Produção de uvas viníferas em Morro do Chapéu/BA impulsiona desenvolvimento da Chapada Diamantina

31.08.2012 | 20:59 (UTC -3)
Josalto Alves

Dois anos depois de assinar convênio com a Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA), com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Semiárido), e com a Associação de Criadores e Produtores de Morro de Chapéu, para a avaliação técnica e econômica de videiras viníferas destinadas à produção de uvas na Chapada Diamantina, o secretário estadual da Agricultura, engenheiro agrônomo Eduardo Salles, comemora a concretização de um sonho. Na manhã desta sexta-feira (31), ele e o governador Jaques Wagner realizaram a primeira colheita de uvas, que serão transformadas nos primeiros vinhos produzidos com uvas de Morro do Chapéu.

Segundo o secretário, mais do que um sonho, esse fato confirma que o governo do Estado está dando largos passos para a agroindustrialização da Chapa Diamantina. Projetos com o mesmo objetivo estão sendo implantados nos municípios de Mucugê e Rio de Contas. O convênio que deu origem a esta nova realidade foi assinado no dia 30 de agosto de 2010, em Petrolina, durante a Feira de Agricultura Irrigada (Fenagri), evento realizado alternadamente em Juazeiro.

“Este é um momento importante, que abre uma avenida de oportunidades para Morro do Chapéu”, disse o governador Jaques Wagner, lembrando que tudo começou com uma conversa que ele teve como o francês Christian Jojot, presidente da maior cooperativa de produtores de vinhos da França, na região de Champagne. Esse encontro aconteceu exatamente no dia 8 de agosto de 2009, durante as comemorações do centenário de Morro do Chapéu. Naquele dia, Christian Jojot, (que veio à Bahia à convite de Jairo Vaz, superintendente de Atração de Negócios da Seagri), impressionado com as condições climáticas de Morro do Chapéu estimulou o governador e o então secretário da Agricultura, Roberto Muniz, a iniciar o cultivo de uvas para produção de vinhos na região.

Convidado por Jojot para visitar a região de Champagne, o governador, acompanhado pelo secretário Eduardo Salles, esteve na França, conhecendo o sistema de produção. As conversações culminaram com a assinatura do convênio, em 2010, e agora os resultados concretos estão sendo colhidos.

“É com muito prazer e emoção que contemplo esse maravilhoso vinhedo”, disse o produtor francês, ao participar da colheita das primeiras uvas. Ao lado dele, o presidente da Vinícola Miolo, Eurico Benedetti, destacou a qualidade do cultivo e afirmou que “esse experimento já é um sucesso”. Ele colocou as instalações da Miolo, em Casa Nova, para produzir os primeiros vinhos.

“Essa região vai se tornar a Champagne brasileira, com a produção de vinhos de alta qualidade”, prevê Eduardo Salles. O pesquisador da Embrapa, Giuliano Pereira, concorda com o secretário e afirma que “o vinho produzido em Morro do Chapéu e na Chapada será um dos melhores do Brasil. Vamos poder compará-lo ao produzido em outras cidades, como Uruguaiana, São Joaquim e Espírito Santo do Pinhal, que são referência em todo o mundo”.

As variedades de uvas cultivadas em Morro do Chapéu, (Pinot Noir, Cabernet Sauvignon, Petit Verdot, Tannat, Malbec, Merlot, Syrah, Sauvignon Blanc, Chardonnay e Muscat Petit Grain) foram trazidas da França. São de excelente qualidade e permitem a elaboração de vinhos de guarda, ou seja, que podem ser consumidos em até 30 anos.

Salles avalia ainda que, com a elaboração de vinhos finos, a Chapada Diamantina, além de se tornar referência em todo o mundo, terá forte impulso sócio-econômico. A expectativa do governo é atrair agroindústrias para a região, que possui também forte potencial turístico e hoteleiro, gerando empregos e renda.

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