Programa de Adequação Ambiental da Esalq é premiado

15.12.2008 | 21:59 (UTC -3)

A Conservação Internacional (CI-Brasil) e a Ford anunciaram em Guarajuba-BA, no dia 25 de novembro, os ganhadores da 13ª edição do Prêmio Ford de Conservação Ambiental. Ao todo, foram recebidas 138 inscrições nas categorias “Conquista Individual”, “Negócios em Conservação”, “Ciência e Formação de Recursos Humanos”, “Meio Ambiente nas Escolas” e “Fornecedor”.

Na categoria Negócios em Conservação, venceu o Programa de Adequação Ambiental de Propriedades Rurais, desenvolvido pelo Laboratório de Ecologia e Restauração Florestal (LERF) do departamento de Ciências Biológicas (LCB) da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (USP/ESALQ). Coordenado pelo professor Ricardo Ribeiro Rodrigues, o programa ocorre por meio de convênios estabelecidos entre o LERF, empresas e municípios e tem obtido resultados promissores na recuperação de áreas degradadas, na divulgação de tecnologias de recuperação com menor custo de implantação e na elaboração de planejamentos necessários à consecução da certificação da ISO 14000 entre outros resultados. Para o coordenador do projeto “a presença da Conservação Internacional atribui valor significativo a esta premiação. Além disso, encontramos lá projetos já vencedores em outras iniciativas, o que faz do evento um dos mais reconhecidos na área ambiental. Importante ressaltar que é a primeira vez que submetemos este projeto à apreciação de pares, o que valoriza ainda mais o trabalho dos cerca de quarenta pesquisadores envolvidos”.

"A divulgação e premiação destes trabalhos são maneiras que encontramos para mostrar publicamente a importância da preservação dos recursos naturais e ações que reduzam desperdícios, pensando nas próximas gerações. Por esse motivo, meio ambiente é uma das prioridades nas ações de responsabilidade socioambiental da Ford", acrescentou o presidente da Ford Brasil e Mercosul, Marcos de Oliveira.

A premiação é concedida a partir de uma análise feita por especialistas na área, baseada em critérios como replicabilidade, inovação, criatividade, consistência dos resultados obtidos e repercussão, tanto para a conservação do meio ambiente como para a melhoria da qualidade de vida das populações atingidas. O corpo de jurados foi composto por Adalberto Marcondes, jornalista e diretor do site Envolverde, Ana Rita Pereira Alves, diretora geral do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, Andrée Rider, coordenadora geral do Instituto Supereco, Denise Rambaldi, secretária geral da Associação Mico-leão-dourado, e Eric Stoner, diretor de meio ambiente da USAID - United States Agency for International Development.

"Em algumas categorias a competição foi bem acirrada por conta do alto nível dos projetos inscritos, o que gerou um grande e rico debate para a decisão final. Esperamos que os vencedores sirvam de exemplo e fonte de inspiração para projetos e iniciativas ambientais por parte de novos investidores, públicos e privados, e também da sociedade civil", comentou Roberto Brandão Cavalcanti, presidente da CI-Brasil.

O Prêmio Ford de Conservação Ambiental, realizado desde 1996, é considerado hoje um dos reconhecimentos mais importantes na área ambiental do Brasil. Ao longo destes treze anos, a iniciativa já premiou 60 personalidades e entidades dedicadas às causas ambientais, somando cerca de 1,7 mil projetos inscritos, vindos de todas as regiões do Brasil. Cada um dos ganhadores recebeu um troféu e um prêmio no valor de R$20 mil.

O projeto Restauração Florestal e Aproveitamento Econômico, desenvolvido pelo LERF tem o objetivo de restaurar florestas nativas de Mata Atlântica com o propósito de recuperar e conservar a biodiversidade regional. A conquista deveu-se à amplitude do trabalho, que acontece tanto em áreas de Reserva Legal como em áreas de baixa aptidão agrícola, e ao desenvolvimento de um serviço ambiental futuro de manejo florestal, restaurando a biodiversidade local e aferindo o retorno econômico. Além disso, o programa ainda atua na geração de empregos, renda e capacitação para os restauradores envolvidos no trabalho.

A metodologia prevê o mapeamento das áreas de preservação permanentes (principalmente dos cursos d’água, nascentes, represas e lagos), dos remanescentes naturais e das áreas produtivas. A partir daí, os pesquisadores envolvidos realizam um amplo diagnóstico ambiental que possibilita a delimitação e quantificação das irregularidades ambientais frente a legislação vigente, objetivando a elaboração de propostas diferenciadas de adequação ambiental, com conseqüente restauração das áreas indevidamente degradadas no passado. Então é colocado em prática o processo de recuperação de áreas degradadas, principalmente áreas de preservação permanente instituída no Código Florestal Brasileiro. As próximas ações são um levantamento florístico dos remanescentes florestais existentes nas propriedades e conseqüente implantação de viveiro florestal de espécies nativas, com produção destinada às atividades de recuperação de áreas degradadas e fomento. Em paralelo, há a marcação de matrizes de espécies nativas regionais nos fragmentos remanescentes da propriedade e região, elaboração de trilhas de espécies para serem utilizadas em atividades de educação ambiental.

A coordenação do projeto lembra que é importante ressaltar que os resultados gerados no Programa não se resumem em número de mudas e quantidade de áreas recuperadas, mas também na difusão de conhecimentos técnicos para as empresas e municípios envolvidos sobre a importância dos recursos naturais, com ênfase em um modo de produção em harmonia com a preservação ambiental.

Caio Albuquerque

Esalq

www.esalq.usp.br

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