Bayer CropScience e Biotrigo iniciam parceria para impulsionar a triticultura brasileira
O Seminário Brasileiro sobre Pequenas Frutas, cuja sexta edição aconteceu quinta, 14, e sexta-feira da semana passada, 15 de julho, em Vacaria, cada vez mais se consolida como o fórum maior, no país, sobre a produção de pequenas frutas. A presença de público de diferentes Estados e com as mais diversas inserções (atuais ou mesmo futuras) na cadeia produtiva é um dos principais argumentos em tal sentido.
O técnico agropecuário Douglas Predebom, 31 anos, atuante em Francisco Beltrão, PR, era um dos profissionais que buscavam informações no evento – no caso, conhecer o sistema de produção semi-hidropônica de morango e as pequenas frutas. Seu objetivo, contou, era se inteirar sobre os temas para depois difundir tais conhecimentos em sua região, produtora de soja, milho e aves, mas que vem despontando na produção de uva e, mais recentemente, na de morango.
De Santa Catarina, do município de Rancho Queimado, marcou presença no Seminário a produtora de morango, amora e framboesa orgânica Letícia Weigert. Parcerias de mercado e dados sobre tecnologia de produção eram o foco dela, que trabalha nas áreas comercial e administrativa de empreendimento familiar que agrega agroindústria e no qual o marido, Samuel, responde pela produção. A extensionista da Epagri engenheira agrônoma Kelly Besen, que a acompanhava, buscava informação para repassar aos cerca de 200 produtores de morango por ela assistidos em Rancho Queimado, a ‘Capital catarinense do morango’.
Posição ainda mais peculiar era a do agricultor Sebastião Maciel Cavalheiro, 53 anos: ele integrava grupo de 11 assentados da reforma agrária no assentamento Três Pinheiros, em Sananduva, RS, em busca de dados sobre o cultivo de amora, com o qual se pretende substituir a cultura do feijão, por sua baixa rentabilidade. Assentado desde novembro de 2007 no Três Pinheiros, onde produz leite, feijão e gado, em uma área de 3,5 hectares, o produtor mostra-se bastante empolgado com as pequenas frutas. “A amora é muito rentável, além de seu cultivo ser favorável ao meio ambiente, o manejo, simples, e não exigir grande investimento inicial em equipamentos e insumos”, enumera, com base também no que viu em visita aos assentamentos Nova Estrela e Nova Batalha, em Vacaria – nos quais cerca de 50 famílias já produzem amora, framboesa e mirtilo, segundo o chefe do escritório local da Emater-RS/Ascar, engenheiro agrônomo Eduardo Pagot. O entusiasmo pelas pequenas frutas vai além: depois da amora, produzir morango é o projeto de Cavalheiro, contou.
O Seminário Brasileiro sobre Pequenas Frutas reuniu, em seus dois dias de palestras, cerca de 230 pessoas. De três cursos sobre produção (de mirtilo, de morango e de framboesa, respectivamente), nos dias 12 e 13 de julho, participaram cem pessoas.
O integrante da comissão organizadora Alexandre Hoffmann assinala que o evento, neste ano, apresentou um público bastante qualificado, formado, majoritariamente, por profissionais já atuantes no segmento de pequenas frutas. A integração acadêmica à organização do evento (através das universidades de Caxias do Sul (UCS) e do Estado de Santa Catarina (Udesc)) e o debate sobre a produção em parte do Cone Sul (no Brasil, Argentina e Uruguai), onde as realidades setoriais são similares, são outros aspectos por ele destacados. “O desafio continua sendo produzir bem e fortalecer estratégias para uma melhor logística após a produção, especialmente quanto à embalagem, processamento e transporte”, pontua Hoffmann.
O VI Seminário Brasileiro sobre Pequenas Frutas aconteceu no Centro de Eventos Bortolon, em Vacaria, em uma promoção conjunta de Embrapa Uva e Vinho, Embrapa Clima Temperado, Emater-RS/Ascar, Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária e Agronegócio do Rio Grande do Sul, Prefeitura Municipal de Vacaria, UCS e Udesc, com diversas instituições apoiadoras.
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