Previsão de chuvas na safra de soja desperta otimismo, mas agrônomos recomendam a adoação de medidas contra ferrugem

17.07.2012 | 20:59 (UTC -3)
Fonte: Assessoria de Imprensa

Previsões dos principais institutos de meteorologia apontam para ocorrência de chuvas acima da média já a partir do mês que vem, até novembro próximo, nas principais regiões brasileiras produtoras de soja. Esse cenário, somado ao preço do produto no mercado futuro e à alta do dólar, sinaliza que serão plenas as condições para que o produtor obtenha uma boa colheita na safra 2012/13.

Somar Meteorologia e Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos/CPTEC, do Inpe – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais –, por exemplo, informaram que após a seca que no ano passado diminuiu em 30 milhões de toneladas a produção de soja no Brasil, Argentina e Paraguai, há este ano entre 70% e 80% de chances de que o fenômeno El Niño traga chuvas e umidade às lavouras da oleaginosa e demais grãos cultivados nas Américas.

O CPTEC/INPE calcula ainda que entre os meses de julho e setembro deste ano, as regiões Centro-Oeste, Sul, Sudeste e Nordeste do Brasil poderão registrar índice pluviométrico superior a 400 mm.

Na área econômica, outros dados reforçam a expectativa positiva em relação à próxima safra 2012/13: no final de maio último, as vendas antecipadas atingiram 27%, um número sem precedentes, de acordo com a consultoria Céleres. No tocante ao estoque da safra 2011/12, o índice de comercialização chegou a 87%, e superou em 20 pontos o do mesmo período do ano passado.

Se por um lado a meteorologia gera otimismo quanto ao desempenho das lavouras na safra 2012/13 – para a consultoria Informa Economics haverá uma produção recorde, da ordem de 80,5 milhões de toneladas, um salto de 22% em comparação aos 66 milhões de toneladas do ciclo anterior, afetado pela seca -, embute também uma preocupação-chave para o sojicultor. Em geral, o fantasma da ferrugem asiática chega junto com a umidade das chuvas.

Descoberta no início do ano de 2000, a ferrugem asiática é transmitida pelo fungo Phakopsora pachyrhizi, que impede o desenvolvimento das plantas de soja e reduz a produtividade da lavoura.

Ainda segundo o Imea, as perdas contabilizadas com a ferrugem asiática no Brasil são hoje estimadas em US$ 19,7 milhões, desde o início desta década.

Grandes produtores paranaenses relatam diferentes experiências vividas com a ferrugem da soja. Enquanto alguns declaram já ter sofrido perdas representativas em algum momento, outros celebram o sucesso das ações que vêm adotando para se proteger.

Numa coisa, porém, todos concordam: é a escolha do fungicida certo que define a sanidade das lavouras de soja em época de ferrugem.

“Aqui na região tem ano com ferrugem e ano sem ferrugem. Por isso adquirimos o fungicida com antecedência e fazemos aplicação preventiva”, relata o produtor Osmar João Bertoli Jr, 49 anos, 23 de sojicultura, dono de uma propriedade com 150 hectares em Ubiratã. Segundo Bertoli, ele já teve várias experiências com o fungo e há pelo menos três safras faz o tratamento com fungicida.

Em sua propriedade, Bertoli Jr., que colhe em torno de 64 sacas/ha, vem utilizando o fungicida Aproach Prima, distribuído pela DuPont.

“Se você usar o produto adequado, mantém o potencial produtivo da lavoura. Houve gente por aqui que já perdeu 40 sacas por hectare por não ter feito aplicação. Já os que fizeram, aumentaram para até 12 sacas a mais sua produção”, revela.

A mesma receita é seguida na cidade de Palmas, pelo agricultor Alexandro Martini, 35 anos, há 18 na sojicultura. “Já tive problemas sérios com a ferrugem. O atraso na aplicação de fungicida provoca perdas de 10% a 15% da produção”, salienta. Proprietário de duas fazendas que totalizam 900 hectares, Martini afirma que o tratamento correto pode aumentar sua produção entre 20% e 30%. Ele colhe, em média, entre 58 sacas e 60 sacas por hectare.

Outro caso de sucesso no controle da ferrugem vem da cidade de Vitorino, onde o agricultor Omar Claudemir Olivo, 39 anos, mantém sua fazenda. Há mais de 25 anos na atividade, ele colhe em torno de 60 sacas por hectare – sua propriedade é de aproximadamente 700 hectares. “No ano passado, usei o Aproach Prima em 80% da lavoura. Não tive problema com ferrugem. O fungicida tem boa ação de controle e permitiu melhor enchimento de grão”, resume.

Já em Ivaiporã, o produtor Marco Antonio Esquiçato, de 45 anos, diz que nunca teve problema com a ferrugem, pois desde que a doença apareceu no Paraná adotou o tratamento preventivo, com fungicida, como defesa.

“Esse método é decisivo para a rentabilidade. O impacto do fungicida no desempenho da soja é de 100%”, atesta Esquiçato. “Alguns vizinhos que não acreditam na doença nas safras anteriores tiveram prejuízos”, complementa.

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