O estudo anual BIP Milho – Business Inteligence Panel, da Spark Consultoria Estratégica, detectou aumento na pressão de pragas sugadoras sobre a cultura do milho na safra 2019-20. Conforme o levantamento, que avalia o comportamento do mercado de defensivos agrícolas nos principais cultivos, os tratamentos para controle desses insetos atingiram 47% das áreas ocupadas pelo grão no período, ante 39% do ciclo 2018-19.
De acordo com o executivo Lucas Alves, coordenador de projetos da Spark, os insetos sugadores constituem uma das principais preocupações do produtor de milho. Conforme o porta-voz da consultoria, quase todas as regiões produtoras do grão tiveram problemas ocasionados por essas pragas na safra 2019-20.
O levantamento da Spark apontou que o mercado de agroquímicos para milho movimentou US$ 312 milhões na safra 2019-20, uma alta de 8%. Desse montante, informa a empresa, os inseticidas registraram participação de 20% ou US$ 63 milhões, enquanto os produtos específicos para pragas sugadoras responderam por 48% da categoria (US$ 30 milhões).
De acordo com a Spark, produtores cujas lavouras foram fortemente atingidas por pragas sugadoras realizaram em média 2,1 aplicações de inseticidas. “Nas regiões com maior incidência de ataques, caso da Bahia, a adoção de tratamentos chegou a quase cem por cento da área”, revela Alves. Ainda de acordo com o executivo, na fronteira agrícola baiana o BIP Spark constatou média de 5,6 aplicações na safra, frente aos ataques dessas pragas.
“Entre as sugadoras, o percevejo-barriga-verde (Dichelops furcatus) e a cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidis) são as pragas que causam danos potencialmente mais graves à produtividade do milho”, complementa Alves. Conforme o executivo, a ausência de chuvas e as altas temperaturas, predominantes nas principais regiões produtoras, trouxeram as condições ideais à proliferação desses insetos.
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Segundo a Spark, o crescimento de 8% do mercado total de agroquímicos para milho veio ancorado no aumento de 10% da taxa de adesão de produtores ao controle de pragas, doenças e plantas invasoras. A consultoria também considera relevante a evolução de 4%, em área, medida no plantio de sementes com a tecnologia Bt+RR. Tais cultivares, informa a empresa, preencheram 78% das áreas de milho, equivalentes a 2,647 milhões de hectares, e absorveram 74% das vendas de defensivos para a cultura (US$ 232 milhões). Na safra 2018-19, segundo a empresa, as mesmas cultivares ocuparam, proporcionalmente à área plantada então, 71% das lavouras, movimentando US$ 191 milhões.
Em relação ao desempenho por categoria de produtos, os herbicidas seguem na dianteira entre os agroquímicos do milho. De acordo com a Spark, os produtos movimentaram US$ 118 milhões, com 38% de participação. Vice-líder, o manejo de tratamento de sementes totalizou 22% das vendas ou US$ 68 milhões, seguido pelos inseticidas.
A quarta categoria em vendas, com 17% de participação, foi a dos fungicidas: US$ 53 milhões. Já os produtos adjuvantes fecharam a safra com 3% das vendas (US$ 9 milhões).
Entre os estados produtores, o BIP Milho da Spark traz o Rio Grande do Sul na liderança em área cultivada, com 28% do total (939 mil hectares). Minas Gerais é vice-líder com 23% (774 mil ha). Na terceira e quarta posições aparecem Santa Catarina e Paraná, que plantaram 548 mil ha (16%) e 462 mil ha (14%), respectivamente. Quinto maior produtor, São Paulo concentrou 8% (273 mil ha) das lavouras. Goiás e Bahia fecham o ranking, com 233 mil ha (7%) e 166 mil ha (5%).