Produtores da Colômbia visitam a Embrapa Trigo

Grupo de 20 pessoas foi ao Rio Grande do Sul em busca de alternativas para o melhor aproveitamento das áreas agrícolas da Colômbia

30.10.2018 | 20:59 (UTC -3)
Joseani M. Antunes​​

A Colômbia é um País andino na América do Sul com dimensões pouco maior do que o estado do Mato Grosso, mas que utiliza apenas 1/3 da área agrícola disponível. Ao longo da história, a Colômbia manteve sua economia baseada na exportação de petróleo, ouro, esmeraldas, banana e café. Com a estabilidade política e social experimentada na última década, a exploração da coca começou a dar lugar a novas iniciativas fomentadas pelo Governo na atividade agrícola, com destaque para a pecuária, cana-de-açúcar, milho, arroz, batata, entre outros. Apesar da grande diversidade de ambientes, como solo e clima aptos à atividade agrícola, como cerrados, planícies e montanhas, o baixo uso de tecnologia é fator limitante ao crescimento da agricultura, tornando o País grande importador de alimentos, especialmente grãos.

A visita do grupo de colombianos ao Rio Grande do Sul ocorreu na semana de 14 a 20/10, provenientes do Vale do Rio Cauca, região sudoeste da Colômbia, trazidos pela indústria de implementos agrícolas Stara, com sede em Não-Me-Toque, RS. A visita a propriedades modelo, com produção de soja e arroz na Metade Sul do RS, rotação no inverno para altos rendimentos de soja no Planalto, agropecuária de leite e diversos outros modelos agrícolas sustentáveis chamaram a atenção dos visitantes: “O que vimos mostra um planejamento a longo prazo para chegar a estes resultados. Foi importante ouvir do produtor que o maior investimento está no solo, garantindo a fertilidade do solo você abre muitas oportunidades para novos cultivos associado ao investimento em máquinas e infraestrutura na propriedade para suportar a boa produção”, avalia o produtor Guillermo Kafruni.

Ao contrário da realidade combatida pela pesquisa no Sul do Brasil, onde muitos produtores de grãos excluem o milho do sistema em detrimento do monocultivo da soja, na Colômbia o problema está relacionado ao sobrecultivo do milho, onde milho sobre milho tem trazido a resistência de pragas e doenças. Segundo o pesquisador da Embrapa Trigo José Eloir Denardin, a palhada do milho pode levar até 24 meses para se decompor. “A fertilidade do solo é definida pela composição de espécies. É preciso adaptar o sistema para as condições locais, avaliando o melhor arranjo produtivo em cada situação de ambiente e estrutura fundiária”, explica Denardin.

A expectativa do grupo é avaliar oportunidades de diversificação a partir das experiências compartilhadas pelos brasileiros, como o cultivo de grãos ao nível do mar, o trigo de duplo propósito para a pecuária leiteira, além de iniciativas que já estão em andamento no País, com experimentos com algodão, cacau, cevada e feijão. 

 


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