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Durante o segundo trimestre deste ano, de acordo com os dados inéditos registrados pela Serasa Experian, os produtores rurais que atuam como pessoa física no Brasil realizaram 214 solicitações de recuperação judicial. A comparação com os três primeiros meses do ano mostrou acréscimo de 108 pedidos. Confira no gráfico:
Para o head de agronegócio da Serasa Experian, Marcelo Pimenta, “os eventos climáticos, a elevação da taxa de juros, a baixa do preço das commodities e a alta dos custos de produção foram agentes que impactaram negativamente a estabilidade financeira no campo, principalmente para produtores que já estavam muito alavancados. Ainda assim, apesar da alta, é preciso ponderar o número absoluto de solicitações é pequeno se considerarmos um Universo com cerca de 1.4 milhão de produtores que tomaram crédito rural durantes os últimos dois anos no país. Como há uma forte concentração de RJs no MT e em GO, isso tem gerado um pessimismo para credores que passaram a atuar na região nos últimos anos”.
Em relação ao porte, os dados mostraram que, aqueles que não possuem propriedades no campo, ou seja, arrendatários de terras e grupos econômicos ou familiares relacionados ao setor, registraram 99 pedidos de recuperação judicial. “Para os produtores rurais que lidam com mais essa modalidade de comprometimento financeiro, além dos fatores econômicos, o desafio acaba sendo ainda maior”, comenta o head de agronegócio da Serasa Experian. A análise também identificou que os pequenos proprietários rurais tiveram 44 solicitações, seguidos pelos grandes (36) e médios, que realizaram 35 requerimentos.
Dentre as Unidades Federativas (UF) do Brasil, os Estados em que a recuperação judicial mais se concentrou foram Mato Grosso e Goiás, que registraram 57 e 54 pedidos, respectivamente. Além disso, regiões como Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Paraná também tiveram destaque. Veja no gráfico a seguir as informações do TOP 10 regiões na íntegra.
A atuação do Agro Score – solução da Serasa Experian que entrega análises específicas para o setor – pode prever riscos de inadimplência dos produtores rurais. Essa identificação acontece pois o monitoramento de dados da ferramenta consegue registrar, com vários meses de antecedência, os perfis financeiros que já apresentavam sinais de instabilidade. Ou seja, é uma análise que mitiga os riscos da concessão de crédito.
A aplicação dessa tecnologia mostrou, por exemplo, que o Agro Score médio dos produtores rurais que atuam como pessoa física era significativamente maior do que o daqueles que solicitaram recuperação judicial, mesmo três anos antes do pedido. Veja:
Assim, é possível comprovar que o uso de modelos preditivos viabiliza a identificação de perfis propensos à recuperação judicial e possibilita aos credores decisões mais seguras. “Utilizar análises mais criteriosas para conceder crédito protege o mercado de realizar financiamentos com perfis economicamente instáveis, diminuindo riscos e fomentando a regulamentação da saúde financeira no setor”, finaliza Marcelo Pimenta.
O levantamento inédito feito exclusivamente pela Serasa Experian foi construído a partir das estatísticas de processos de recuperação judicial no Agronegócio registradas mensalmente na base de dados da companhia e provenientes dos tribunais de justiça de todos os Estados. Estão contemplados nesse levantamento proprietários e produtores rurais de todos os portes que atuam como pessoas físicas. Nesse caso, os perfis de pessoas físicas (PF) podem requerer recuperação judicial de acordo com a Lei 14.112 de 24/12/2020.
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