CNH Industrial adquire a AgDNA
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Produtores de sementes e potenciais parceiros da Embrapa Trigo conheceram as cultivares disponíveis para licenciamento durante um encontro em Passo Fundo, RS, no dia 05/09. Os destaques foram os novos lançamentos em trigo, soja e aveia.
Pela manhã, produtores que fazem parte da Sulpasto visitaram o programa de melhoramento do trigo de duplo propósito e de aveia. A expectativa dos representes da Copagril, de Ijuí, RS, Diovane Antonow e Guilherme Picoli, é com relação à cultivar de aveia-preta que será lançada ainda este ano, como substituta a BRS 139 Neblina, que vem ocupando o mercado há quase 30 anos. “A aveia-preta é fundamental para o sistema produtivo da região, tanto como cobertura de solo, quanto para a sustentabilidade da bacia leiteira da região. É bom ver a Embrapa investindo novamente no desenvolvimento de cultivares de aveia”, declara Picoli. Atualmente, conforme o pesquisador Alfredo do Nascimento Junior, mais de 90% das lavouras com aveia-preta contam com genética da Embrapa.
No período da tarde, os produtores de sementes puderam conhecer melhor o portfólio de cultivares de trigo para os diferentes segmentos do setor produtivo. De acordo com o pesquisador Pedro Scheeren, mais de 60% dos trigos que estão no mercado tem genética da Embrapa. O manejo da nova cultivar BRS Belajoia fez parte da programação.
Na soja, os produtores puderam comparar as cultivares BRS 5601RR e BRS 6203RR com a nova cultivar que será lançada na próxima safra. Segundo o pesquisador Paulo Bertagnolli o mercado para soja RR chega a 1,5 milhão de hectares somente no Rio Grande do Sul.
A cultivar foi lançada na Expodireto deste ano com foco na rentabilidade do produtor. A sanidade foliar da cultivar foi comprovada na safra deste ano, quando grande parte das lavouras de trigo enfrentaram dificuldades para controlar o oídio.
De acordo com a pesquisadora Leila Costamilan a presença do fungo Blumeria graminis f. sp. tritici foi favorecida pelo clima seco na fase vegetativa das plantas: “Os esporos se soltam com facilidade e são carregados pelo vento a grandes distâncias. Em condições favoráveis, um ciclo completo da doença pode ocorrer entre 5 e 25 dias, com potencial máximo de danos superior a 60% de redução no rendimento de grãos”.
O analista de transferência de tecnologia da Embrapa Trigo, Marcelo Klein, esteve visitando lavouras de trigo em 46 locais do Rio Grande do Sul na última semana de agosto e avalia a severidade da doença: “Em algumas lavouras já foram realizadas três aplicações de fungicidas sem atingir o controle da doença que continua se espalhando. Cada aplicação custa, em média, R$ 90,00 por hectare. Certamente esses produtores vão investir somente em cultivares resistentes ao oídio nas próximas safras”.
Buscar a melhor relação custo-benefício no trigo é o objetivo do departamento técnico da Sementes Lazarotto. “O produtor está buscando opções capazes de reduzir os custos de produção e manter um bom rendimento. Orientamos para os cuidados básicos na estruturação do solo e no vigor das sementes, mas os atributos da cultivar são decisivos na escolha do produtor”, concordam Luis Mello e Vanessa Bastos.
De acordo com o pesquisador João Leonardo Pires, a resistência da cultivar BRS Belajoia a oídio e a manchas foliares permite economizar com fungicidas na fase vegetativa do trigo: “Vimos lavouras com a cultivar chegarem à colheita com apenas duas aplicações de fungicidas, especialmente destinadas a controlar a giberela no espigamento”, conta Pires, lembrando que a cultivar também dispensa gastos com redutor de crescimento e aplicação de nitrogênio no espigamento. Na densidade de semeadura também é possível economizar, já que o uso de 300 sementes aptas/m² apresentou rendimento de grãos semelhante ao uso de 500 sementes aptas/m².
A cultivar BRS Belajoia apresentou média de rendimento de 5.334 kg/ha na avaliação em 31 locais durante três anos. Em 2016, com ambiente favorável, a média de rendimento chegou a 6.837 kg/ha. O trigo BRS Belajoia está indicado para cultivo nas regiões 1 (trigo pão) e 2 (trigo doméstico) nos estados do RS, SC e PR. A semente básica está em multiplicação pelas empresas Sementes Van Ass e Agromar.
“Este encontro é um marco no relacionamento com os multiplicadores de sementes da Embrapa. Precisamos fortalecer esse vínculo com nossos parceiros de forma cada vez mais próxima e participativa. Ouvir o nosso parceiro é o caminho para o sucesso no desenvolvimento das nossas cultivares”, finaliza o Chefe-Geral da Embrapa Trigo, Osvaldo Vieira.
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