Embrapa Rondônia inicia semeadura do Programa Soja Livre
A presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu, pediu o apoio do Banco Mundial para acabar com a pobreza no campo, em encontro com os diretores da instituição, em Washington, nos Estados Unidos. Ela obteve sinalização positiva para projetos em comum com o banco para a melhoria da renda dos pequenos agricultores, com base no aumento da fertilização do solo e da produtividade.
“A grande maioria dos agricultores brasileiros está nas classes D e E”, afirmou a senadora. Segundo ela, esses produtores “não conseguem produzir sequer para subsistência”. Nesses casos, explicou, “extensão rural é mais importante até do que o crédito”. A proposta apresentada pela presidente da CNA envolve uma assistência técnica diferenciada, que inclua indicadores de cumprimento de metas e premiações. “Não basta ir a propriedade tomar café com o produtor, é preciso estabelecer compensação por tarefa alcançada”, afirmou
Segundo a senadora Kátia Abreu, a classe C rural compreende 15,4% dos agricultores, responsáveis por 13% do valor bruto de produção nacional. O problema desse grupo é não ter escala suficiente para operar em mercados futuros e se proteger dos riscos da atividade. Para eles, a senadora defende, entre outros instrumentos, o seguro agrícola obrigatório.
“Com base nesses números, procuramos construir com o Governo brasileiro uma nova política agrícola, com projeções de crescimento para pequenos e médios produtores”, disse. Ela destacou que o aumento da produtividade no campo também está ligado à questão da segurança alimentar. “E no mundo de hoje, segurança alimentar é imprescindível para a paz”, afirmou.
Juergen Voegele, diretor para Agricultura do Banco Mundial, discutiu com a presidente da CNA a possibilidade de estabelecer parcerias para os projetos que apresentou e afirmou que o Brasil é, hoje, exemplo para o mundo em aumento da produtividade agrícola. O Banco Mundial empresta mais de US$ 6 bilhões, anualmente, para projetos ligados à agricultura e segurança alimentar, e há intenção de aumentar o montante. “Em muitos países, segurança alimentar se confunde com segurança nacional”, disse Voegele.
O diretor do Banco Mundial também manifestou interesse em ampliar parcerias público-privadas no Brasil para a melhoria da infraestrutura do agribusiness, uma das prioridades apresentadas pela presidente da CNA. O foco da discussão foi o desenvolvimento da logística com investimentos em hidrovias e portos. Voegele ainda convidou a senadora a ir ao Vietnã em breve para levar o exemplo do Brasil a uma conferência internacional com mais de 80 ministros de agricultura de diversos países.
Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) – Pauta semelhante foi desenvolvida pela presidente CNA, senadora Kátia Abreu, em palestra na sede do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), em Washington. A instituição sinalizou forte interesse nas propostas de investimentos em duas áreas primordiais para o agribusiness brasileiro: o desenvolvimento da infraestrutura para o transporte de grãos e projetos que favoreçam o aumento da renda das classes C, D e E no campo. Sérgio Portugal, diretor do escritório do Brasil no BID, decidiu agendar novas reuniões para aprofundar a discussão de possíveis parcerias.
Com relação à melhoria da infraestrutura, a senadora Kátia Abreu afirmou ser vital a integração da logística para transporte na região do Arco Norte do País. “Nosso foco é nas hidrovias e portos, que necessitam urgentemente de investimentos”, disse a presidente da CNA. A senadora explicou que a região situada acima do paralelo 15, onde se pretende implantar as hidrovias, concentra 52% da produção de soja e milho do País, mas só consegue escoar 16% para a região norte. O restante vai para o sul e ajuda a estrangular portos como os de Santos e Paranaguá.
“Queremos criar as hidrovias com uma grande parceria público-privada, e há muito espaço para a participação de um banco de fomento, como o BID, neste projeto”, afirmou a presidente da CNA. Informou que discutiu recentemente a questão do potencial das hidrovias da região do Arco Norte com a presidente Dilma Rousseff, em Brasília, que ouviu as propostas com bastante interesse e a convidou para apresentar o assunto na próxima reunião do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).
O aumento da produtividade e da renda dos pequenos agricultores foi outro tema abordado pela presidente da CNA na reunião com representantes do BID. A senadora Kátia Abreu lembrou que “o boom da classe C brasileira está concentrado no ambiente urbano. A classe C rural precisa de ajuda”, disse. Na base dos projetos da CNA para a questão está o desafio de melhorar a fertilização do solo nas pequenas propriedades para possibilitar o aumento de produção sem investimento de larga escala. “A solução é investir em mecanização e fertilização”, afirmou.
O BID tem, hoje, uma carteira de US$ 13 bilhões em empréstimos de baixo custo para projetos de desenvolvimento no Brasil. O diretor do escritório do Brasil no BID manifestou confiança na aproximação com a CNA para o desenvolvimento de ações em parceria. “Todos os pontos mencionados pela senadora estão dentro de nossa atuação”, afirmou.
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