Presidente da CNA afirma nos EUA que ascensão econômica da população oferece oportunidades de investimentos no setor agropecuário brasileiro

03.11.2011 | 21:59 (UTC -3)
Fonte: Assessoria de Comunicação CNA

A presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu, afirmou durante palestra na Brazilian American Chamber of Commerce (BACC), em Nova York, nos Estados Unidos, que a ascensão econômica das classes C, D e E representa uma oportunidade para investimentos no setor agropecuário brasileiro. Explicou que as classes D e E tendem a gastar 8% da renda familiar com a compra de alimentos, mas quando ascendem socialmente passam a gastar até 16% da renda com alimentação, impulsionando o comércio de produtos agropecuários.

“O Brasil está nessa ascensão extraordinária, com o consumo crescendo de forma extraordinária, e por isso existem muitas oportunidades interessantes para investimentos no País”, afirmou a senadora, em palestra aos investidores, diplomatas e empresários reunidos na BACC. Segundo a presidente da CNA, o mercado brasileiro é forte e tende a se expandir, o que representa uma grande oportunidade para o setor agropecuário. Isto porque, quando as famílias começam a ganhar mais, passam a gastar mais com comida de qualidade.

Esse cenário abre a possibilidade para uma série de investimentos no Brasil, não somente neste setor, mas também na área de infraestrutura. A presidente da CNA afirmou que o Governo federal se comprometeu a fazer investimentos na logística de transporte. “A presidente Dilma Rousseff me garantiu que serão realizados fortes investimentos públicos e público-privados nos portos brasileiros, principalmente nas regiões Norte e Nordeste”, afirmou a senadora Kátia Abreu.

Durante sua palestra, a presidente da CNA também falou sobre o potencial de crescimento do setor agropecuário. Citou números do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), que apontam para um crescimento de 98,61% nas exportações de milho, nos próximos anos, somente com investimento em tecnologia, sem a necessidade de aumento de terras cultivadas. Segundo a mesma fonte, a exportação de soja pode aumentar em 41,60%; de suco de laranja, 30,92%; de frango, 82,60%; e de carne bovina, 92,78%. Esses são apenas alguns exemplos, pois acredita-se que toda a agricultura brasileira possa triplicar sua produção apenas com investimentos em tecnologia. A pecuária pode ser duplicada da mesma forma, sem o aumento da área cultivada.

Ambiente – Quanto à discussão ambiental, a senadora Kátia Abreu defendeu que os produtores rurais que preservam áreas de florestas nativas sejam remunerados. “As pessoas falam somente nos países que devem compensar pelo carbono emitido, mas ninguém quer discutir o contrário, a remuneração aos países que estão evitando desmatar suas florestas para não liberar o carbono na atmosfera”, afirmou. Explicou que, enquanto uma árvore deitada valer mais do que uma árvore em pé, correremos risco no planeta. “Somente quando uma árvore em pé valer mais e se transformar em um ativo é que poderemos ter certeza que ela ficará lá para sempre”, afirmou.

Além das oportunidades de investimentos e do tema ambiental, a presidente da CNA também frisou que o Brasil e os Estados Unidos são as duas grandes potências que sustentam o mundo com alimentos. “Esses dois países têm uma missão importante, não somente comercial, mas também de responsabilidade social”, afirmou a senadora. “O aumento da população mundial não nos preocupa, muito pelo contrário, pois podemos aumentar em muito a produção sem desmatar uma só árvore”, afirmou a presidente da CNA.

Investidores do Grupo BTG Pactual e do grupo japonês Sojitz, que assistiram à apresentação da senadora Kátia Abreu na Brazilian American Chamber of Commerce manifestaram interesse em investir no Norte e no Nordeste do Brasil. O ex-ministro da Indústria, do Comércio e do Turismo; de Minas e Energia, e da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Marcus Vinícius Pratini de Moraes, o cônsul brasileiro em Nova York, embaixador Luiz Felipe de Seixas Corrêa, e o presidente da Sucocítrico Cutrale, José Luis Cutrale também compareceram ao encontro.

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