Supergasbras investe em especialização para ampliar portfólio de soluções no Agronegócio
Eficiência energética deve ser central no planejamento das atividades agrícolas
O volume de amêndoas recebidas pela indústria brasileira de cacau no primeiro semestre de 2025 foi praticamente igual ao de 2024 e 37,7% inferior ao mesmo período de 2023, segundo levantamento do SindiDados – Campos Consultores, divulgado pela Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC). Foram 58.188 toneladas entre janeiro e junho deste ano, contra 58.363 toneladas em 2024 e 93.314 toneladas em 2023.
Apesar de uma leve melhora no segundo trimestre, o setor continua pressionado por fatores estruturais, como extremos climáticos, doenças fúngicas e falta de mão de obra. “Mesmo com os preços internacionais em alta, a produção nacional não tem reagido. Ainda acreditamos no potencial do Brasil, mas é preciso investir em inovação, tecnologia e clones mais resistentes”, afirma a presidente-executiva da AIPC, Anna Paula Losi.
A moagem somou 97.904 toneladas no semestre, retração de 14,4% frente a 2024 e de 22,6% em relação a 2023 — o pior resultado dos últimos nove anos. O déficit entre a oferta interna e a demanda industrial foi de 39.716 toneladas, equivalente a 40,6% de toda a moagem, acima dos 26,2% registrados em 2023. “O setor está sendo pressionado por todos os lados: falta matéria-prima, os custos estão altos e a demanda também foi afetada”, diz Anna Paula.
A Bahia liderou com 63,4% do total (36.876 t), mas teve queda de 27,7% ante 2024. O Pará ficou com 26,9% (15.658 t), recuando 59,9%. Espírito Santo (4.725 t) e Rondônia (918 t) também tiveram retrações de 19,9% e 30,2%, respectivamente.
Com a baixa oferta interna, as importações cresceram. No primeiro semestre, o Brasil importou 42.143 toneladas de amêndoas, alta de 87,1% frente a 2024. As importações de derivados também aumentaram 20,4%, somando 25.382 toneladas. Já as exportações de amêndoas caíram 19,6%.
Por outro lado, as exportações de derivados avançaram 27%, totalizando 28.764 toneladas. Em valor, chegaram a US$ 319 milhões, alta de 71% na comparação anual, impulsionadas pela valorização da commodity. A Argentina segue como principal destino (US$ 83 mi), seguida por EUA, Chile e Países Baixos.
“A cadeia vive um momento crítico. Mesmo com preços recordes no mercado internacional, seguimos dependentes da importação. O setor precisa de apoio ao produtor, segurança jurídica e modernização das lavouras para retomar a autossuficiência”, ressalta Anna Paula.
Segundo a StoneX, os preços do cacau permaneceram elevados no primeiro semestre, diante da frustração com a safra no Oeste Africano, responsável por 70% da produção global. Já países como Equador e Indonésia têm ampliado sua participação nas exportações.
A expectativa para a temporada 2025/26 é moderadamente otimista, com boas condições climáticas até o momento. No entanto, a demanda global segue sob pressão dos preços altos e de barreiras comerciais, como as novas tarifas de importação impostas pelos Estados Unidos. “Por ora, projetamos um leve superávit global, mas o cenário ainda exige cautela”, aponta o analista da StoneX, Rafael Borges.
Receba por e-mail as últimas notícias sobre agricultura