Produtores de algodão da Bahia decretam guerra ao bicudo

Em evento, realizado na última sexta-feira (15), em Luís Eduardo Magalhães, produtores e técnicos estavam reunidos para demonstrar as principais estratégias de prevenção e combate à praga

20.12.2017 | 21:59 (UTC -3)
Hebert Regis

Com o início do plantio de mais uma safra algodão no oeste da Bahia, a Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), por meio dos técnicos do Programa Fitossanitário, está decretando guerra ao bicudo do algodoeiro. Em evento, realizado na última sexta-feira (15), em Luís Eduardo Magalhães, produtores e técnicos estavam reunidos para demonstrar as principais estratégias de prevenção e combate à praga, que pode prejudicar a produtividade e reduzir o lucratividade, e em alguns pontos, até a perda total.

Os palestrantes do evento, os pesquisadores entomologistas da Embrapa Algodão, Dr. José Ednilson Miranda, e da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), Dr. Paulo Degrande, reforçaram sobre a gravidade do bicudo por ser uma praga de difícil controle. “O inseto tem um ciclo rápido de reprodução, em torno de 18 dias, e em uma única safra pode se ter até cinco gerações de insetos, provocando um crescimento exponencial da praga, dificultando o controle na lavoura de algodão, cujas estruturas florais ficam expostas por 150 dias para a reprodução do inseto”, apontou José Ednilson, da Embrapa, ao reforçar a necessidade de medidas enérgicas de controle.

Para tornar mais abrangente e eficiente a atuação do programa, a Abapa vem trabalhando com 14 técnicos distribuídos em 18 núcleos produtivos no oeste e sudoeste baianos para orientação e suporte técnico. As equipes técnicas começam a monitorar por meio das armadilhas instaladas no período da entressafra das lavouras uma possível evolução da praga. “Neste momento, os técnicos do programa entram em contato direto com o produtor ou com a equipe técnica para orientar o melhor momento de entrar com o controle químico contra o bicudo”, explica o coordenador do programa fitossanitário da Abapa, Antônio Carlos Araújo.

No oeste da Bahia, o incentivo ao controle químico vem prosseguido do respeito ao vazio sanitário e à destruição de restos de cultura ao longo do período de dois meses, entre os dias 20 de setembro a 20 de novembro. Para o presidente da Abapa, Júlio Cézar Busato, o combate ao bicudo deve ser uma questão de prioridade de todos os produtores neste início do plantio de algodão. “As equipes do programa fitossanitário estão percorrendo e visitando os produtores que são os líderes dos núcleos para que eles possam influenciar os demais produtores para combater o bicudo. Não adianta um produtor fazer o dever de casa e o vizinho deixar o bicudo se proliferar”, explica.

"No ano passado, os produtores do oeste da Bahia chegaram alcançar uma produtividade recorde de 310 arrobas de algodão/hectare e houve redução da quantidade de inseticidas no campo e dano zero com o bicudo do algodoeiro na maioria das lavouras de algodão na safra 2016/2017”, afirma, ao acreditar em novo êxito dos produtores. A reunião também promoveu palestras de orientação ao combate de doenças e pragas da soja, como a Helicoverpa armigera e Ferrugem Asiática, e contou com a participação do vice-presidente da Associação dos Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), Luiz Pradella, e o presidente da Aprosoja, Alan Juliani, e do coordenador do programa fitossanitário da soja, Armando Sá Correia, e do coordenador do Programa Fitossanitário da Bahia, Celito Breda.

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