Prefeitura e pela Câmara Regional de Citricultura, com o apoio da Emater/RS-Ascar, Secretaria de Desenvolvimento Rural e Cooperativismo (SDR), Centro de Formação de Agricultores de Montenegro (Cetam), Grupos Organizados do Lar (GOL), Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR), Ordem Auxiliadora de Senhoras Evangélicas (Oase), Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag), Cooperativa dos Citricultores Ecológicos do Vale do Caí (Ecocitrus), Cooperativa dos Fruticultores da Agricultura Familiar (Coofrutaf), Associação de Fruticultores de Montenegro e Colegiado de Desenvolvimento Territorial (Codeter) do Vale do Caí.

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