Santa Catarina exporta bovinos para União Européia
O excedente de oferta no mercado interno e as importações de países do Mercosul provocaram queda de 33,8% nos preços do arroz na região Sul do País, em maio, em comparação ao mesmo período de 2010. Mesmo com as medidas adotadas recentemente pelo Governo para reduzir os estoques e conter a retração dos valores pagos pela saca de 50 quilos do cereal, os preços não reagiram e a situação dos produtores de arroz continua crítica. A avaliação está no boletim “Custos e Preços”, divulgado nesta sexta-feira (27) pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). “Os instrumentos de controle de preço do governo federal não foram suficientes para reverter o cenário desfavorável”, analisa o estudo da Superintendência Técnica da CNA.
Entre as regiões pesquisadas, a maior queda foi registrada no município de Camaquã (RS), onde os preços recuaram, em média, 1,2% em relação a abril. Nesta região, a saca tem sido vendida a valores bem inferiores ao custo de produção. Enquanto o valor de comercialização foi de R$ 18,83/saca, em maio, o custo chegou a R$ 29,63/saca. Outro fator que contribuiu para a queda do preço do arroz foi o aumento 3,7% da área plantada, na safra 2010/2011, em relação à safra anterior. Diante desde cenário negativo para os produtores de arroz, a CNA encaminhou ofício aos Ministérios das Relações Exteriores (MRE), Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) pedindo a suspensão da licença automática de importação do produto da Argentina, Uruguai e Paraguai.
– Os preços do algodão, em maio, tiveram retração de 38% em relação a abril. Segundo o estudo da CNA, o fato é explicado pela redução da demanda por parte da indústria, que aguarda o início da colheita em algumas regiões, como Goiás e Bahia, que deve começar até o fim deste mês. No mercado internacional, o último relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) estimou para a atual safra um crescimento de 8,8% na produção mundial em relação à safra anterior, passando de 25 milhões para 27,1 milhões de toneladas, o que também contribuiu para a queda dos preços. Outro componente para o recuo dos preços foi a decisão tomada pela Índia, segundo maior exportador mundial de algodão, de ampliar suas vendas externas sem taxas de exportação.
– Com o fim da colheita em algumas regiões, os preços do milho devem apresentar queda por causa do aumento de oferta. Nas regiões pesquisadas pela CNA, houve queda de 4,6%, em maio, na comparação com abril. O maior recuo foi de 15%, observado em Rio Verde (GO). Segundo o boletim, as atenções estão voltadas, neste momento, para a segunda safra, que pode apresentar menor produção devido ao atraso no plantio. “O comportamento dos preços para os próximos meses vai depender de como será a produção da safrinha, dos preços internacionais e das exportações”, alerta o estudo.
– Os preços da soja, em maio, tiveram, em média, alta de 2,85% em relação a abril. Entre os municípios pesquisados, Rio Verde (GO) teve o maior incremento, subindo 4% em relação a abril. O aumento dos preços no mercado interno, em maio, foi reflexo das altas nas cotações externas da soja em meses anteriores. A valorização só não foi maior devido a uma interrupção das altas provocada pela queda do câmbio. Já os preços do leite pagos ao produtor subiram 4,5%, em abril, em função da restrição de oferta no mercado. A maior alta, de 6%, ocorreu no Rio Grande do Sul. O boletim também constatou recuo de 3% nas cotações da arroba do boi. Apontou, ainda, queda de 2,56% nos preços do café, além de uma leve recuperação nos preços do cacau, de 1,3%, apesar de os preços estarem 12,8% menores em relação a maio de 2010.
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