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Começou nesta última terça-feira (07), no Hotel Sumatra, em Londrina, a 3ª Reunião Paranaense de Ciência do Solo. Uma reflexão sobre os sistemas conservacionistas de produção e a sustentabilidade irá nortear os trabalhos, que prosseguem até quinta-feira (09).
A presença de mais de 600 participantes que lotaram o auditório mostra a dimensão do evento. Os debates serão concretizados em conferências, painéis, palestras e minicursos e nos mais de 300 trabalhos inscritos. “Temos hoje aqui 115 instituições entre universidades, institutos de pesquisa, cooperativas, empresas de prestação de serviço e assistência técnica e outras ligadas ao agronegócio, todas interessadas em trocar experiências sobre os sistemas de produção, com foco na preservação do solo”, enfatizou o pesquisador Arnaldo Colozzi Filho, presidente da 3ª RPCS.
Participaram da solenidade de abertura Otamir Cesar Martins, representando o secretário de Agricultura, Norberto Ortigara; Gonçalo Signorelli de Faria, presidente da Sociedade Brasileira de Ciência do Solo; Florindo Dalberto, diretor-presidente do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar); Oromar Bertol, presidente do Nepar; Richard Golba, diretor administrativo da Emater; e José Renato Bouças, chefe adjunto da Embrapa Soja
O foco da ciência do solo na preservação e sustentabilidade foi destacado na manifestação de todos. Arnaldo Colozzi afirmou que há necessidade de atenção ao tema. “É preciso avançar na busca de uma agricultura conservacionista”, disse, lembrando que em algumas áreas de cultivos anuais, perenes e pastagens ainda há ocorrência de degradação do solo.
Colozzi enfatizou também os benefícios da articulação de pesquisadores e técnicos em entidades como o Núcleo Estadual do Paraná (Nepar) da Sociedade Brasileira de Ciência do Solo e que resultam em eventos como a Reunião Paranaense de Ciência do Solo.
Segundo ele, os esforços da pesquisa e assistência colocam o Paraná na vanguarda da produção nacional. “Com a tecnologia gerada e transmitida aos agricultores, temos conseguido apoiá-los na difícil tarefa de produzir e preservar”, afirmou.
Para o diretor-presidente do Iapar, Florindo Dalberto, a realização da terceira edição da RPCS em Londrina é emblemática. “Nessas terras roxas e com fertilidade reconhecida no mundo inteiro foi construída uma civilização de pouco mais de 70 anos”, disse.
Dalberto acrescentou que o processo de ocupação do território exigiu atenção ao manejo do solo. “O Paraná teve que se exercitar, fazer pesquisa e mobilizar forças para gerar e usar o conhecimento, possibilitando uma relação não predadora com a natureza”, disse.
O presidente da Sociedade Brasileira de Ciência do Solo (SBCS), Gonçalo Signorelli de Farias afirmou que a RPCS faz parte do portifólio de eventos da entidade, criada em 1947 e uma das mais tradicionais participantes da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). “A SBCS realiza cinco eventos de caráter nacional e oito regionais em todo o Brasil”, destacou.
Farias afirmou que atualmente as atenções da pesquisa se voltam para a pedosfera, a camada mais externa da terra. “A pedosfera deve ser tratada com visão ampla e holística. É nela que se produz alimentos, fibras e bioenergia, onde se implantam cidades, que dá suporte à biosfera e ainda é o repositório da história da humanidade”, enfatizou.
O presidente da SBCS informou também que o Brasil é participante do Consórcio Mundial dos Solos, composto pelos 197 países da FAO. Para ele a instituição de 5 de dezembro como o Dia Mundial do Solo e de 2015 como o Ano Internacional do Solo comprovam a sua importância para a sociedade e para a natureza.
Representando o secretário de Agricultura, Norberto Ortigara, Otamir Cesar Martins destacou a importância do evento e descreveu as ações do governo do Paraná no setor. Segundo ele, a Secretaria de Agricultura atua em quatro eixos estruturantes: renda no campo, sustentabilidade, qualidade de vida similar à do meio urbano e segurança alimentar.
