Produção brasileira de etanol de milho na safra 2022/23 deverá atingir 4.5 bilhões de litros

Estimativa da Unem indica um aumento de 31% em comparação à safra anterior e de 7% em relação à última projeção, que totalizou 4.2 bilhões de litros

05.05.2022 | 15:32 (UTC -3)
Unem/SNA

A produção de etanol de milho no Brasil, na safra 2022/23, deverá aumentar para 4.5 bilhões de litros. Estimativa divulgada esta semana pela União Nacional de Etanol de Milho (Unem) indica um aumento de 31% em comparação à safra anterior e de 7% em relação à última projeção, que totalizou 4.2 bilhões de litros.

Segundo a Unem, o volume de milho processado pelas usinas também deverá aumentar de 7.98 milhões para 10.38 milhões de toneladas, com alta de 30%.

A safra 2021/2022, que terminou em abril, totalizou uma produção de 27.53 bilhões de litros de etanol, considerando a soma do biocombustível à base de cana-de-açúcar e o de milho. Para a próxima temporada, o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) estima uma produção de 30 bilhões de litros.

A revisão das projeções indica que o etanol de milho deverá ampliar a sua participação na produção total do biocombustível, passando de 12,50% para 15%.

Expansão

O presidente executivo da Unem, Guilherme Nolasco, afirmou que o setor de etanol de milho está em processo de expansão e o reflexo pode ser observado na oferta de produtos e na participação no mercado.

“O etanol de milho se consolidou como uma alternativa para a verticalização da produção de milho, agregação de valor e, desde a última safra, como um importante equalizador no mercado de combustível”, disse Nolasco.

“Com a quebra na safra de cana-de-açúcar, o etanol de milho diminuiu o impacto da menor oferta e está viabilizando a produção ao longo de todo o ano”. Desde o ano passado, usinas que já atuam no mercado vêm anunciando expansão das suas unidades.

Em setembro de 2021, a Agência Nacional de Petróleo (ANP) autorizou o aumento da produção de etanol da unidade de Sinop de 1.7 milhão para 3 milhões de litros/dia, passando a produzir 1 bilhão de litros/ano. Em Sorriso, uma indústria teve sua capacidade ampliada para 880 milhões de litros/ano.

Novas unidades

Além disso, pelo menos duas novas unidades deverão entrar em operação em 2022, sendo uma delas em Dourados (MS), com capacidade inicial de produzir 1.3 milhão de litros/dia a partir de maio e previsão de dobrar a produção na segunda fase, em agosto deste ano.

Mais uma unidade deve iniciar a operação no final de 2022 e outras usinas vão expandir a capacidade produtiva. Para 2023, Mato Grosso do Sul inaugura sua segunda unidade, se consolidando segundo maior polo produtivo do País, posto atualmente ocupado por Goiás.

“Este movimento dentro da cadeia do etanol de milho deve ser contínuo pelas próximas cinco safras. É o resultado da consolidação do setor no mercado nacional de biocombustível, apoiado em políticas públicas que visam a diminuir a dependência dos combustíveis fósseis e fortalecer uma matriz energética mais limpa e de fonte renovável”, afirmou Nolasco.

Rentabilidade

Para o vice-presidente da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), Hélio Sirimarco, no caso da produção de etanol, o milho é mais rentável que a cana-de-açúcar.

“O fato da maioria das usinas estarem localizadas em Mato Grosso, que é o maior produtor de milho do País, e em Mato Grosso Sul, que também é grande produtor de milho, facilita o abastecimento das regiões Centro-Oeste e Norte, com custos logísticos menores. Além disso, os subprodutos contribuem para a maior rentabilidade”.

Subprodutos

Segundo o Imea, a produção do farelo de milho, utilizado como insumo para ração de animais, tanto de pets quanto de suínos, peixes e aves, e na intensificação da pecuária de corte, deverá totalizar 2.53 milhões de toneladas, um aumento de 36% em relação à produção da safra 2021/2022, quando foram produzidas 1.85 milhão de toneladas.

A produção de óleo de milho também será aumentada, passando de 114.900 para 164.700 toneladas, com alta de 43%.

“Os subprodutos do etanol de milho são fundamentais dentro da cadeia produtiva, pois além de elevarem a eficiência industrial, se tornaram indispensáveis para o adensamento das cadeias produtivas”, ressaltou Nolasco.

Além disso, “ofertam ao setor de proteína animal um produto de alta qualidade, disponível ao longo de todo o ano e que está trazendo mais previsibilidade e poder de negociação aos produtores de carnes”, concluiu o executivo.

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