Produção de café no Brasil deve cair 4,4% em 2025

O recuo reflete o impacto do ciclo de baixa bienalidade e das adversidades climáticas

28.01.2025 | 09:51 (UTC -3)
Revista Cultivar

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou a primeira estimativa da safra brasileira de café para 2025. A produção total deve atingir 51,8 milhões de sacas de café beneficiado, o que representa uma redução de 4,4% em relação à safra de 2024.

O recuo reflete o impacto do ciclo de baixa bienalidade e das adversidades climáticas, como restrição hídrica e altas temperaturas durante a floração. A produtividade média nacional deve ser de 28 sacas por hectare, 3% inferior ao rendimento do ano anterior.

A área destinada ao cultivo de café cresceu 0,5%, alcançando 2,25 milhões de hectares, sendo 1,85 milhão em produção e 391,46 mil em formação.

O café arábica, que responde pela maior parte da produção nacional, terá uma queda de 12,4%, com estimativa de 34,7 milhões de sacas.

Já o café conilon deverá apresentar um crescimento significativo de 17,2%, totalizando 17,1 milhões de sacas.

Desempenho por estado

Minas Gerais, maior produtor de café do Brasil, prevê uma redução de 11,6% na produção, estimada em 24,8 milhões de sacas. A queda é atribuída à baixa bienalidade e à seca prolongada que precedeu a floração.

O Espírito Santo, segundo maior produtor, espera um aumento de 9%, alcançando 15,1 milhões de sacas. Esse crescimento é impulsionado pela produção de conilon, que deve aumentar 20,1% devido às condições climáticas favoráveis no período de florada.

São Paulo, exclusivamente produtor de arábica, deve registrar uma queda de 15,3%, com 4,6 milhões de sacas. Na Bahia, a produção total deve crescer 11,3%, chegando a 3,4 milhões de sacas, enquanto Rondônia, com foco no conilon, prevê 2,2 milhões de sacas, um avanço de 6,5%. Estados como Goiás e Mato Grosso, produtores menores, projetam reduções devido à bienalidade negativa e ao clima desfavorável.

Cenário global

A produção global de café para 2024/25 está estimada em 174,9 milhões de sacas, um aumento de 4,1% em relação ao ciclo anterior, segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).

No entanto, a demanda mundial de 168,1 milhões de sacas deve manter os estoques globais em níveis historicamente baixos, com apenas 20,9 milhões de sacas ao final da temporada, o menor volume em 25 anos.

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