Produção de anidro cresce 26,57% na primeira quinzena de julho no Centro-Sul do País

26.07.2011 | 20:59 (UTC -3)
Andrea Benedetti

O volume de cana-de-açúcar processado pelas unidades produtoras da região Centro-Sul do País somou 40,39 milhões de toneladas na primeira quinzena de julho, aumento de 2,34% em relação ao ano anterior. No acumulado desde o início da safra até 16 de julho, a moagem alcançou 217,40 milhões de toneladas, queda de 14,81% em relação as 255,19 milhões de toneladas registradas em igual período da safra passada.

Apesar dessa diminuição da moagem, de quase 40 milhões de toneladas desde o início da safra comparada ao último ano, a produção de etanol anidro apresentou crescimento de 14,32% até 16 de julho, totalizando 3,16 bilhões de litros contra 2,77 bilhões produzidos na última safra. Nos primeiros 15 dias de julho, a produção de anidro foi de 615,32 milhões de litros, expressivo crescimento de 26,57% relativamente ao volume observado na safra 2010/2011 (486,14 milhões de litros), e de 51,40% em relação à safra 2009/2010 (406,43 milhões de litros).

Para o diretor técnico da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Antonio de Padua Rodrigues, “apesar do menor volume de cana processado e da baixa concentração de sacarose na planta, a produção de anidro segue em forte expansão, e o crescimento médio da produção nas últimas cinco quinzenas supera 20%”. Isso reflete o total comprometimento do setor para atender o mercado doméstico do produto, explica o executivo.

Em relação ao etanol hidratado, a produção atingiu 1,02 bilhão de litros nos primeiros 15 dias de julho, um recuo de 25,48% em relação ao 1,37 bilhão de litros verificados em igual período de 2010. No acumulado desde o início da safra, a produção de etanol hidratado atingiu 5,53 bilhões de litros.

Já a fabricação de açúcar somou 2,58 milhões de toneladas na primeira quinzena deste mês, volume praticamente idêntico ao produzido em igual período de 2010 (2,51 milhões de toneladas). No acumulado desde o início da safra 2011/2012, a produção de açúcar atingiu 11,93 milhões de toneladas, queda de 14,87% em relação à safra passada.

“A defasagem na produção de açúcar nesta safra supera dois milhões de toneladas em relação ao último ano,” afirma Rodrigues. Dependendo da evolução da produtividade agrícola do canavial e da concentração de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) na planta nas próximas quinzenas, é possível que não se recupere essa diferença na produção até o final do ano, explica.

A concentração de ATR alcançou 136,02 kg por tonelada de cana-de-açúcar na primeira quinzena de julho, ante 146,64 kg obtidos em igual período do último ano. No acumulado desde o início da safra, a quantidade de ATR por tonelada de cana ficou em 125,71, queda de 3,21% em relação ao mesmo período de 2010 (129,88 kg por tonelada).

Para o diretor da UNICA, “a deterioração da qualidade da matéria-prima é fruto de diversos fatores, incluindo maior florescimento, geada em algumas regiões e o menor desenvolvimento da planta em função da estiagem prolongada de 2010”. Nesse cenário, a concentração de sacarose na cana fica comprometida e dificilmente veremos uma recuperação significativa do ATR nesta safra, completou o executivo.

As vendas de etanol pelas unidades produtoras da região Centro-Sul, acumuladas de abril até 16 de julho, somaram 6,19 bilhões de litros, queda de 15,99% comparativamente a igual período do ano passado. Deste total, 5,68 bilhões de litros destinaram-se ao mercado doméstico, volume 1,02 bilhão de litros inferior àquele observado na safra 2010/2011.

Essa queda do volume comercializado internamente deve-se ao recuo das vendas de etanol hidratado. As vendas atingiram 590,28 milhões de litros nos primeiros 15 dias de julho, queda de 10,61% comparativamente à quinzena anterior, e de 21,71% em relação ao mesmo período de 2010.

Rodrigues esclarece que “o preço do etanol hidratado ao produtor está praticamente estável há mais de 30 dias, o que reflete a condição de oferta e demanda do produto”. Segundo ele, é importante para produtores, distribuidores e consumidores que não haja uma volatilidade extrema de preços entre os períodos de safra e entressafra. “Isso causa transtornos para todos os agentes privados e públicos envolvidos e responsáveis pelo abastecimento,” acrescentou.

Em relação ao etanol anidro, as vendas seguem em alta quando comparadas ao ano anterior. O volume destinado ao mercado interno somou 345,28 na primeira metade de julho, contra 298,69 milhões de litros registrados na mesma quinzena do ano anterior.

No acumulado desde o início de abril, as vendas de etanol anidro pelas unidades produtoras do Centro-Sul totalizaram 2,22 bilhões de litros no mercado interno. Já as de hidratado atingiram 3,46 bilhões de litros.

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