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As abelhas representam um papel de suma importância na preservação dos ecossistemas e na produção de alimentos. Anualmente, a cadeia produtiva do mel movimenta mais de R$ 950 milhões e, no ano passado, ultrapassou o recorde de produção, com 61 mil toneladas, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Em relação ao ano anterior, o crescimento foi de 9,5%, impulsionado pelo aumento na demanda por mel e derivados, como própolis e geleia real.
O Estado de São Paulo, principal consumidor de produtos apícolas do País, conta com pouco mais de mil propriedades, que juntas, produzem cerca de 4,8 mil toneladas de mel por ano, principalmente de apiários localizados na região de Botucatu, onde a florada do eucalipto resulta num mel diferenciado e de alta qualidade.
Segundo Joel Andrade, presidente da Associação dos Apicultores do Polo Cuesta, o volume produzido no País vem crescendo pela expansão da atividade, que tem atraído um crescente número de produtores, mas a produtividade das colmeias vem caindo ano a ano por conta do clima adverso. “As abelhas são um grande termômetro do tempo, qualquer mudança brusca no tempo elas sofrem”, explica o apicultor, que afirma ter reduzido em 60% a produtividade de suas colmeias.
Outro fator que tem prejudicado muito as abelhas é a eventual contaminação por defensivos agrícolas, que resulta na mortalidade dos insetos. Esta contaminação e a mortalidade pode ser evitada com informação e planejamento técnico.
Um estudo da Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA) da Secretaria de Agricultura, apresentado em um congresso no Chile, pela médica-veterinária e gerente do Programa Estadual de Sanidade das Abelhas (Pesab), Renata Taveira, revelou que o inseticida fipronil foi o princípio ativo encontrado com maior frequência em abelhas mortas no Estado de São Paulo, assim como acaricidas, fungicidas e herbicidas.
Segundo Renata, as mortalidades acontecem, principalmente, em colmeias que não são registradas junto à secretaria e ficam próximas a propriedades agrícolas que fazem pulverização aérea. No Estado de São Paulo, os agricultores comunicam o governo quando fazem aplicação de defensivos com avião, tudo é controlado pelos técnicos da defesa agropecuária, que comunicam os possíveis afetados no entorno dessas propriedades, como os apicultores. “Muitos produtores de mel estão irregulares e não temos como saber sua exata localização para evitar esse tipo de contaminação”, explica.
A Câmara Setorial de Produtos Apícolas, fórum permanente que reúne a cadeia produtiva do mel, tem como uma de suas ações incentivar a regularização dos apicultores, buscando melhorar a comunicação entre os produtores, com apoio e a parceria constante da CDA e da CATI. “Aos poucos, o setor vem se conscientizando da importância da regularização das colmeias e vem organizando ações para crescer e evitar a mortalidade das abelhas”, afirma o coordenador das Câmaras Setoriais e Temáticas da Secretaria de Agricultura, José Carlos de Faria Junior.
E para conhecer de perto os problemas da cadeia apícola paulista, pela primeira vez técnicos da Coordenadoria de Defesa Agropecuária estão visitando os apiários. A meta do governo estadual é analisar 120 propriedades até o final do ano. “A partir daí teremos um diagnóstico real das condições sanitárias das colmeias de São Paulo”, acredita Renata Taveira. Além disso, os técnicos estão levando informações sobre pragas que afetam as abelhas e até mesmo indicando boas práticas de manejo aos apicultores”, conclui.
O mel é capaz de fortalecer o sistema imunológico, colaborar com a boa digestão, e até mesmo combater a prisão de ventre. Mas seus benefícios não param por aí, também é antisséptico, diurético, antioxidante, calmante e expectorante. Já o própolis é considerado um antibiótico natural, sendo antiviral, antifúngico e antibacteriano.
E para garantir todos esses benefícios, sem exagerar na dose, a recomendação diária é de, no máximo, uma colher de sopa (o equivalente a 25 gramas).
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