“Hoje temos preocupação com a erosão que volta a nos ameaçar e ocorre mesmo em áreas do plantio direto. É preciso atingir produtividade, mas com sustentabilidade”, disse. Ele afirmou que o governo investe R$ 230 milhões em programas como o ProRural, programa de microbacias e no manejo e manutenção de estradas rurais.
No período da tarde, a programação prosseguiu com palestras.
A programação segue com nove painéis: o primeiro, “Processos de degradação do solo: ameaças aos sistemas conservacionistas de produção”, ficará a cargo do pesquisador Gustavo Ribas Curcio, da Embrapa Florestas, de Colombo; e dos professores Edivaldo Lopes Thomaz, da Unicentro de Guarapuava, e Avacir Casanova Andrello, da Universidade Estadual de Londrina (UEL).
“Indicadores de qualidade do solo: uma abordagem em construção?” é o tema do segundo painel, que será abordado pelos professores Eduardo Fávero Caires, da UEPG, Cassio Tormena, da Universidade Estadual de Maringá (UEM) e pela pesquisadora Ieda de Carvalho Mendes, da Embrapa Cerrados. Ieda vai apresentar o projeto nacional que busca a proposição de indicadores biológicos da qualidade do solo.
“Inovação tecnológica no uso e manejo do solo e da água” é o tema a ser abordado por Renato Viana Gonçalves, da Seab, que falará sobre o Programa de Agricultura de Baixo Carbono no Paraná, e pelo professor Jó Klanovicz, da Unicentro de Irati, que mostrará os trabalhos realizados com agricultores.
Após o painel, o técnico Nelson Harger, da Emater, fará a palestra “A visão da assistência técnica pública sobre a inovação no uso e manejo do solo paranaense”.
O painel “Plantio direto. O solo como componente do sistema: desafios” será abordado pelo professor Ricardo Ralisch, da UEL; pelo pesquisador Rafael Fuentes Llanillo, do Iapar; e pelo agrônomo Joaquim mariano da Costa, da Coamo. Neste painel está previsto o relato de experiências de agricultores com o sistema.
“Recursos biológicos do solo nos sistemas conservacionistas de produção” é o painel que será desenvolvido pelo professor Dilmar Barreta, da Udesc, de Chapecó (SC) e pelos pesquisadores Marco Nogueira, da Embrapa Soja, e Solon de Araújo, da ANPII/SCA, de Campinas.
Ainda no dia 8, a partir das 10h20, haverá o painel “O uso de resíduos no solo: avanços e dificuldades”, que será tratado pelo pesquisador Juliano Corulli Corrêa e Rodrigo da Silveira Nicoloso, da Embrapa Suínos, e Cícero Blay Júnior, da Itaipu Binacional.
À tarde haverá o painel “O manejo do solo no sistema integração lavoura-pecuária-floresta: a experiência paranaense”, com os pesquisadores Simony Lugão, do Iapar de Paranavaí, Alvadi Balbinoti, da Embrapa Soja, e com o professor Jonatas Thiago Piva, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em Curitibanos (SC). No painel seguinte o tema é “Dinâmica da matéria orgânica do solo”, a cargo do professor Jeferson Dieckow, da UFPR, e dos pesquisadores Mario Miyasawa, do Iapar, e Sandra Mara Fontoura, da FAPA, de Guarapuava.
A programação dos painéis termina com o tema “Educação em solos e sistemas conservacionistas de produção”, que será tratado pelos professores Nilvania Aparecida de Mello, da UTFPR, de Pato Branco, Marcelo Ricardo de Lima, da UFPR, e João Tavares Filho, da UEL.
Na quinta-feira, serão ministrados cinco minicursos e haverá visitas ao Museu do Plantio Direto e áreas cultivadas com o sistema, em Mauá da Serra, e às sedes do IAPAR e EMBRAPA Soja.
A 3ª Reunião Paranaense de Ciência do Solo é promovida pela Sociedade Brasileira de Ciência do Solo- NEPAR, com organização do Iapar. Apoiam o evento o Londrina Convention & Visitors Bureau, Emater, Embrapa, Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Capes, Fundação Araucária, UEL, UEM, UEPG.
Divulgação
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